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FLEXÃO VERBAL
A seguir, um quadro de todos os tempos verbais existentes e a 1ª pessoa do singular de cada um deles. O quadro é bom por dois motivos: toda vez que você não souber como começa cada tempo verbal, você recorrerá a ele. Além disso, ajuda você a entender os tempos verbais. É uma boa sistematização.
Verbos de 1ª conjugação – vogal temática a (amar, cantar);
Verbos de 2ª conjugação – vogal temática e (beber, vender);
Verbos de 3ª conjugação – vogal temática i (partir, digerir).
(Não existe 4ª conjugação. Por exemplo, pôr é um verbo de 2ª conjugação.)

 

I – Indicativo
presente – eu falo...
pretérito
imperfeito – eu falava...
perfeito – eu falei...
mais-que-perfeito – eu falara...
futuro do presente – eu falarei...
do pretérito – eu falaria...

 

II – Subjuntivo
presente – que eu fale...
pretérito imperfeito – se eu falasse...
futuro – quando eu falar...

 

III – Imperativo afirmativo – fala tu, fale você, falemos nós, falai vós, falem vocês.
negativo – não fales tu, não fale você, não falemos nós, não faleis vós, não falem vocês.
Observe que são três os modos verbais:

 

1. Indicativo: é o modo que assegura algo.
2. Subjuntivo: é o modo que indica possibilidade, hipótese.
3. Imperativo: é o modo que apresenta ideias de ordem, pedido, convite, súplica.
No indicativo e no subjuntivo, temos, então, os tempos do presente, pretérito e futuro.
Após se ter uma visão panorâmica do quadro de conjugação verbal, é necessário conhecer o paradigma da conjugação verbal. Com esse paradigma, você aprende que não precisa saber conjugar todos os tempos que existem. O quadro mostra que existe uma relação entre tempos primitivos e derivados e diz como se sai de um primitivo e se chega a um derivado. É simples: se a banca pede o presente do subjuntivo do verbo digerir, basta que você acesse o presente do indicativo do verbo e você terá o que se pede. Sim, porque o presente do subjuntivo deriva do presente do indicativo. A notícia boa é que você não precisa saber conjugar os tempos derivados. A notícia ruim é que sem os primitivos não se chega a lugar algum. Mas eles são apenas três. Assim, você, para fazer prova, precisa conhecer os tempos primitivos dos verbos que são comuns em concursos. Vamos, então, conhecer o paradigma da conjugação verbal?

 

PRIMITIVOS
1) Presente do indicativo
(Radical da 1ª pessoa do sing.)
agredir_________________
DERIVADOS
Presente do subjuntivo (-e, -a)
_________________
Nesse caso, vai-se à 1ª pessoa do singular (eu) do presente do indicativo, extrai-se o “o”, e, com o radical, chega-se à 1ª pessoa do singular do presente do subjuntivo, acrescentando-se a desinência (para verbos de 1ª conjugação – e; verbos de 2ª e 3ª conjugação, – a). Vale lembrar que o presente do subjuntivo é aquele em que, na escola, utilizávamos o que antes do verbo: que eu agrida.
Assim, teríamos:
Eu agrido que eu agrida
Depois, é só continuar, utilizando-se o radical que você adquiriu ao acessar o presente do indicativo, mantendo-se a D.M.T. (desinência modo-temporal) – a – e acrescentando-se as D.N.P. (desinências número-pessoais), características de cada pessoa: que eu agrida, que tu agridas, que ele agrida, que nós agridamos, que vós agridais, que eles agridam.
A seguir, o 2º bloco de primitivos e derivados. Observe cada tempo derivado com sua desinência característica (D.M.T. – desinência modo-temporal), entre os parênteses.

 

2) Pretérito perfeito
Pret. mais-que-perfeito (-ra)
Imperfeito do subjuntivo (-sse)
Futuro do subjuntivo (-r)
Acesse a 3ª pessoa do plural – eles –, elimine a desinência -ram e fique com o radical. Partindo dele, acrescente as novas desinências dos tempos derivados.
Assim, teríamos:
Eles couberam coubera, coubesse, couber
Nosso último bloco de primitivos e derivados:

 

3) Infinitivo Impessoal
Futuro do presente (-re, -ra)
Futuro do pretérito (-ria)
Imperfeito do indicativo (-va, -a)
Nesse caso, extrai-se o “R” do infinitivo impessoal (que é o nome do verbo – falar, beber,
partir...), acrescentando-se as novas desinências. Observe que no pretérito imperfeito do
indicativo temos duas possibilidades de D.M.T.: -va para verbos de 1ª conjugação e –a para verbos
de 2ª e 3ª conjugação (ex.: falar – falava; beber – bebia; partir – partia).
Assim, teríamos: digerir digerirei, digeriria, digeria.
Importante: o quadro que organiza os tempos verbais em dois grupos (primitivos e derivados) ajudará você a conjugar a maioria dos verbos em Língua Portuguesa, porém há exceções, como os verbos pôr, ser, ir, haver, entre outros, que estudaremos separadamente ao final.
A seguir, algumas questões que tratam de modos e tempos verbais.

 

1. (FCC/TRF – 2ª Região) A segunda novidade apontava os pesticidas e herbicidas químicos...
O verbo flexionado nos mesmos tempo e modo em que se encontra o verbo em destaque acima está na frase:
a) Mas Ehrlich errou.
b) ... não existia terra suficiente para alimentar todas elas.
c) ... com o que cresce em 2 mil metros quadrados...
d) As algas se multiplicam a rodo...
e) Diante disso, muitos consumidores partiram para uma alternativa...
Comentários:
O verbo da frase no enunciado está no pretérito imperfeito do indicativo (desinência -va). As letras A e E trazem o verbo no pretérito perfeito do indicativo. A letra B apresenta o verbo no pretérito imperfeito do indicativo, mas, como o verbo é de 3ª conjugação, a desinência é -a. A letra C mostra um verbo no presente do indicativo, bem como a letra D.
Resposta: B.

 

2. (FCC/TRF – 2ª Região) Considere a flexão verbal em viviam – vivem – viverão. A mesma se quência está corretamente reproduzida nas formas:
a) queriam – querem – quiserão.
b) davam – dão – dariam.
c) exigiram – exigem – exigerão.
d) permitiam – permitem – permitirão.
e) criam – criavam – criarão.
Comentários:
A sequência de verbos do enunciado está, respectivamente, no pretérito imperfeito, presente e futuro do presente do indicativo.
A letra A tem erro só na forma quiserão, que não existe: o verbo querer no futuro do presente é quererão (é só você se lembrar do quadro: o futuro do presente deriva do infinitivo).
Na letra B, há erro só na forma dariam, que corresponde ao futuro do pretérito, e não futuro do presente do indicativo.
Na letra C há dois erros: no primeiro verbo (exigiram é pretérito perfeito; no imperfeito seria exigiam) e no último (exigerão não existe: é exigirão – lembre-se: o futuro do presente deriva do infinitivo exigir e não exiger).
A letra D traz a sequência correta: pretérito imperfeito do indicativo, presente do indicativo e futuro do presente.
Já a letra E erra na 1ª forma (criam é presente do indicativo e não pretérito imperfeito – criavam) e na 2ª forma (criavam, como já vimos, é pretérito imperfeito, e não presente do indicativo).
Resposta: D.

 

Fechamos nossa 1ª parte do assunto: agora você já sabe como sair de um tempo primitivo e chegar a um derivado. Então, estamos combinados: você precisa saber como conjugar os tempos primitivos dos verbos que mais aparecem nas provas.
Você deve estar se perguntando: quantos verbos terei de saber para fazer uma boa prova? Fique tranquilo: não são muitos. Na verdade, você precisa saber conjugar alguns verbos que são líderes de outros comuns em concursos. Por exemplo: se aparecer o verbo advir em uma questão, basta você conhecer o vir, que apresenta o mesmo radical. Daí, o verbo vir ser um líder. Da mesma forma, o depor, que vem do pôr; o abster, que vem do ter, e assim sucessivamente.

 

Preparamos uma lista de verbos conjugados, que servirá como consulta para os exercícios que faremos a seguir. Dividimos essa lista em três partes:
 

PRINCIPAIS VERBOS QUE SE CONJUGAM A PARTIR DE OUTROS
 

Pôr (líder)
Modo Indicativo:
Presente: ponho, pões, põe, pomos, pondes, põem; pretérito perfeito: pus, puseste, pôs,
pusemos, pusestes, puseram; pretérito imperfeito: punha, punhas, punha, púnhamos, púnheis,
punham; pretérito mais-que-perfeito: pusera, puseras, pusera, puséramos, puséreis, puseram;
futuro do presente: porei, porás, porá, poremos, poreis, porão; futuro do pretérito: poria, porias,
poria, poríamos, poríeis, poriam.
Modo Subjuntivo:
Presente: ponha, ponhas, ponha, ponhamos, ponhais, ponham; pretérito imperfeito: pusesse,
pusesses, pusesse, puséssemos, pusésseis, pusessem; futuro: puser, puseres, puser, pusermos,
puserdes, puserem.
Como o verbo pôr, conjugam-se antepor, apor, compor, contrapor, decompor, depor, dispor,
entrepor, expor, impor, interpor, justapor, opor, pospor, predispor, pressupor, propor, recompor,
repor, sobrepor, supor.

 

Ter (líder)
Modo Indicativo:
Presente: tenho, tens, tem, temos, tendes, têm; pretérito perfeito: tive, tiveste, teve, tivemos,
tivestes, tiveram; pretérito imperfeito: tinha, tinhas, tinha, tínhamos, tínheis, tinham; pretérito
mais-que-perfeito: tivera, tiveras, tivera, tivéramos, tivéreis, tiveram; futuro do presente: terei,
terás, terá, teremos, tereis, terão; futuro do pretérito: teria, terias, teria, teríamos, teríeis, teriam.
Modo Subjuntivo:
Presente: tenha, tenhas, tenha, tenhamos, tenhais, tenham; pretérito imperfeito: tivesse,
tivesses, tivesse, tivéssemos, tivésseis, tivessem; futuro: tiver, tiveres, tiver, tivermos, tiverdes,
tiverem.
Como o verbo ter, conjugam-se abster-se, ater-se, conter, deter, entreter, manter, obter, reter,
suster.

 

Ver (líder)
Modo Indicativo:
Presente: vejo, vês, vê, vemos, vedes, veem; pretérito perfeito: vi, viste, viu, vimos, vistes,
viram; pretérito imperfeito: via, vias, via, víamos, víeis, viam; pretérito mais-que-perfeito: vira,
viras, vira, víramos, víreis, viram; futuro do presente: verei, verás, verá, veremos, vereis, verão;
futuro do pretérito: veria, verias, veria, veríamos, veríeis, veriam.
Modo Subjuntivo:
Presente: veja, vejas, veja, vejamos, vejais, vejam; pretérito imperfeito: visse, visses, visse,
víssemos, vísseis, vissem; futuro: vir, vires, vir, virmos, virdes, virem.
Como o verbo ver, conjugam-se entrever, antever, prever, rever.

 

Vir (líder)
Modo Indicativo:
Presente: venho, vens, vem, vimos, vindes, vêm; pretérito perfeito: vim, vieste, veio, viemos,
viestes, vieram; pretérito imperfeito: vinha, vinhas, vinha, vínhamos, vínheis, vinham; pretérito
mais-que-perfeito: viera, vieras, viera, viéramos, viéreis, vieram; futuro do presente: virei,
virás, virá, viremos, vireis, virão; futuro do pretérito: viria, virias, viria, viríamos, viríeis, viriam.
Modo Subjuntivo:
Presente: venha, venhas, venha, venhamos, venhais, venham; pretérito imperfeito: viesse,
viesses, viesse, viéssemos, viésseis, viessem; futuro: vier, vieres, vier, viermos, vierdes, vierem.
Como o verbo vir, conjugam-se advir, avir-se, convir, desavir-se, intervir, provir, sobrevir.

 

Dizer (líder)
Modo Indicativo:
Presente: digo, dizes, diz, dizemos, dizeis, dizem; pretérito perfeito: disse, disseste, disse,
dissemos, dissestes, disseram; pretérito imperfeito: dizia, dizias, dizia, dizíamos, dizíeis, diziam;
pretérito mais-que-perfeito: dissera, disseras, dissera, disséramos, disséreis, disseram; futuro do
presente: direi, dirás, dirá, diremos, direis, dirão; futuro do pretérito: diria, dirias, diria,
diríamos, diríeis, diriam.
Modo Subjuntivo:
Presente: diga, digas, diga, digamos, digais, digam; pretérito imperfeito: dissesse, dissesses,
dissesse, disséssemos, dissésseis, dissessem; futuro: disser, disseres, disser, dissermos, disserdes,
disserem.
Como o verbo dizer, conjugam-se bendizer, condizer, contradizer, desdizer (assim, se é eu digo,
será eu bendigo...).

 

Fazer (líder)
Modo Indicativo:
Presente: faço, fazes, faz, fazemos, fazeis, fazem; pretérito perfeito: fiz, fizeste, fez, fizemos,
fizestes, fizeram; pretérito imperfeito: fazia, fazias, fazia, fazíamos, fazíeis, faziam; pretérito
mais-que-perfeito: fizera, fizeras, fizera, fizéramos, fizéreis, fizeram; futuro do presente: farei,
farás, fará, faremos, fareis, farão; futuro do pretérito: faria, farias, faria, faríamos, faríeis, fariam.
Modo Subjuntivo:
Presente: faça, faças, faça, façamos, façais, façam; Pretérito imperfeito: fizesse, fizesses,
fizesse, fizéssemos, fizésseis, fizessem; futuro: fizer, fizeres, fizer, fizermos, fizerdes, fizerem.
Como o verbo fazer, conjugam-se afazer, benfazer, desfazer, refazer, satisfazer (assim, se é eu
faço, será eu benfaço...).

 

Querer (líder)
Modo Indicativo:
Presente: quero, queres, quer, queremos, quereis, querem; Pretérito perfeito: quis, quiseste,
quis, quisemos, quisestes, quiseram; pretérito imperfeito: queria, querias, queria, queríamos,
queríeis, queriam; pretérito mais-que-perfeito: quisera, quiseras, quisera, quiséramos, quiséreis,
quiseram; futuro do presente: quererei, quererás, quererá, quereremos, querereis, quererão; futuro
do pretérito: quereria, quererias, quereria, quereríamos, quereríeis, quereriam.
Modo Subjuntivo:
Presente: queira, queiras, queira, queiramos, queirais, queiram; pretérito imperfeito: quisesse,
quisesses, quisesse, quiséssemos, quisésseis, quisessem; futuro: quiser, quiseres, quiser,
quisermos, quiserdes, quiserem.
Como o verbo querer, conjugam-se bem-querer, desquerer, mal-querer (assim, se é eu quero,
será eu bem-quero).

 

Valer (líder)
Modo Indicativo:
Presente: valho, vales, vale, valemos, valeis, valem; pretérito perfeito: vali, valeste, valeu,
valemos, valestes, valeram; pretérito imperfeito: valia, valias, valia, valíamos, valíeis, valiam;
pretérito mais-que-perfeito: valera, valeras, valera, valêramos, valêreis, valeram; futuro do
presente: valerei, valerás, valerá, valeremos, valereis, valerão; futuro do pretérito: valeria,
valerias, valeria, valeríamos, valeríeis, valeriam.
Modo Subjuntivo:
Presente: valha, valhas, valha, valhamos, valhais, valham; pretérito imperfeito: valesse,
valesses, valesse, valêssemos, valêsseis, valessem; futuro: valer, valeres, valer, valermos,
valerdes, valerem.
Como o verbo valer, conjugam-se desvaler, equivaler (assim, se é eu valho, será eu equivalho).
Como já dissemos anteriormente, as bancas costumam pedir ao aluno, além da conjugação desses
líderes, a dos seus derivados. Um bom exercício seria que você conjugasse os verbos derivados,
partindo dos líderes. Exemplo: treine a conjugação do interpor, a partir da conjugação do pôr.
A seguir, a conjugação de verbos nos quais não se pode confiar. Isso porque, ao conjugar o
requerer, por exemplo, é muito comum que o aluno faça analogia com o querer, não é mesmo? Mas
o requerer não se conjuga como o querer. Da mesma forma, o verbo prover não vai seguir o
paradigma do verbo ver em todos os tempos, só no presente. Daí, a importância de sistematizá-los.

 

FALSOS AMIGOS CONJUGADOS
 

Prover
Modo Indicativo:
Presente: provejo, provês, provê, provemos, provedes, proveem; pretérito perfeito: provi,
proveste, proveu, provemos, provestes, proveram; pretérito imperfeito: provia, provias, provia,
províamos, províeis, proviam; pretérito mais-que-perfeito: provera, proveras, provera,
provêramos, provêreis, proveram; futuro do presente: proverei, proverás, proverá, proveremos,
provereis, proverão; futuro do pretérito: proveria, proverias, proveria, proveríamos, proveríeis,
proveriam.
Modo Subjuntivo:
Presente: proveja, provejas, proveja, provejamos, provejais, provejam; pretérito imperfeito:
provesse, provesses, provesse, provêssemos, provêsseis, provessem; futuro: prover, proveres,
prover, provermos, proverdes, proverem.
Resumindo:
Basta que você pense no PROVER da seguinte forma: ele se conjuga como o VER só nos tempos do presente – presente do indicativo e
presente do subjuntivo; nos outros tempos, é regular, como o BEBER. Assim, o grande cuidado que se deve ter é para não conjugá-lo como o VER o tempo inteiro. No pretérito imperfeito do subjuntivo, por exemplo, se ele se conjugasse como o VER seria se eu provisse, enquanto o correto é se eu provesse (tal qual o BEBER – se eu bebesse).

 

Requerer
Modo Indicativo:
Presente: requeiro, requeres, requer, requeremos, requereis, requerem; pretérito perfeito:
requeri, requereste, requereu, requeremos, requerestes, requereram; pretérito imperfeito: requeria,
requerias, requeria, requeríamos, requeríeis, requeriam; pretérito mais-que-perfeito: requerera,
requereras, requerera, requerêramos, requerêreis, requereram; futuro do presente: requererei,
requererás, requererá, requereremos, requerereis, requererão; futuro do pretérito: requereria,
requererias, requereria, requereríamos, requereríeis, requereriam.
Modo Subjuntivo:
Presente: requeira, requeiras, requeira, requeiramos, requeirais, requeiram; pretérito
imperfeito: requeresse, requeresses, requeresse, requerêssemos, requerêsseis, requeressem;
futuro: requerer, requereres, requerer, requerermos, requererdes, requererem.
Resumindo: Quanto ao REQUERER, pense da seguinte forma: ele recebe a vogal i, após o 2º e do radical, apenas na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo. O mesmo ocorre em todo o presente do subjuntivo, que dela deriva. Nos outros tempos, é regular e conjuga-se como o BEBER. Não pense no QUERER. Assim, por exemplo, se ele fosse como o QUERER, no pretérito perfeito do indicativo seria eu requis e não eu requeri (tal qual o BEBER: eu bebi).

 

A seguir, apresentamos os verbos defectivos que são campeões em concursos públicos: os verbos REAVER e PRECAVER. Partindo do conceito de que um verbo defectivo é um verbo que não se conjuga em todos os tempos e em todas as pessoas, o 1º cuidado que você deve tomar é em não conjugá-los nos tempos em que eles não existem. Assim, você não deve, por exemplo, dizer eu
me precavejo contra esse tipo de problema, simplesmente porque essa forma verbal não existe. O jeito é falar eu tomo as minhas precauções... Além disso, é preciso sistematizá-los para que você não cometa nenhuma imprudência na flexão das formas em que tais verbos se conjugam. Vamos a eles!

 

VERBOS DEFECTIVOS
 

Reaver
Modo Indicativo:
No presente do indicativo só possui nós e vós (reavemos e reaveis). Em função disso, também
não possui o presente do subjuntivo. Nos outros tempos do Indicativo: pretérito perfeito: reouve,
reouveste, reouve, reouvemos, reouvestes, reouveram; pretérito imperfeito: reavia, reavias,
reavia, reavíamos, reavíeis, reaviam; pretérito mais-que-perfeito: reouvera, reouveras, reouvera,
reouvéramos, reouvéreis, reouveram; futuro do presente: reaverei, reaverás, reaverá, reaveremos,
reavereis, reaverão; futuro do pretérito: reaveria, reaverias, reaveria, reaveríamos, reaveríeis,
reaveriam.
Modo Subjuntivo:
Pretérito imperfeito: reouvesse, reouvesses, reouvesse, reouvéssemos, reouvésseis,
reouvessem; futuro: reouver, reouveres, reouver, reouvermos, reouverdes, reouverem.
Resumindo: Com o REAVER, basta pensar da seguinte forma: memorizar em que tempos aparece a sua defectividade – presente do indicativo e
presente do subjuntivo; nos outros tempos, lembrar que ele se conjuga como o verbo HAVER.

 

Precaver
Modo Indicativo:
No presente do indicativo só possui nós e vós (precavemos e precaveis). Em função disso,
também não possui o presente do subjuntivo. Nos outros tempos do Indicativo: pretérito perfeito:
precavi, precaveste, precaveu, precavemos, precavestes, precaveram; pretérito imperfeito:
precavia, precavias, precavia, precavíamos, precavíeis, precaviam; pretérito mais-que-perfeito:
precavera, precaveras, precavera, precavêramos, precavêreis, precaveram; futuro do presente:
precaverei, precaverás, precaverá, precaveremos, precavereis, precaverão; futuro do pretérito:
precaveria, precaverias, precaveria, precaveríamos, precaveríeis, precaveriam.
Modo Subjuntivo:
Pretérito imperfeito: precavesse, precavesses, precavesse, precavêssemos, precavêsseis,
precavessem; futuro: precaver, precaveres, precaver, precavermos, precaverdes, precaverem.
Resumindo: O PRECAVER é ainda mais fácil que o REAVER: memorize em que tempos ele é defectivo (presente do indicativo e presente do
subjuntivo) e nos outros tempos, observe que ele é um verbo regular. Logo, pense em outro regular: BEBER. Só não confunda o PRECAVER
com o VER! Logo, no imperfeito do subjuntivo, por exemplo, será se eu me precavesse (como se eu bebesse), e não se eu me precavisse (seria assim se ele se conjugasse como o verbo VER).

 

Por fim, imaginamos que seria mais prático para o aluno se ele obtivesse uma lista de outros verbos irregulares que aparecem muito nas provas. Aconselhamos que você os conjugue da seguinte forma:
1. Comece pelo presente do indicativo e vá ao presente do subjuntivo, lembrando que o segundo deriva da primeira pessoa do singular do primeiro.
2. Depois vá ao pretérito perfeito. Partindo da 3ª pessoa do plural, chegue ao pretérito mais--que perfeito, imperfeito do subjuntivo e futuro do subjuntivo.
3. Por fim, conjugue os que faltaram: pretérito imperfeito do indicativo, futuro do presente e futuro do pretérito. Lembre-se de que eles derivam do infinitivo. Como os verbos que você vai conjugar são os irregulares, vale observar que esses três tempos, ao saírem do infinitivo, apresentarão irregularidades. Quero dizer que muitos deles não apresentarão os radicais exatamente como eram no infinitivo. Mas então aproveite essas dicas: para conjugar o imperfeito do indicativo, use o advérbio antigamente (antigamente eu dizia, antigamente eu valia...); para conjugar o futuro do presente, use o advérbio amanhã (amanhã eu direi, amanhã eu valerei);
quanto ao futuro do pretérito, lembre-se de acrescentar a desinência –ria (eu diria, eu valeria...).
Vamos à lista.

 

OUTROS VERBOS IRREGULARES QUE MERECEM UM CUIDADO ESPECIAL
 

Agredir
Modo Indicativo:
Presente: agrido, agrides, agride, agredimos, agredis, agridem; pretérito perfeito: agredi,
agrediste, agrediu, agredimos, agredistes, agrediram; pretérito imperfeito: agredia, agredias,
agredia, agredíamos, agredíeis, agrediam; pretérito mais-que-perfeito: agredira, agrediras,
agredira, agredíramos, agredíreis, agrediram; futuro do presente: agredirei, agredirás, agredirá,
agrediremos, agredireis, agredirão: futuro do pretérito: agrediria, agredirias, agrediria,
agrediríamos, agrediríeis, agrediriam.
Modo Subjuntivo:
Presente: agrida, agridas, agrida, agridamos, agridais, agridam; pretérito imperfeito:
agredisse, agredisses, agredisse, agredíssemos, agredísseis, agredissem; futuro: agredir, agredires,
agredir, agredirmos, agredirdes, agredirem.
Como o verbo agredir, conjugam-se – apesar de não se parecerem com ele – cerzir, denegrir,
prevenir, progredir, regredir, transgredir (assim, se é eu agrido, será eu cirzo, denigro, previno,
progrido, regrido, transgrido. Observe que, nesses verbos, o e do radical vira i, em todas as
pessoas do presente do indicativo, exceto em nós e vós, e em todo o presente do subjuntivo. Nos
outros tempos, esses verbos são regulares).

 

Ferir
Modo Indicativo:
Presente: firo, feres, fere, ferimos, feris, ferem; pretérito perfeito: feri feriste, feriu, ferimos,
feristes, feriram; pretérito imperfeito: feria, ferias, feria, feríamos, feríeis, feriam; pretérito maisque-
perfeito: ferira, feriras, ferira, feríramos, feríreis, feriram; futuro do presente: ferirei, ferirás,
ferirá, feriremos, ferireis, ferirão; futuro do pretérito: feriria, feririas, feriria, feriríamos, feriríeis, feririam.
Modo Subjuntivo:
Presente: fira, firas, fira, firamos, firais, firam; pretérito imperfeito: ferisse, ferisses, ferisse,
feríssemos, ferísseis, ferissem; futuro: ferir, ferires, ferir, ferirmos, ferirdes, ferirem.
Como o verbo ferir, conjugam-se – apesar de não se parecerem com ele – aderir, advertir, aferir,
aspergir, assentir, auferir, compelir, competir, consentir, deferir, digerir, discernir, divergir,
expelir, preferir, prosseguir, vestir, referir, repelir, repetir, ressentir. Assim, se é eu firo, será eu
adiro, advirto, afiro, aspirjo, assinto, aufiro, compilo, compito, consinto, defiro, digiro,
discirno... Observe que, com esses verbos, o e do radical vira i, somente na 1ª pessoa do presente
do indicativo e em todo o presente do subjuntivo. Nos outros tempos, esses verbos são regulares.

 

Fugir
Modo Indicativo:
Presente: fujo, foges, foge, fugimos, fugis, fogem; pretérito perfeito: fugi, fugiste, fugiu,
fugimos, fugistes, fugiram; pretérito imperfeito: fugia, fugias, fugia, fugíamos, fugíeis, fugiam;
pretérito mais-que-perfeito: fugira, fugiras, fugira, fugíramos, fugíreis, fugiram; futuro do
presente: fugirei, fugirás, fugirá, fugiremos, fugireis, fugirão; futuro do pretérito: fugiria, fugirias,
fugiria, fugiríamos, fugiríeis, fugiriam.
Modo Subjuntivo:
Presente: fuja, fujas, fuja, fujamos, fujais, fujam; pretérito imperfeito: fugisse, fugisses,
fugisse, fugíssemos, fugísseis, fugissem; futuro: fugir, fugires, fugir, fugirmos, fugirdes, fugirem.
Como o verbo fugir, conjugam-se – apesar de também não se parecerem com ele – acudir, bulir,
consumir, cuspir, desentupir, entupir, escapulir, sacudir, subir, sumir. Assim, se é eu fujo, será eu
acudo, eu bulo, eu consumo, eu cuspo... Observe que, com esses verbos, o u do radical vira o, somente nas 2ª e 3ª pessoas do singular e 3ª pessoa do plural do presente do indicativo; nos outros tempos, esses verbos são regulares.

 

Crer
Modo Indicativo:
Presente: creio, crês, crê, cremos, credes, creem; pretérito perfeito: cri, creste, creu, cremos,
crestes, creram; pretérito imperfeito: cria, crias, cria, críamos, críeis, criam; pretérito mais-queperfeito:
crera, creras, crera, crêramos, crêreis, creram; futuro do presente: crerei, crerás, crerá,
creremos, crereis, crerão; futuro do pretérito: creria, crerias, creria, creríamos, creríeis, creriam.
Modo Subjuntivo:
Presente: creia, creias, creia, creiamos, creiais, creiam; pretérito imperfeito: cresse, cresses,
cresse, crêssemos, crêsseis, cressem; futuro: crer, creres, crermos, crerdes, crerem.
Como o verbo crer, conjugam-se os verbos descrer, ler e reler. Assim, se é eu creio, será eu
descreio, eu leio, eu releio... Observe o pretérito perfeito do verbo crer, alguns alunos estranham
as formas eu cri e ele creu.

 

Ir
Modo Indicativo:
Presente: vou, vais, vai, vamos, ides, vão; pretérito perfeito: fui, foste, foi, fomos, fostes,
foram; pretérito imperfeito: ia, ias, ia, íamos, íeis, iam; pretérito mais-que-perfeito: fora, foras,
fora, fôramos, fôreis, foram; futuro do presente: irei, irás, irá, iremos, ireis, irão; futuro do
pretérito: iria, irias, iria, iríamos, iríeis, iriam.
Modo Subjuntivo:
Presente: vá, vás, vá, vamos, vades, vão; pretérito imperfeito: fosse, fosses, fosse, fôssemos,
fôsseis, fossem; futuro: for, fores, for, formos, fordes, forem.
O verbo ir é chamado de anômalo, pois possui mais de um radical quando é conjugado. Daí, ele necessitar de um estudo isolado. Quanto a esse verbo, valem três recados:
1. No presente do indicativo e no presente do subjuntivo, nós e eles possuem formas idênticas: não estranhe. Assim, no presente do indicativo teríamos uma frase do tipo: nós sempre vamos à biblioteca. Da mesma forma, no presente do subjuntivo, seria nossos pais querem que nós vamos à biblioteca.
2. Não confunda a forma vós ides no presente do indicativo com vós vades no presente do subjuntivo. Assim, teríamos: vós ides à biblioteca sempre? (presente do indicativo); e desejo que vós vades à biblioteca com mais frequência (presente do subjuntivo).
3. Atenção também com o verbo VIR, para não confundir a 1ª pessoa do plural do presente do indicativo (nós vimos) com a 1ª pessoa do plural do pretérito perfeito (nós viemos). A troca de uma forma pela outra é muito comum, como em frases do tipo: hoje nós “viemos” aqui, e não hoje nós vimos aqui.

 

Haver
Modo Indicativo:
Presente: hei, hás, há, havemos ou hemos, haveis ou heis, hão; pretérito perfeito: houve,
houveste, houve, houvemos, houvestes, houveram; pretérito imperfeito: havia, havias, havia,
havíamos, havíeis, haviam; pretérito mais-que-perfeito: houvera, houveras, houvera, houvéramos,
houvéreis, houveram; futuro do presente: haverei, haverás, haverá, haveremos, havereis, haverão;
futuro do pretérito: haveria, haverias, haveria, haveríamos, haveríeis, haveriam.
Modo do Subjuntivo:
Presente: haja, hajas, haja, hajamos, hajais, hajam; pretérito imperfeito: houvesse, houvesses,
houvesse, houvéssemos, houvésseis, houvessem; futuro: houver, houveres, houver, houvermos,
houverdes, houverem.
Muitos estranham a conjugação do verbo HAVER, pois não estão acostumados a conjugá-lo. Isso ocorre porque esse verbo é muito usado
com o sentido de existir e, com esse sentido, de fato, ele só se conjuga na 3ª pessoa do singular (há, houve, havia, haverá). Assim, teríamos:
havia muitas pessoas na festa (haver com sentido de existir).
Entretanto, ele se conjugará normalmente se apresentar outros sentidos. Observe: “Houvemos por bem convidar os amigos para o jantar” (aqui, o haver significa dignar-se, julgar oportuno); “Elas se houveram bem sem empregada” (nesse caso, haver é pronominal e tem sentido de portarse);
“Eles haviam estudado todo o assunto” (aqui, o haver é auxiliar de uma locução verbal, conjugando-se normalmente em todas as pessoas).

 

Vamos exercitar e juntar todos os conceitos para conjugar os verbos a seguir.
Complete as frases abaixo, com os verbos solicitados entre os parênteses.
1. Para que todos ____________ bem confortáveis, alugaremos um ônibus. (VIAJAR, presente do
subjuntivo)
Comentários: Vá à 1ª pessoa do presente do indicativo: eu viajo, extraia o o, utilize o radical para acrescentar as novas desinências: que eu viaje, que tu viajes, que ele viaje...
Resposta: viajem.

 

2. Ontem eles ___________________ todo o dinheiro roubado. (REAVER, pretérito perfeito do indicativo)
Comentários: Lembre-se de que no pretérito perfeito o REAVER se conjuga como o HAVER.
Assim, se é eles houveram, será eles reouveram, e não “reaveram”.
Resposta: reouveram.

 

3. O juiz não ________________ na briga entre os jogadores. (INTERVIR, pretérito perfeito do indicativo)
Comentários: O verbo intervir é derivado de vir. Portanto, se é ele veio, será ele interveio, e não interviu!
Resposta: interveio.

 

4. Quando ele nos ___________, poderá entregar-nos a encomenda. (VER, futuro do subjuntivo)
Comentários: Aqui, todo mundo fica na dúvida: quando ele ver ou quando ele vir? Ora, é só lembrar que o futuro do subjuntivo deriva do pretérito perfeito. O pretérito perfeito é eu vi, tu viste..., eles viram; logo, o futuro do subjuntivo será quando eu vir, quando tu vires, quando ele vir...
Resposta: vir.

 

5. Eles ficarão felizes quando nós __________________ esta reformulação. (PROPOR, futuro do subjuntivo)
Comentários: propor vem do pôr. Logo, se é quando eu puser, quando tu puseres, quando ele puser, será quando eu propuser, quando tu propuseres , quando ele propuser, e não quando eu “propor”, quando tu “propores”, quando ele “propor”...
Resposta: propusermos.

 

6. Eles não _________________ os fugitivos. (DETER, pretérito perfeito do indicativo)
Comentários: deter vem do ter. Assim, se é eu tive, tu tiveste, ele teve, será eu detive, tu detiveste, ele deteve, e não ele “deteu”.
Resposta: detiveram.

 

7. O aluno _________________ o adiantamento das provas. (REQUERER, pretérito perfeito do indicativo)
Comentários: Não pense no querer! requerer, no pretérito perfeito, se conjuga como o BEBER:
ele bebeu = ele requereu, e não ele “requis”.
Resposta: requereu.

 

8. Eles só _________ paciência com os mais velhos. (TER, presente do indicativo)
Comentários: Aqui, é só lembrar: no singular, é sem acento – ele tem –, mas o plural, para diferenciar do singular, é com acento circunflexo: o acento diferencial de número.
Resposta: têm.

 

9. Eu não _____________ tanto. (VALER, presente do indicativo)
Comentários: O verbo valer na 1ª pessoa do singular do presente do indicativo apresenta uma irregularidade: o l vira lh (eu valho). O presente do subjuntivo, por ser derivado, herdará a mesma irregularidade (que eu valha, que tu valhas, que ele valha...
Resposta: valho.

 

10. Estes homens ________________ de um lugar distante. (PROVIR, pretérito perfeito do indicativo)
Comentários: O verbo provir deriva do vir. Logo, se é eu vim, tu vieste, ele veio, será eu provim, tu provieste, ele proveio.
Resposta: provieram.

 

11. Ele só virá, quando nós lhe ________________ a verdade. (DIZER, futuro do subjuntivo)
Comentários: Caso você não saiba como é o futuro do subjuntivo do verbo dizer, basta ir ao pretérito perfeito, seu tempo primitivo. Assim, no pretérito perfeito, temos eles disseram, logo teremos no futuro do subjuntivo quando eu disser, quando tu disseres, quando ele disser...
Resposta: dissermos.

 

12. Seria necessário que eles __________________ o mesmo ritmo. (MANTER, pretérito
imperfeito do subjuntivo)
Comentários: O verbo manter deriva do ter. Assim, o imperfeito do subjuntivo é se eu tivesse, se tu tivesses, se ele tivesse, então, com o manter, será se eu mantivesse, se tu mantivesses, se ele mantivesse...
Resposta: mantivessem.

 

13. Só entendi o que os brasileiros _________________ (EXPOR, pretérito perfeito do indicativo)
Comentários: O verbo expor deriva do pôr. Logo, se o pretérito perfeito do pôr é eu pus, tu puseste, ele pôs..., o pretérito perfeito do expor será eu expus, tu expuseste, ele expôs.
Resposta: expuseram.

 

14. Preciso que tu _________ até a minha casa. (IR, presente do subjuntivo)
Comentários: Lembre-se: que eu vá, que tu vás, que ele vá...
Resposta: vás.

 

15. Aqui eu não ___________ (CABER, presente do indicativo)
Comentários: O verbo caber possui uma irregularidade na 1ª pessoa do presente do indicativo e em todo o presente do subjuntivo: o a do radical recebe um i. Assim, temos: eu caibo, tu cabes, ele cabe... que eu caiba, que tu caibas, que ele caiba...
Resposta: caibo.

 

16. Ele quer que nós _________________ outro livro. (LER, presente do subjuntivo)
Comentários: O verbo ler conjuga-se como o crer: que eu creia, que tu creias, que ele creia = que eu leia, que tu leias, que ele leia...
Resposta: leiamos.

 

17. Eu ______________ que todos viriam à reunião. (SUPOR, pretérito imperfeito do indicativo)
Comentários: supor conjuga-se como o pôr. Como o que se quer é o pretérito imperfeito do indicativo do verbo supor, basta conjugarmos o pôr: “antigamente” eu punha, tu punhas, ele punha. Logo, será “antigamente” eu supunha, tu supunhas, ele supunha...
Resposta: supunha.

 

18. Nós ____________ até aqui hoje, pois ontem não foi possível. (VIR, presente do indicativo)
Comentários: Lembre-se: hoje nós vimos, ontem nós viemos. Parece confuso, porque é idêntico ao verbo ver no pretérito perfeito! Veja só: hoje nós vimos à sua casa – vir no presente do indicativo; ontem nós vimos o seu irmão na rua – ver no pretérito perfeito.
Resposta: vimos.

 

19. Ontem nós não __________ à aula. (VIR, pretérito perfeito do indicativo)
Comentários: Não confundir o presente do indicativo do verbo vir (vimos) com o pretérito perfeito do verbo vir (viemos).
Resposta: viemos.

 

20. Se eles __________ e não te __________, retornarão chateados. (VIR e VER, presente do
indicativo)
Comentários: O verbo vir na 3ª pessoa do singular do presente do indicativo é ele vem, e a 3ª pessoa do plural recebe acento circunflexo: eles vêm. Já o verbo ver no presente do indicativo é ele vê, eles veem – a 3ª pessoa do plural perdeu o acento circunflexo – antes era vêem – em função do Novo Acordo Ortográfico.
Resposta: vêm/veem.

 

21. Vós _________ com quem desejais. (IR, presente do indicativo)
Comentários: Não confundir o presente do indicativo do verbo ir (vós ides) com o presente do subjuntivo do verbo ir (vós vades).
Resposta: ides.

 

22. Todos esperamos que vós _________ conosco. (IR, presente do subjuntivo)
Comentários: Lembre-se de não confundir o presente do indicativo – hoje vós ides pelo bom caminho – com o presente do subjuntivo – espero que vós vades pelo bom caminho.
Resposta: vades.

 

23. Esperava-se que eles _________ a casa com o necessário. (PROVER, imperfeito do subjuntivo)
Comentários: Atenção, o prover só se conjuga como o ver nos tempos do presente. Nos outros tempos, ele é como o beber. Logo, se é esperava-se que eles bebessem, será esperava-se que eles provessem, e não “provissem”, se ele seguisse o verbo ver.
Resposta: provessem.

 

Agora, algumas questões de concursos comentadas:
1. (FGV/Oficial de Cartório/2008) “Se interviessem, implodiriam as contas públicas”. Assinale a alternativa que apresente erro em uma das formas verbais.
a) Se o comando reouvesse o prestígio, os criminosos desistiriam.
b) Se os policiais requisessem maiores salários, tudo se arrumaria.
c) Se os criminosos se acovardassem, a polícia os deteria.
d) Se os jornais proviessem de fora, as notícias entreteriam mais.
e) Se as autoridades quisessem, nada disso se faria.
Comentários:
Na letra A, temos o verbo reaver, que nos tempos em que é conjugado, segue o verbo haver. Ora, se fosse o haver, seria se o comando houvesse, logo, será se o comando reouvesse.
A letra B traz o verbo requerer, que não segue o querer, e sim um verbo regular como o beber.
Logo, não é se os policiais requisessem – seria assim se fosse como o querer – e sim se os policiais requeressem.
A letra C apresenta um verbo regular – acovardar-se – no imperfeito do subjuntivo, 3ª pessoa do plural, corretamente conjugado.
A letra D apresenta o verbo provir, que se conjuga como o vir. Ora, se fosse o vir, seria se os jornais viessem; como é o provir, será se os jornais proviessem.
A letra E apresenta o verbo querer, um verbo irregular, corretamente conjugado no imperfeito do subjuntivo, 3ª pessoa do plural.
Resposta: B.

 

2. (Cesgranrio/Petrobras) O verbo grifado está corretamente flexionado na frase:
a) Empresários do agronegócio manteram-se atentos às previsões de escassez de chuvas.
b) Técnicos do governo creem que serão resolvidos os conflitos entre investidores e
ambientalistas.
c) O governo, atento às instáveis condições do mercado, interviu na cotação do dólar.
d) Como sobreviram contratempos, foi inevitável a quebra da safra de grãos no ano passado.
e) Técnicos preveram queda na arrecadação, devido às elevadas taxas de juros.
Comentários:
A letra A está errada. O verbo manter conjuga-se como o ter. Ora, se fosse o ter, seria os empresários tiveram, logo deve ser os empresários mantiveram-se.
A letra B está correta. Segundo o Novo Acordo Ortográfico, o 1º e dos verbos crer, dar, ler e ver perde o acento circunflexo.
A letra C traz o verbo intervir, que se conjuga como o vir, e não como o ver. Logo, é interveio e não interviu.
A letra D apresenta o verbo sobrevir, que também se conjuga como o vir e não como o ver. Por isso, o correto é sobrevieram e não sobreviram. Na letra E, tem-se o verbo prever, que se conjuga como o ver – previram, e não preveram.
Resposta: B.

 

3. (Cesgranrio/Petrobras) “Para que se DIGA...”, “que o governo GARANTA...”. Se em lugar dos verbos destacados, tivéssemos, respectivamente, os verbos PROVER e INTERVIR, as formas correspondentes seriam:
a) proveja / intervinha
b) prove / interveja
c) provenha / intervisse
d) proveja / intervenha
e) provenha / interveja
Comentários:
Nesta questão, busca-se a conjugação dos verbos prover e intervir no presente do subjuntivo.
Ora, neste tempo verbal em questão, o verbo prover se conjuga como o ver. Se fosse o verbo ver, seria que se veja; logo, com o prover será que se proveja. Já o verbo intervir conjuga-se como o vir em todos os tempos. Assim, se fosse o vir, seria que o governo venha, logo, com o intervir, será que o governo intervenha.
Resposta: D.

 

Agora que você já aprendeu a correlação entre tempos primitivos e derivados, bem como a lógica de verbos que se conjugam como outros, precisamos dar uma especial atenção aos verbos de terminação -ear/-iar, que aparecem muito em concursos. Eles ensejam dúvidas do tipo: eu maqueio ou eu maquio? Eu penteio ou eu pentio? Ele freiou ou freou o carro?

 

Bons estudos!

TEMPOS COMPOSTOS
 

Formam-se com os auxiliares TER ou HAVER mais Particípio.
Na maioria dos casos, o nome do tempo composto quem determina é o verbo auxiliar.
No Indicativo:
Terei falado. (futuro do presente composto)
Teria falado. (futuro do pretérito composto)
Ter falado. (infinito composto)
Tendo falado. (gerúndio composto)
No Subjuntivo:
Tiver falado. (futuro composto)
No entanto, merecem atenção especial duas formas:
1. Pretérito perfeito composto: verbo auxiliar no presente mais o particípio.
Indica a repetição ou continuidade de um fato iniciado no passado até o presente.
Tem falado, tenho contado...
2. Pretérito mais-que-perfeito composto: verbo auxiliar no imperfeito mais particípio.
É empregado como o simples, para expressar um fato já concluído antes de outro também no passado.
Tinha falado, havia falado, tinha contado...
Repare que, nessas formas, o nome do tempo composto não corresponde ao verbo auxiliar. Em concurso, quando o assunto é tempo composto, esses são os tempos mais pedidos.

 

Vamos a três questões de concurso que falam do assunto:
1. (Técnico Judiciário/TJ) “... que realmente havia levado a máquina para casa...”; a forma verbal em destaque equivale a:
a) levava
b) levou
c) leva
d) levara
e) levasse
Comentários:
A forma verbal havia levado traz o verbo auxiliar (haver) no pretérito imperfeito, caracterizando, assim, o pretérito mais-que-perfeito do indicativo, que equivale à forma simples desse mesmo tempo.
Resposta: D.

 

2. (Auxiliar Judiciário/TJ) “Publicidade oficial tem sido, quase sempre...”. O emprego do tempo verbal destacado expressa:
a) uma ação ou estados permanentes ou assim considerados.
b) um fato futuro, mas próximo.
c) uma ação passada habitual ou repetida.
d) uma ação produzida em certo momento do passado.
e) a continuidade de um ato até o presente.
Comentários:
A forma destacada no enunciado tem o verbo auxiliar (ter) no presente do indicativo, o que caracteriza o pretérito perfeito do indicativo. Embora o auxiliar esteja no presente, repare que a ideia tem início no passado e vem até o momento presente. Se “Publicidade oficial tem sido, quase sempre...”, é porque essa ação vem ocorrendo, ou seja, não terminou no passado, se prolonga até o presente.
Resposta: E.

 

3. (FGV/Perito Criminal da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro/2008 )“O público brasileiro tem ouvido, com alguma frequência, notícias a respeito de possível rebelião de países vizinhos contra aquilo que seus governantes chamam de dívidas ilegítimas.”
No trecho acima, as formas verbais estão, respectivamente, no:
a) presente do indicativo e presente do indicativo.
b) presente do indicativo e presente do subjuntivo.
c) presente do subjuntivo e presente do indicativo.
d) pretérito perfeito do indicativo e presente do subjuntivo.
e) pretérito perfeito do indicativo e presente do indicativo.
Comentários:
Trata-se de uma questão que busca a identificação dos tempos das formas verbais tem ouvido e chamam. Muitos alunos que erraram a questão marcaram a letra A, pois não perceberam que o verbo ter vinha seguido de particípio, formando, assim, um tempo composto. Ora, se o auxiliar vem no presente do indicativo mais particípio, estamos diante do pretérito perfeito composto do indicativo, enquanto a forma chamam está no presente do indicativo. Atente ao fato de que a banca também não menciona pretérito perfeito composto, e sim pretérito perfeito, o que torna a questão mais difícil.
Resposta: E.
Hoje, é muito comum que as provas contenham questões que requerem do aluno a conjugação de verbos no imperativo. Vamos recordar?

 

FORMAÇÃO DO IMPERATIVO
Quando aparecem verbos que denotam ordem, pedido, desejo, súplica, temos o modo imperativo, que se forma da seguinte maneira:
1. Afirmativo:
• tu e vós: retiradas do presente do indicativo com a supressão do S final.
Fala (tu), falai (vós).
• você, nós e vocês: retiradas do presente do subjuntivo sem alteração.
Fale (você), falemos (nós), falem (vocês).
Obs.:
1) Verbo ser: Sê tu / Sede vós;
2) Terminação -zer / -zir: faze ou faz tu;
Conduze ou conduz tu.
2. Negativo: conjugação igual à do presente do subjuntivo, acrescentando-se a negativa antes da forma verbal.
Não fales tu, não fale você, não falemos nós, não faleis vós, não falem vocês.
Simples, não é? Então, vamos às questões. Há aquelas que só pedem que o candidato reconheça o modo imperativo nas frases, como a que se tem a seguir:

 

1. (FCC/TRF – 5ª Região) ... respeite pai e mãe...
O verbo flexionado de modo idêntico ao do destaque acima está também grifado na frase:
a) Todos desejavam que o recém-chegado se comportasse de acordo com os costumes locais.
b) Esperava-se aceitação bem maior das novas deter minações estabelecidas pela instituição.
c ) Leia este manual com bastante atenção, para conhecimento das normas de convivência da empresa.
d) Sempre se soube que a organização de um grupo depende de regras, respeitadas por seus integrantes.
e) É preciso que se observem as normas, para garantir uma convivência agradável em qualquer ambiente.
Comentários:
Na frase retirada do texto, observamos a presença do verbo respeitar (respeite) que denota uma ordem, um pedido. Temos aí a forma do imperativo afirmativo. Quando aparecem verbos no imperativo, o primeiro passo é observar a pessoa, porque, como vimos na teoria, as formas tu e vós são retiradas do presente do indicativo sem o S final. As outras formas (você, nós e vocês) são retiradas integralmente do presente do subjuntivo. Isso posto, na frase retirada do texto, o verbo (respeite) aparece flexionado na 3ª pessoa do singular (você). Na letra A, o verbo comportar--se está flexionado no pretérito imperfeito do subjuntivo. Na letra B, o verbo esperar aparece no pretérito imperfeito do indicativo. Na letra C, o verbo ler aparece com esse mesmo tom de imperativo (Leia este manual...) na 3ª pessoa do singular. Na D, o verbo depender aparece no presente do indicativo e, na E, no presente do subjuntivo.
Resposta: C.
Ainda quanto ao imperativo, há aquelas questões que trabalham na mesma frase a forma afirmativa e a negativa. Eis um exemplo:

 

2. (NCE-UFRJ/Ministério Público )“Recuse o convite e não troque o Brasil pela Itália.”; se, em lugar da terceira pessoa, o autor do texto empregasse a segunda pessoa do singular, as formas convenientes dos verbos seriam:
a) recusa / não troca
b) recusas / não trocas
c) recusa / não troques
d) recuse / não troca
e) recuses / não trocas
Comentários:
Na frase retirada do texto, o verbo recusar aparece no imperativo afirmativo (3ª pessoa do singular) e o verbo trocar no imperativo negativo, antecedido do advérbio de negação não. O comando da questão pede para empregar a 2ª pessoa do singular. No imperativo afirmativo, as segundas pessoas (tu e vós) são retiradas do presente do indicativo sem o S final. Com o verbo recusar, então, ficaria recusa. Como o imperativo negativo é retirado integralmente do presente do subjuntivo, a 2ª pessoa do singular seria troques.
Resposta: C.

 

3. (FGV) Quase Nada
(Fábio Moon e Gabriel Bá. Folha de São Paulo, 28 de dezembro de 2008.)
Assinale a alternativa com correta passagem da fala do segundo quadrinho para o plural.
a) Acordais, gatos.
b) Acordai, gatos.
c) Acordem, gatos.
d) Acordeis, gatos.
e) Acordei, gatos.
Comentários:
Inicialmente, é preciso descobrir em que pessoa foi conjugada a forma de imperativo “acorda”, presente no 2º quadrinho. Ora, acorda é 2ª pessoa do singular – tu – presente do indicativo, sem o s. Assim, como o enunciado pede que se transponha a fala para o plural – vós, temos que ir também ao presente do indicativo e extrair o s: acordai.
Resposta: B.

 

4. (FGV/Senado Federal – Analista Legislativo – Tradução e Interpretação/2008) “Mudar para vencer! Muda, Brasil!’, grita entusiasmado.”
Assinale a alternativa em que se tenha a correta passagem para o plural e para a negativa da forma verbal do trecho grifado acima.
a) Não mudas, Brasil!
b) Não mudais, Brasil!
c) Não mudai, Brasil!
d) Não mudeis, Brasil!
Comentários:
A forma verbal em destaque no enunciado está no imperativo afirmativo (2ª pessoa do singular – tu). Ao se transportar ao plural – vós, no imperativo negativo (todo ele retirado do presente do subjuntivo), teremos a forma não mudeis, Brasil!
Resposta: D.

 

FORMAS NOMINAIS
Ao estudar conjugação verbal, é preciso que se dê especial atenção às formas nominais do verbo: infinitivo, gerúndio e particípio. São chamados de formas nominais tais tempos, porque, ao lado do seu valor verbal, podem desempenhar função de nomes (substantivo, adjetivo e advérbio).
Assim, teríamos:
Fumar é proibido.
Aqui, o infinitivo exerce papel de substantivo, pois é sujeito do verbo ser.
Tempo perdido.
Nesse caso, o particípio exerce papel de adjetivo do substantivo tempo.
Amanhecendo, partiremos.
Aqui, o gerúndio apresenta um valor adverbial, pois indica circunstância de tempo à forma verbal partiremos.
Vamos, então, estudar as formas nominais do verbo. Aproveite para observar as desinências características dessas formas, destacadas a seguir:
Infinitivo – Gerúndio – Particípio
Infinitivo: falar, beber, partir
Gerúndio: falando, bebendo, partindo
Particípio: falado, bebido, partido
Importante: O infinitivo pode ser pessoal ou impessoal.
O infinitivo pessoal é dividido em flexionado e não flexionado.
Infinitivo flexionado: indica o agente da ação – falar, falares, falar, falarmos, falardes, falarem.
Assim, teríamos:
Para passares em concurso, é preciso estudo.
Aqui, a desinência do infinitivo – res – indica que o agente da ação é tu. É um caso de infinitivo com desinência, com flexão.
Infinitivo não flexionado: apresenta uma só forma para as seis pessoas (falar).
É importante que estudemos para passar em concurso.
Aqui, não há desinência para a forma de infinitivo, mas inferimos pelo verbo da oração anterior – estudemos – que o agente do infinitivo é nós. Logo, tem-se um infinitivo pessoal, com sujeito, mas sem flexão. Vale lembrar que a opção por não flexão é apenas uma forma de enfatizar a ação verbal, tendo em vista que o sujeito está claramente identificado na forma verbal estudemos.
Observação: A flexão do infinitivo é assunto que deve ser estudado com mais profundidade em concordância verbal.
O infinitivo impessoal enuncia uma ação vaga, indeterminada:
É preciso acabar com a miséria no país.
Repare que nessa forma do verbo não há a intenção de se mostrar o agente da ação. É o infinitivo com sujeito indeterminado: o infinitivo impessoal.
Atenção: Em relação a esse assunto, o que se vê nas provas é o infinitivo em confronto com o futuro do subjuntivo. Nos verbos regulares,
essas formas são idênticas. Exemplo: Infinitivo pessoal do verbo amar: amar, amares, amar, amarmos, amardes, amarem. Futuro do subjuntivo do verbo amar: amar, amares, amar, amarmos, amardes, amarem.
Logo, vem a pergunta: como não confundi-los?
Dicas:
1. Com conjunção, será sempre futuro do subjuntivo. Com preposição ou sem conectivo algum, será infinitivo.
2. Na dúvida, troque o verbo em questão por um outro irregular, que não apresente tal semelhança. Use, por exemplo, o verbo FAZER, que tem como infinitivo a forma fazer e como futuro do subjuntivo fizer.
A seguir, veremos uma questão, com um índice de erro bastante acentuado, que buscava a distinção entre as duas formas: futuro do subjuntivo x infinitivo pessoal.

 

1. (NCE/Psicólogo) ... não se deve dizer mal de ninguém...; a frase em que a forma verbal destacada está no mesmo tempo e modo do verbo sublinhado é:
a) Quando sair para a cidade, irei de táxi.
b) Ao chegar à exposição, ficarei deslumbrado.
c) Assim que lanchar, partirei.
d) Se viajar, será de avião.
e) Logo que puder, dormirei.
Comentários:
A forma dizer está no infinitivo impessoal, até porque, se estivesse no futuro do subjuntivo, seria disser.
Nas letras A, C, D e E, os verbos estão no futuro do subjuntivo: observe a presença de conjunções quando (letra A) e se (letra D), bem como das locuções conjuntivas assim que (letra C) e logo que (letra E). Substitua mentalmente tais formas verbais por fizer (quando fizer, assim que fizer, se fizer, logo que fizer), e você terá a certeza de que elas estão no futuro do subjuntivo. Já na letra B, vemos a preposição a em ao chegar, o que indica que o verbo está no infinitivo. Basta trocar a forma verbal chegar por fazer e você terá certeza de que é infinitivo (ao fazer).
Resposta: B.
Além do infinitivo, convém darmos especial atenção ao uso do gerúndio, assunto muito comum nas provas de concursos públicos. Nesse caso, vale observar que o bom uso do gerúndio aconselha que o utilizemos para indicar uma ação que ocorra simultaneamente a outra, a fim de que não produza ambiguidade. Assim, teríamos:
Andava pelas ruas sorrindo.
Aqui, temos duas ações – andar e sorrir – que ocorrem ao mesmo tempo: bom uso do gerúndio.
No entanto, devemos evitar construções do tipo:
Escreveu o relatório, enviando-o ao gerente.
Nesse caso, o gerúndio está sendo utilizado para indicar uma ação posterior a outra, o que é inadequado, por suscitar a seguinte dúvida: escreveu o relatório e, ao mesmo tempo, o enviou ao gerente, ou escreveu e depois o enviou ao gerente? O melhor seria não usar o gerúndio, e sim o pretérito perfeito: escreveu o relatório e o enviou ao gerente.
Tal inadequação vem sendo trabalhada em algumas provas. Eis uma questão que nos servirá como exemplo:

 

2. (NCE/Corregedoria) “... que a roubou, ameaçando cortar a garganta do garoto”. O bom uso do gerúndio requer que sua ação seja simultânea à do verbo principal, como ocorre nesse segmento do texto. Assim, é exemplo de mau uso do gerúndio a frase:
a) O assaltante gritou, abrindo a porta...”.
b) O motorista acovardou-se, abaixando o vidro.
c) O assaltante entrou, sentando-se no banco traseiro.
d) O marginal ameaçou-o, mostrando a arma.
e) O motorista obedeceu, acelerando o carro.
Comentários:
Nas letras A, B, D e E, observa-se o uso do gerúndio que indica uma ação concomitante a outra.
Na letra A, o assaltante grita e abre a porta ao mesmo tempo; na letra B, o motorista se acovarda e abaixa o vidro simultaneamente; na letra D, ao mesmo tempo em que o marginal ameaça, ele mostra a arma; e na letra E o motorista obedece e acelera o carros simultaneamente. Todas elas indicam um bom uso do gerúndio. Já a letra C apresenta a ação de sentar no gerúndio, que não é concomitante e sim posterior à ação de entrar: temos um uso inadequado do gerúndio. Melhor seria dizer: o assaltante entrou e se sentou no banco traseiro.
Resposta: C.

 

Para finalizar o estudo das formas nominais do verbo, vamos falar sobre o particípio. Quanto a esse assunto, vale focar dois pontos importantes:
a) Há verbos que possuem duas formas de particípio: o regular (de terminação -do) e o irregular (que não possui terminação -do). Eis alguns exemplos:
aceitar: aceitado, aceito;
entregar: entregado, entregue;
limpar: limpado, limpo;
inserir: inserido, inserto;
suspender: suspendido, suspenso;
prender: prendido, preso;
imprimir: imprimido, impresso.
O que se convém é usar a forma regular do particípio com os verbos auxiliares ter e haver e a forma irregular com os auxiliares ser e estar ou em qualquer outra hipótese. Assim, teríamos como exemplo:
Verbo aceitar: Duplo particípio regular (ter ou haver / tenho aceitado)
irregular (ser ou estar / foi aceito)
b) Em algumas questões, cobra-se o verbo vir e derivados nas formas do gerúndio e do particípio. Isso porque é o único verbo que tem gerúndio e particípio idênticos. Assim, teríamos:
Eu estou vindo para casa.
O verbo vir está no gerúndio. Basta substituí-lo por chegar: eu estou chegando.
Eu tenho vindo muito a este lugar.
Aqui, o verbo vir está no particípio. A troca por outro verbo no particípio pode ajudar você a chegar a tal constatação: eu tenho chegado.
Essa coincidência de formas do verbo vir no gerúndio e particípio já foi trabalhada em algumas questões de provas. Observe:

 

3. (NCE-UFRJ/Ministério Público) Noticiando é forma do gerúndio do verbo noticiar; a frase em que a forma verbal destacada pode não estar no gerúndio é:
a) As notícias estão chegando da Itália cada vez mais rapidamente.
b) Transformando-se o ódio em amor, acabam-se as guerras.
c) Vindo o resultado, os clientes começaram a protestar.
d) Os jogadores italianos estão reclamando dos estrangeiros.
e) O atleta viajou, completando sua missão.
Comentários:
Em todas as alternativas, exceto em uma, temos verbos que estão no gerúndio: chegando, transformando, reclamando e completando. Na letra C, vê-se o caso do verbo vir que, na frase em que se encontra, tanto pode estar no gerúndio (“Chegando o resultado...”) como pode estar no particípio (“Chegado o resultado...”). Observe que, no enunciado, houve o cuidado de se afirmar que se trata de uma forma que pode não estar no gerúndio: a própria frase é ambígua.
Resposta: C.

 

Agora, vamos a uma questão que não permite ambiguidade e ilustra bem a semelhança das formas de gerúndio e particípio do verbo vir:
4. (NCE-UFRJ/Auxiliar de Cartório )Como sabemos, o morfema -NDO forma gerúndios, de que fazendo é um exemplo. O item em que a forma em maiúscula não corresponde a um gerúndio é:
a) CHEGANDO os corpos, será feita a autópsia.
b) Os médicos estiveram REALIZANDO exames.
c) Os poetas tinham VINDO ao sepultamento do colega.
d) TENDO tempo, todos participarão do exame.
e) Ganhará dinheiro, VENDENDO bugigangas.
Comentários:
As letras A, B, D e E apresentam verbos no gerúndio: chegando, realizando, tendo e vendendo.
Na letra C, temos o verbo vir no particípio: basta substituí-lo por chegar – os poetas tinham chegado...
Resposta: C.
Bem, agora que você já aprendeu a conjugar verbos em seus tempos simples e compostos; estudou os verbos terminados em -ear/-iar; entendeu como se conjuga o imperativo; e conheceu as formas nominais do verbo (ufa...), vale complementar seus estudos com um breve passeio pela semântica dos verbos. É nesse assunto que vamos aprender como se utilizam os principais tempos verbais e perceber como as bancas trabalham esses conceitos nas provas.

 

Bons estudos!