SINDROME DE BURNOUT – UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA - Giliane A. Schmitz e Maria Rita Zoega Soares

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Ufpa Mestrado (Bournout) Flashcards on SINDROME DE BURNOUT – UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA - Giliane A. Schmitz e Maria Rita Zoega Soares, created by Cássio Campelo on 31/07/2016.
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SINDROME DE BURNOUT – UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA - Giliane A. Schmitz e Maria Rita Zoega Soares SINDROME DE BURNOUT – UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA - Giliane A. Schmitz e Maria Rita Zoega Soares
O trabalho abordado em pesquisas da área de ciências humanas e sociais Por representar um aspecto importante na vida dos indivídos da sociedade atual, o trabalho e a vivência da rotina nas organizações têm sido abordados por pesquisadores da área das ciências humanas e sociais.
Ciências comportamentais se interessam em conhecer acerca do trabalho A relação entre o homem e o trabalho também foi alvo de investigação das ciências comportamentais, que têm demonstrado interesse em compreender tal fenômeno devido ao impacto que representa para os trabalhadores e para as organizações (Benevides-Pereira, 2002, 2003; Carlotto & Câmara, 2004, 2008; Codo, Sampaio & Hitomi, 1993; Codo, & Vasques-Menezes, 1999; Dejours, 1992, 1994; Freudenberger, 1974; Maslach & Leiter, 1997, 1999).
Transformações históricas na sociedade alterou as formas de se trabalhar (aceleração de ritmo e foco na produtividade) As transformações culturais, sociais e políticas que ocorreram na história, geraram avanços tecnológicos que possibilitaram a globalização da economia, a aceleração do ritmo de trabalho e o foco na produtividade (Assis, 2006).
A competitividade mudando o comportamento humano em relação ao trabalho O aumento na competitividade e na cobrança para que se acompanhe esse ritmo acabou gerando mudanças no comportamento humano em relação a condições relacionadas ao trabalho (Carlotto & Gobbi, 2000).
As atuais relações de trabalho afetam ao comportamento do indiviudo: insegurança Segundo Carlotto e Gobbi (2000), as atuais relações de trabalho têm afetado de forma intensa o comportamento dos indivíduos, causando insegurança, ansiedade e preocupações voltadas para a obtenção de recompensas denominadas extrínsecas, tais como salário e manutenção do emprego.
Satisfação pessoal e vivencia comunitária ficam em segundo plano: compromete o bem estar no ambiente laboral Nesse contexto, a satisfação pessoal e a vivência comunitária acabaram ficando em segundo plano, comprometendo o bem estar no ambiente laboral.
Trabalho: referencias punitivas e religiosa, quando adão e eva foram expulsos do paraiso para trabalharem O significado da palavra trabalho é resgatado por Silva (2000) como originado do latim “tripalium”, referindo-se a um instrumento de tortura para punição de indivíduos que perdiam sua liberdade, sendo submetidos a atividades forçadas. A autora também fez referência à origem religiosa do termo, ao qual foi conferido caráter punitivo e exemplifica com a citação bíblica que o trabalho foi uma forma utilizada por Deus como meio de condenar Adão e Eva pelo pecado cometido.
A identidade humana formada a partir do trabalho Weber (1967) discute a afirmação de que “o trabalho dignifica o homem”, como uma noção de que seria uma condição preponderante para a realização do indivíduo. Coadunando com esaa compreensão, Silva (2000) sugere que o homem teria dificuldade em dar sentido à vida se não fosse por meio da atividade profissional. Assim, o trabalho seria visto como necessidade e razão da vida e, por meio dele, o indivíduo desenvolveria uma identidade. Codo, Sampaio e Hitomi (1993, p. 59) corroboraram tal ideia, quando afirmaram que “... o homem produz sua própria existência na medida em que trabalha, arquitetando a estrutura social com suas próprias mãos, a mesma estrutura que lhe servirá de habitat”.
Quando escolhemos a um trabalho, podemos nele ter prazer, caso não, gera a fadiga O confronto entre satisfatório-insatisfatório está presente com frequência na relação homem-trabalho. Sobre isso, Dejours (1994) defende que quando um trabalho pode ser livremente escolhido ou organizado, se tornaria um meio de relaxamento, prazer e alegria. No entanto, se tal condição não permitisse a “canalização da energia psíquica”, esta se acumularia, resultando em tensão e desprazer, podendo causar fadiga e até mesmo patologias.
Maslach e Leiter (1999): Desgaste físico e emocional entre a natureza do trabalho e da pessoa gera a síndrome de bournout O desgaste físico e emocional resultante do desencontro entre a natureza do trabalho e da pessoa que o realiza é definido por Maslach e Leiter (1999) como Síndrome de Burnout (SB). Tal desgaste seria considerado um problema para os trabalhadores e ocorreria em função da má organização do ambiente. A Síndrome de Burnout (SB) é definida como uma condição característica do meio laboral, como um processo que se dá em resposta à cronificação do estresse ocupacional. Nesse sentido, traz consigo consequências negativas tanto para o indivíduo, como para seu desempenho profissional, suas relações familiares e sociais (Benevides-Pereira, 2003).
Estudos sobre a Síndrome de Burnout Estudos sobre a Síndrome de Burnout
O primeiro estudo sobre bournout ocorreu em 1953 por Schwartz e Will ao se estudar uma enfermeira no seu trabalho O termo Burnout foi inicialmente utilizado em 1953 por Schwartz e Will em um estudo de caso conhecido como ‘Miss Jones’, que abordou os problemas de uma enfermeira em decorrência do trabalho (Carlotto & Câmara, 2008). Graham Greene (1960) descreveu em ‘A Burn Out Case’ a problemática de um arquiteto que abandonou a profissão devido ao esgotamento físico e emocional. Os sintomas e sentimentos descritos pelos autores citados são similares aos definidos atualmente como Burnout (Maslach & Schaufeli, 1993).
Freudenberger (1974) foi o primeiro a produzir sobre bournout, quando quis saber a respeito do desgaste dos profissionais, além de propor medidas de enfrentamento Apesar de o termo ter sido utilizado anteriormente, Benevides-Pereira (2003) afirma que a primeira produção sobre Burnout foi atribuída a Freudenberger (1974) e que se referia ao desgaste de profissionais, propondo medidas organizacionais de enfrentamento. A autora sugeriu que a difusão e o interesse pelo tema se deram a partir das contribuições de Freudenberger (1974), Maslach (1979) e Maslach e Jackson (1981). No Brasil, a primeira publicação que discorria sobre a Síndrome de Burnout foi feita por França (1987) na Revista Brasileira de Medicina.
Os estudos iniciais sobre bournou descreviam a síndrome com pessoas que tinha contato com outros Como sugeriram Carlotto e Câmara (2008), inicialmente a preocupação foi em relação ao estresse no trabalho e estava relacionada a profissões que incluíam o cuidado com o outro. As publicações tratavam de relatos profissionais e estudos de caso específicos, que demonstravam sofrimento relacionado à ocupação dos indivíduos. As autoras afirmaram que “somente a partir de 1976 os estudos adquiriram um caráter científico, período no qual foram construídos modelos teóricos e instrumentos capazes de registrar e compreender este sentimento crônico de desânimo, apatia e despersonalização” (Carlotto & Câmara, 2008, p. 153).
1980 – Pesquisas internacionais revelaram que o bornout estava em profissionais da área de saúde e educação Até os anos 1980, a SB foi investigada exclusivamente nos EUA e gradualmente passou a despertar o interesse de cientistas de outros países. Em pesquisas internacionais, percebe-se uma tendência em temas relacionados ao levantamento de sintomas da SB em profissionais da área da saúde (enfermagem, psicologia, medicina, etc.) e educação (Benevides-Pereira, 2003).
1990 – Bournout não apenas na área de saúde e educação, mas em todas as profissões. Na década de 1990, Maslach e Leiter (1997) alertaram que a SB não estava restrita a profissões ligadas à saúde e à educação, passando a ser considerada como um fenômeno que afetava praticamente todas as profissões. Benevides-Pereira (2003) ressalta que foi nesse período que começaram a surgir as primeiras teses e um aumento no número de publicações alertando sobre a Síndrome de Burnout no Brasil. Esse contexto acabou por propiciar, em 1996, que a síndrome fosse incluída na Regulamentação da Previdência Social, como relacionada às Doenças Profissionais.
Atualmente – Policiais, bombeiros e estudantes e pessoas com personalidade aparentemente ajustada e equilibrada Atualmente, a comunidade científica internacional desenvolve estudos que abordam tal condição em diversos campos de atuação e profissões, incluindo policiais, bombeiros e estudantes (Benevides-Pereira, 2003; Carlotto & Câmara, 2008). Também são apresentados dados que demonstram a ocorrência de Burnout em pessoas com “personalidade aparentemente ajustada e equilibrada” até entrarem em contato com determinados ambientes de trabalho. Além disso, Carlotto e Câmara (2008) apontam que entre as investigações sobre a Síndrome, predominaram as de identificação de fatores de risco e estudos descritivos e correlacionais entre Burnout e variáveis principalmente sociodemográficas.
Há diversas formas de descrever os comportamento relacionados à Sindrome de Burnout Há diversas maneiras de descrever os comportamentos relacionados à Síndrome de Burnout, o que pode dificultar o levantamento bibliográfico sobre o tema. Benevides-Pereira (2003) aborda a questão:
Bournout: estresse laboral; estresse profissional; estresse assistencial A referência à síndrome, por vezes, ocorre através de outras denominações como: estresse laboral para assinalar a associação necessária ao mundo do trabalho (Büssing & Glaser, 2000; González, 1995; Herrero, Rivera & Martín, 2001; Schaufeli, 1999 como citado em Benevides-Pereira, 2003), ou estresse profissional (May & Revich, 1985, Nunes, 1989 como citado em Benevides-Pereira, 2003), ou estresse assistencial, estresse ocupacional assistencial ou simplesmente estresse ocupacional evidenciando a maior incidência entre aqueles que se ocupam em cuidar de pessoas, independentemente do caráter profissional ou trabalhista (Carlotto, 1999; Firth, 1985; Shoröder, Martín, Fontanais, & Mateo, 1996 como citado em Benevides-Pereira, 2003). Localizamos a expressão síndrome de queimar-se pelo trabalho (Gil-Monte & Peiró, 1997, Seisdedos, 1997 como citado em Benevides-Pereira, 2003) ou desgaste profissional (Moreno-Jiménez, Garrosa, & González, 2000 como citado em Benevides-Pereira, 2003) em alguns estudos espanhóis. No Brasil, encontramos também a referência à neurose profissional ou neurose de exce
Conclusão de Bournout: estresse crônico no trabalho e afeta as relações nas organizações Após explorar a forma como foi citada na bibliografia, o presente trabalho considera que a Síndrome de Burnout se manifesta como uma resposta ao estresse crônico no trabalho e afeta as relações nas organizações, em função da presença de determinadas condições no cotidiano de trabalhadores.
Freudenberger (1974) definiu o que é bournout e , Maslash (1976, 1978, 1979) deu continuidade aos estudos sobre a síndrome O termo Burnout foi utilizado por Freudenberger (1974) para definir um sentimento de fracasso e exaustão causado pelo excessivo desgaste de energia, força ou recursos de alguns profissionais. Concomitantemente, Maslash (1976, 1978, 1979) deu continuidade aos estudos sobre a síndrome e foi responsável pela propagação e o interesse no meio científico com a publicação de artigos na área.
Mendes (2002, p. 1), Burnout pode ser traduzida como apagar-se ou queimar-se, lembrando uma vela que se apaga lentamente Para Mendes (2002, p. 1), Burnout é “[...] um termo da cultura anglo-saxônica e pode ser traduzido para o português como apagar-se ou queimar-se, lembrando de certo modo, a imagem de uma vela ou fogueira apagando-se lentamente”.
O trabalho pode ser a área em que ocorre o sentimento de esgotamento por ser uma área em que há uma grande criação de expectativas Para Freudenberger e Richelson (1987), o sentimento de esgotamento pode ocorrer na área da vida em que há mais expectativas de sucesso – em geral, o trabalho.
Codo e Vasques-Menezes (1999, p. 237): Bournout: um estado crônico de desanimo, apatia e despersonalização Codo e Vasques-Menezes (1999, p. 237) definiram Síndrome de Burnout como “um estado crônico de desânimo, de apatia e de despersonalização”. Maslach, Schaufeli e Leiter (2001) complementam afirmando que é uma “síndrome psicológica em reação a estressores interpessoais crônicos no trabalho”.
Maslasch e Jackson (1981): categorias do bournout: Exaustão; Despersonalização e Perda da realização pessoal Maslasch e Jackson (1981) classificaram a Síndrome de Burnout em três categorias: a) Exaustão emocional (caracterizada por cansaço extremo e sensação de não ter energia para enfrentar o dia de trabalho); b) Despersonalização (adoção de atitude de insensibilidade ou hostilidade em relação às pessoas que devem receber o serviço/cuidado) e c) Perda da realização pessoal (sentimentos de incompetência e de frustração pessoal e profissional).
Benevides-Pereira (2002): SB: sintomas físicos. Psiquiscos, comportamentais e defensivos Benevides-Pereira (2002) caracteriza a SB pela presença de sintomas físicos, psíquicos, comportamentais e defensivos:
Sintomas físicos: fadiga constante e progressiva Os sintomas físicos compreendem a sensação de fadiga constante e progressiva, distúrbios do sono, dores musculares e gastrointestinais, imunodeficiência, transtornos cardiovasculares, distúrbios do sistema respiratório, disfunções sexuais e alterações musculares nas mulheres. Dentre os sintomas de ordem psíquica, temos a falta de atenção, alterações de memória, falta de concentração, sentimento de alienação, de solidão, de insuficiência, impaciência, desânimo, desconfiança e paranoia.
Sintomas comportamentais: falta ou excesso de escrúpulos e irritabilidade Os sintomas comportamentais se expressam pela falta ou excesso de escrúpulos, irritabilidade, agressividade, incapacidade para relaxar, dificuldade de aceitação de mudanças, perda de iniciativa, aumento de consumo de substâncias como, por exemplo, o tabaco e o álcool, entre outros.
Sintomas defensivos: isolamento e sentimento de onipotência Como sintomas defensivos, podemos encontrar a tendência ao isolamento, sentimento de onipotência, perda do interesse pelo trabalho ou pelo lazer e cinismo (Benevides-Pereira, 2002, p. 30).
Sentimento de onipotência: somente a pessoa seria capaz de resolver problemas do trabalho O termo “onipotência” foi citado por Freudenberger (1974) e está relacionado a um sentimento frequente em pessoas com Burnout. Esses indivíduos teriam uma tendência a considerar que somente eles poderiam resolver os problemas em seu trabalho. Assim, apresentam dificuldade para confiar na competência de outras pessoas e delegar tarefas.
Maslach, Schaufeli e Leiter (2001): Elementos comuns da SB: Exaustão mental e emocional; manifestão em pessoas comuns; atitudes e comportamentos negativos diminui a afetividade e desempenho no trabalho Maslach, Schaufeli e Leiter (2001) pontuaram que, nas várias definições do Burnout, embora com algumas questões divergentes, existem, no mínimo, cinco elementos comuns: [...] 1) existe a predominância de sintomas relacionados à exaustão mental e emocional, fadiga e depressão; 2) a ênfase nos sintomas comportamentais e mentais e não nos sintomas físicos; 3) os sintomas de Burnout são relacionados ao trabalho; 4) os sintomas manifestam-se em pessoas ‘normais” que não sofriam de distúrbios psicopatológicos antes do surgimento da síndrome; 5) a diminuição da afetividade e desempenho no trabalho ocorre por causa de atitudes e comportamentos negativos (Maslach, Schaufeli, & Leiter, 2001, p. 31).
Bournout é uma resposta ao estresse acentuado no contexto laboral Em termos gerais, a Síndrome de Burnout é definida como uma forma de responder ao estresse acentuado no contexto laboral, causado por diversos fatores, tanto organizacionais como individuais, que produzem sintomas físicos e comportamentais. Dentre estes sintomas, destaca-se a desumanização como uma alternativa para que o indivíduo consiga lidar com o estresse crônico e se manter no ambiente laboral.
Contexto e Comportamentos Relacionados à Síndrome de Burnout O bournout é uma experiência subjetiva, em quem a tem externa apenas fatores individuais Ao abordar a definição de Burnout, Codo e Vasques-Menezes (1999, p. 237) afirmam que “[...] é uma resposta ao stress laboral crônico que envolve atitudes e condutas negativas com relação aos usuários, clientes, organização e trabalho.” O mesmo autor considera a Síndrome como uma experiência subjetiva, sugerindo a presença de fatores individuais que propiciam o desenvolvimento da condição, sem, no entanto, aprofundar a discussão.
O bournout surge por conta das características individuais do trabalhador A Síndrome de Burnout é definida a partir de distintas concepções. Carlotto (2002) afirma que essa síndrome tem sido abordada a partir da perspectiva clínica, organizacional, sócio-histórica e social – psicológica. Em uma concepção clínica, Freudenberger (1974) definiu a síndrome como um estado e não como um processo. Para ele, a SB é resultado de um trabalho intenso do indivíduo, trabalho este que não atende as necessidades do indivíduo. Nessa concepção, a síndrome é definida em função do tipo de atividade laboral, porém, seu desenvolvimento é influenciado por características pessoais do trabalhador (Carlotto, 2002).
O funcionemento da empresa afeta o comportamento dos trabalhadores, gerando neles o bournout Em uma concepção organizacional, Assis (2006) se fundamentou em Cherniss (1980) para enfatizar as características da empresa como fator desencadeador do Burnout. Nessa perspectiva, o funcionamento da organização pode afetar diretamente o comportamento dos trabalhadores. Cherniss (1980) defende que as três dimensões da síndrome (exaustão emocional, despersonalização e baixo envolvimento pessoal no trabalho) representam “mecanismos de enfrentamento” dos indivíduos em relação ao estresse, a frustração e ao trabalho monótono.
Em uma concepção organizacional, Assis (2006) se fundamentou em Cherniss (1980) para enfatizar as características da empresa como fator desencadeador do Burnout. Nessa perspectiva, o funcionamento da organização pode afetar diretamente o comportamento dos trabalhadores. Cherniss (1980) defende que as três dimensões da síndrome (exaustão emocional, despersonalização e baixo envolvimento pessoal no trabalho) representam “mecanismos de enfrentamento” dos indivíduos em relação ao estresse, a frustração e ao trabalho monótono. Segundo Assis (2006), a compreensão sócio-histórica do Burnout foi abordada por Saranson (1983), que enfatizou como determinante do Burnout o impacto da sociedade, se sobrepondo a questões individuais e organizacionais. Conforme esta perspectiva, ocupações voltadas para a ajuda e para o desenvolvimento de outro ser humano, que se aproximam de uma perspectiva comunitária, seriam incompatíveis com os valores predominantes na sociedade atual (Assis, 2006).
Carlotto (2002), a concepção social: características do ambiente ocasionando o bournout De acordo com Carlotto (2002), a concepção social – psicológica foi introduzida em 1971 por Maslach, a partir de estudos que identificaram caracterísiticas do ambiente, principalmente as relacionadas ao trabalho, contexto desencadeador do Burnout. Atualmente, essa seria a concepção mais utilizada por autores da área.
Fatores do desenvolvimento do bournout: França (1987): individuo muito competente tende a ter bournout Quando se aborda um transtorno ou uma síndrome, pesquisadores tendem a buscar os fatores que influenciam seu desenvolvimento. França (1987, p. 29) apontou: [...] traços de personalidade propensos ao Burnout indicando que o indivíduo geralmente é competente, altamente responsável, com grande energia, está sempre disposto a colaborar com os outros, tem uma necessidade muito grande de vencer e ser reconhecido e mostra dificuldade para relaxar sem certo sentimento de culpa.
Maslash e Leiter (1999): bournout surge quando ocorre um desencontro entre a natureza do trabalho e a natureza da pessoa que o realiza Outros autores, como Maslash e Leiter (1999), descrevem que a Síndrome de Burnout tem surgido como resultado de um desencontro entre a natureza do trabalho e a natureza da pessoa que o realiza. Para estes, o desgaste dos trabalhadores seria um problema do ambiente laboral e ocorreria em função da má organização do trabalho. Relatam como fatores causais para o Burnout, o excesso de atividades laborais, a falta de controle no ambiente ocupacional, a falta de recompensa, a falta de união entre os colaboradores, a falta de equidade - enquanto imparcialidade de gestores e colegas para reconhecer o direito de cada um, de forma equivalente - e conflito de valores no ambiente de trabalho.
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