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AULA 1 - A PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO NAS CIÊNCIAS SOCIAIS
- Em nossa primeira aula iremos problematizar as relações entre ciência e senso comum, a fim de
compreendermos quais são os processos de produção de conhecimentos aplicados nas Ciências Sociais.
- Síntese:
- Formas de conhecimento
- Diferenças metodológicas
- Métodos de pesquisa
- Imaginação sociológica
- Em nossa primeira aula da disciplina “Fundamentos em Ciências Sociais”, problematizamos a relação existente
entre as diversas formas de conhecimento — mítico, filosófico, científico e de senso comum — e aprendemos a
finalidade e a importância de cada uma delas. Analisamos as diferenças metodológicas entre as Ciências
Naturais e as Ciências Sociais. Apresentamos também a distinção entre os métodos de pesquisa qualitativos e
quantitativos, assim como diversos exemplos de técnicas de pesquisa aplicadas às Ciências Sociais, tais como a
etnografia, os questionários, as entrevistas, os grupos focais e a análise histórica.
- Por fim, apontamos a contribuição prática das Ciências Sociais para as nossas vidas, por meio da proposta de
imaginação sociológica de Wright Mills.
- Por fim, apontamos a contribuição prática das Ciências Sociais para as nossas vidas, por meio da proposta de
imaginação sociológica de Wright Mills.
- Formas de conhecimento
- Síntese:
- Conversa Inicial
- Senso comum e conhecimento
científico
- Imagine, por um instante, como seria a nossa sociedade sem o desenvolvimento da ciência. Como
faríamos para nos comunicar ou mesmo nos deslocar em grandes distâncias? De que forma
trataríamos as doenças que nos afligem? Será que nossa vida seria mais simples e tranquila? Ou, pelo
contrário, seria ainda mais difícil e exigente? Vivemos em um mundo complexo e dinâmico, no qual as
informações circulam com extrema velocidade, influenciando a forma como agimos, pensamos e
sentimos. No entanto, esse novo mundo no qual vivemos não é fruto do mero acaso, e sim o resultado
de uma série de transformações sociais e materiais que ocorreram ao longo da história.
- Um dos principais fatores que influenciaram a complexidade do mundo no qual estamos inseridos foi o
desenvolvimento da Ciência Moderna, que tem intuito fundamental de compreender e transformar a
realidade. A ciência faz parte de nossas vidas. Está presente nos currículos escolares, nos artigos de
jornais e revistas, nos rótulos dos alimentos, nas bulas de remédio e nos manuais dos
eletrodomésticos. Mesmo não sendo cientistas, usufruímos cotidianamente dos produtos e das
explicações fornecidas pela ciência.
- As transformações proporcionadas pela Ciência Moderna não surgiram por acaso
- Do Mito à Filosofia
- Mitos: narrativas que buscam explicar a origem e a organização do mundo ao nosso redor
- Filosofia: surgimento entre os pensadores gregos da Antiguidade
- Conhecimento racional e sistemático acerca do sentido da vida, o funcionamento do universo e
questões intrínsecas ao ser humano
- Da Filosofia à Ciência
- Ciência moderna: sistematização do mundo
- Método racional de observação, levantamento de hipóteses e experimentação
- Comprovar a veracidade ou falsidade de suas teorias
- 1- Observação: Primeiras impressões e observações espontâneas acerca dos fenômenos.
- 2- Formulação de hipóteses: Formulação de proposições antecipadas que conduzam a coleta de dados.
- 3- Seleção de dados: Observação sistemática e seleção dos dados a partir das hipóteses levantadas.
- 4- Experimentação: Processo de aplicação sistemático e planejado de técnicas especificas de pesquisa.
- 5- Obtenção de padrões: Resultados constantes e persistentes verificados na experimentação.
- 6- Generalização: Elaboração de teorias, generalizações que revelam dados comuns e constantes.
- Ciência e Senso Comum
- Senso comum: forma de conhecimento prático, intuitivo, não especializado, compartilhado entre as
pessoas, a fim de orientar suas ações no cotidiano
- Forma de conhecimento que viabiliza a transmissão de conhecimentos úteis à sobrevivência
- Sua reprodução mecânica também pode levar ao “engessamento” de algumas formas de conhecimento
- Sua reprodução mecânica também pode levar ao “engessamento” de algumas formas de conhecimento
- Forma de conhecimento que viabiliza a transmissão de conhecimentos úteis à sobrevivência
- Senso comum: forma de conhecimento prático, intuitivo, não especializado, compartilhado entre as
pessoas, a fim de orientar suas ações no cotidiano
- Ciência e Senso Comum
- 6- Generalização: Elaboração de teorias, generalizações que revelam dados comuns e constantes.
- 5- Obtenção de padrões: Resultados constantes e persistentes verificados na experimentação.
- 4- Experimentação: Processo de aplicação sistemático e planejado de técnicas especificas de pesquisa.
- 3- Seleção de dados: Observação sistemática e seleção dos dados a partir das hipóteses levantadas.
- 2- Formulação de hipóteses: Formulação de proposições antecipadas que conduzam a coleta de dados.
- 1- Observação: Primeiras impressões e observações espontâneas acerca dos fenômenos.
- Comprovar a veracidade ou falsidade de suas teorias
- Método racional de observação, levantamento de hipóteses e experimentação
- Ciência moderna: sistematização do mundo
- Da Filosofia à Ciência
- Conhecimento racional e sistemático acerca do sentido da vida, o funcionamento do universo e
questões intrínsecas ao ser humano
- Mitos: narrativas que buscam explicar a origem e a organização do mundo ao nosso redor
- Do Mito à Filosofia
- As transformações proporcionadas pela Ciência Moderna não surgiram por acaso
- Um dos principais fatores que influenciaram a complexidade do mundo no qual estamos inseridos foi o
desenvolvimento da Ciência Moderna, que tem intuito fundamental de compreender e transformar a
realidade. A ciência faz parte de nossas vidas. Está presente nos currículos escolares, nos artigos de
jornais e revistas, nos rótulos dos alimentos, nas bulas de remédio e nos manuais dos
eletrodomésticos. Mesmo não sendo cientistas, usufruímos cotidianamente dos produtos e das
explicações fornecidas pela ciência.
- Imagine, por um instante, como seria a nossa sociedade sem o desenvolvimento da ciência. Como
faríamos para nos comunicar ou mesmo nos deslocar em grandes distâncias? De que forma
trataríamos as doenças que nos afligem? Será que nossa vida seria mais simples e tranquila? Ou, pelo
contrário, seria ainda mais difícil e exigente? Vivemos em um mundo complexo e dinâmico, no qual as
informações circulam com extrema velocidade, influenciando a forma como agimos, pensamos e
sentimos. No entanto, esse novo mundo no qual vivemos não é fruto do mero acaso, e sim o resultado
de uma série de transformações sociais e materiais que ocorreram ao longo da história.
- A produção do conhecimento nas Ciências Sociais
- A Ciência moderna, pautada nos ideais de objetividade, neutralidade e racionalidade, teve a sua origem
no século XVI, com o desenvolvimento dos métodos de pesquisa das Ciências Naturais, principalmente
com os avanços da Química, Astronomia e Biologia. A partir do século XIX, tal modelo de racionalidade
também se estendeu ao desenvolvimento das Ciências Sociais, mais especificamente à Sociologia,
ciência destinada à explicação científica dos fenômenos sociais. Um dos principais defensores da
transposição dos métodos das Ciências Naturais para as Ciências Sociais foi o filósofo francês Auguste
Comte (1798-1857), criador de uma corrente filosófica denominada Positivismo, que lograva identificar,
pela aplicação de métodos racionais e científicos, os princípios e as leis que governavam a realidade
social.
- Em última instância, o pensador defendia que as Ciências Sociais deveriam atingir a mesma
neutralidade, imparcial e objetiva, da Física, Química e Biologia.
- Auguste Comte (1798–1857)
- Surgimento da Ciência Moderna
- O surgimento do termo Sociologia
- O positivismo de Auguste Comte
- Émile Durkheim (1858–1917)
- A Sociologia como Ciência
- Definição de um objeto para a Sociologia
- Proximidade com as Ciências Naturais
- Max Weber (1864–1920)
- A necessidade de um método próprio para a Sociologia
- A subjetividade e o sentido atribuído pelos indivíduos
- A subjetividade e o sentido atribuído pelos indivíduos
- A necessidade de um método próprio para a Sociologia
- Max Weber (1864–1920)
- Proximidade com as Ciências Naturais
- Definição de um objeto para a Sociologia
- A Sociologia como Ciência
- Émile Durkheim (1858–1917)
- O positivismo de Auguste Comte
- O surgimento do termo Sociologia
- Surgimento da Ciência Moderna
- Auguste Comte (1798–1857)
- Em última instância, o pensador defendia que as Ciências Sociais deveriam atingir a mesma
neutralidade, imparcial e objetiva, da Física, Química e Biologia.
- A Ciência moderna, pautada nos ideais de objetividade, neutralidade e racionalidade, teve a sua origem
no século XVI, com o desenvolvimento dos métodos de pesquisa das Ciências Naturais, principalmente
com os avanços da Química, Astronomia e Biologia. A partir do século XIX, tal modelo de racionalidade
também se estendeu ao desenvolvimento das Ciências Sociais, mais especificamente à Sociologia,
ciência destinada à explicação científica dos fenômenos sociais. Um dos principais defensores da
transposição dos métodos das Ciências Naturais para as Ciências Sociais foi o filósofo francês Auguste
Comte (1798-1857), criador de uma corrente filosófica denominada Positivismo, que lograva identificar,
pela aplicação de métodos racionais e científicos, os princípios e as leis que governavam a realidade
social.
- Praticando a Imaginação Sociológica
- Após compreendermos as origens do conhecimento mítico, o desenvolvimento dos conhecimentos
filosófico e científico até finalmente chegarmos no processo de produção do conhecimento das Ciências
Sociais, é provável que você esteja se questionando acerca da finalidade prática das Ciências Sociais. Em
outras palavras, qual é a contribuição das Ciências Sociais para as nossas vidas? Em “Aprendendo a
pensar com a sociologia”, os sociólogos Zygmunt Bauman e Tim May sinalizam que o conhecimento
sociológico oferece algo fundamental para a vida em geral: “uma interpretação das experiências por
meio dos processos de entendimento e de explicação” (BAUMAN, 2010, p. 265). Os autores se referem à
Sociologia como uma espécie de mapa da vida social, no sentido que a disciplina é capaz de fornecer
uma série de notas explicativas para as nossas experiências, ampliando nossos horizontes de
compreensão.
- Sociologia: mapa da vida social, com notas explicativas sobre nossas experiências
- Desvendar os mistérios que existem por trás das fachadas das relações sociais
- Imaginação sociológica: é uma forma reflexiva de pensar as nossas práticas, as tradições que as
sustentam e os motivos que justificam a sua persistência
- Considera o indivíduo como resultado do meio social
- O fenômenos sociais devem ser compreendidos em seu contexto de interações
- Corresponde a um pensamento sobre as relações entre a nossa história de vida, o tempo histórico em
que vivemos e as estruturas sociais nas quais estamos inseridos
- Considera o indivíduo como resultado do meio social
- Imaginação sociológica: é uma forma reflexiva de pensar as nossas práticas, as tradições que as
sustentam e os motivos que justificam a sua persistência
- Desvendar os mistérios que existem por trás das fachadas das relações sociais
- Sociologia: mapa da vida social, com notas explicativas sobre nossas experiências
- Após compreendermos as origens do conhecimento mítico, o desenvolvimento dos conhecimentos
filosófico e científico até finalmente chegarmos no processo de produção do conhecimento das Ciências
Sociais, é provável que você esteja se questionando acerca da finalidade prática das Ciências Sociais. Em
outras palavras, qual é a contribuição das Ciências Sociais para as nossas vidas? Em “Aprendendo a
pensar com a sociologia”, os sociólogos Zygmunt Bauman e Tim May sinalizam que o conhecimento
sociológico oferece algo fundamental para a vida em geral: “uma interpretação das experiências por
meio dos processos de entendimento e de explicação” (BAUMAN, 2010, p. 265). Os autores se referem à
Sociologia como uma espécie de mapa da vida social, no sentido que a disciplina é capaz de fornecer
uma série de notas explicativas para as nossas experiências, ampliando nossos horizontes de
compreensão.
- Métodos de Investigação das Ciências Sociais
- A distinção entre as Ciências da sociedade e as Ciência da natureza foi, e ainda é, objeto de inúmeras
disputas e controvérsias entre diferentes campos de estudo. Em particular, na oposição existente entre a
pesquisa quantitativa, que prioriza amostras grandes, análise de dados brutos e resultados que podem
ser quantificados, e a pesquisa qualitativa, que não se preocupa com a representatividade numérica,
mas como o aprofundamento da compreensão de um grupo social e da explicação do universo simbólico,
que envolve motivos, crenças, valores e atitudes. Por vezes, observa-se certa resistência aos métodos
qualitativos, que são bastante aplicados nas Ciências Sociais. A fim de resolver tal questão, Minayo &
Minayo-Gómez (2003) salientam que cada método — quantitativo ou qualitativo — tem por objetivo
conduzir o investigador, da melhor forma possível, a encontrar respostas para suas perguntas.
- Desse modo, nenhum método é melhor que o outro. O importante é que a produção do conhecimento
científico, dos fenômenos naturais ou sociais, ocorra por meio de um “olhar disciplinado” por parte do
pesquisador, de um exame minucioso que leve em consideração diversos procedimentos, com o
objetivo de interpretar os fatos que estão inseridos em determinada realidade.
- Quantitativos:
- Questionários: Facilita sistematização de grande quantidade de informação
- Entrevistas: pode ser estruturada ou em profundidade
- Etnografia: imersão nas dinâmicas do grupo estudado
- Grupos focais: entrevistas em grupo
- Análise documental
- Questionários: Facilita sistematização de grande quantidade de informação
- Qualitativos:
- Quantitativos:
- Desse modo, nenhum método é melhor que o outro. O importante é que a produção do conhecimento
científico, dos fenômenos naturais ou sociais, ocorra por meio de um “olhar disciplinado” por parte do
pesquisador, de um exame minucioso que leve em consideração diversos procedimentos, com o
objetivo de interpretar os fatos que estão inseridos em determinada realidade.
- A distinção entre as Ciências da sociedade e as Ciência da natureza foi, e ainda é, objeto de inúmeras
disputas e controvérsias entre diferentes campos de estudo. Em particular, na oposição existente entre a
pesquisa quantitativa, que prioriza amostras grandes, análise de dados brutos e resultados que podem
ser quantificados, e a pesquisa qualitativa, que não se preocupa com a representatividade numérica,
mas como o aprofundamento da compreensão de um grupo social e da explicação do universo simbólico,
que envolve motivos, crenças, valores e atitudes. Por vezes, observa-se certa resistência aos métodos
qualitativos, que são bastante aplicados nas Ciências Sociais. A fim de resolver tal questão, Minayo &
Minayo-Gómez (2003) salientam que cada método — quantitativo ou qualitativo — tem por objetivo
conduzir o investigador, da melhor forma possível, a encontrar respostas para suas perguntas.
- Contextualizando
- História Ana Luiza e João Carlos
- As Ciências Sociais podem nos ajudar a interpretar essas diferentes trajetórias de vida?
- Esse conhecimento produzido pode ser utilizado para compreender nosso cotidiano?
- Na
prática
- A. As histórias de Ana Luísa e João Carlos não constituem objeto de análise para as Ciências Sociais
- B. A partir dessa história, podemos compreender melhor os efeitos da desigualdade social no acesso a
determinados serviços e direitos sociais
- C. As Ciência Sociais também consideram como objeto de pesquisa as trajetórias pessoais, analisadas
por meio dos métodos de pesquisa qualitativos
- A. As histórias de Ana Luísa e João Carlos não constituem objeto de análise para as Ciências Sociais
- As Ciências Sociais podem nos ajudar a interpretar essas diferentes trajetórias de vida?
- História Ana Luiza e João Carlos
- Senso comum e conhecimento
científico
- Referências de Apoio
- BAUMAN, Z.; MAY, T. Aprendendo a pensar sociologicamente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010
- GIDDENS, A. Sociologia. Porto Alegre: Artmed, 2005.
- GIDDENS, A.; TURNER, J. (Orgs). Teoria social hoje. São Paulo: Editora UNESP, 1999.
- MAGALHÃES, G. Introdução à metodologia científica: caminhos da ciência e tecnologia. São Paulo: Ática,
2005.
- MILLS, C. Wright. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1965.
- PREMEBIDA, A. et. al. Pesquisa social. Curitiba: Intersaberes, 2013.
- RICHARDSON, R. J. Pesquisa social: métodos e técnicas. São Paulo: Atlas, 2009.
- SANTOS, B. de S. Um discurso sobre as ciências. São Paulo: Cortez, 2008.
- BAUMAN, Z.; MAY, T. Aprendendo a pensar sociologicamente. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2010
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