A Primeira Guerra Mundial havia acabado, e muitos dos fatores básicos, considerados raízes
desse conflito, não haviam sido solucionados. Historiadores e economistas afirmam que foi
exatamente o liberalismo extremado o causador da crise econômica nascida nos Estados Unidos
e difundida pelo mundo em seus reflexos incontroláveis. Esse momento perturbador do sistema
capitalista entrou para a História como a Crise de 1929, que levou à quebra da Bolsa de Valores
de Nova York. O questionamento da economia se tornou mais amplo após a Revolução Russa,
quando um novo modelo econômico foi implantado, pretendendo diminuir ao máximo as
injustiças e fragilidades resultantes dos modelos existentes até então.
CARACTERÍSTICAS DE UM ESTADO TOTALITÁRIO
A principal característica de um Estado totalitário é a forte presença do Estado em todos
os aspectos da vida, dos cidadãos. A segunda característica resulta da primeira. Essa
característica antidemocrática se evidencia por meio da imposição do monopartidarismo
e da censura sobre todos os meios de comunicação, que se tornam instrumentos do
Estado. Outro aspecto marcante encontrado nos Estados totalitários é o nacionalismo
extremado, marcado pela difusão de ideias que defendiam os interesses gerais da nação.
O militarismo também constitui uma característica marcante dos Estados totalitários.
A ITÁLIA FASCISTA
As origens do fascismo estão fortemente relacionadas à situação politica e econômica em que se encontrava a Itália
após a Primeira Guerra Mundial. A direita procurava apoio em qualquer movimento. Dentre esses movimentos,
destacou-se o Partido Fascista, que se propunha a combater a crescente influência dos socialistas. Em outubro de 1922,
ocorreu a Marcha sobre Roma, quando o os camisas negras avançaram sobre a cidade de Roma exigindo mudanças.
Com isso, o rei se viu obrigado a entregar os ministérios aos fascistas. A reação socialista foi prontamente reprimida
pelos fascistas, que se estabeleceram definitivamente no poder. O governo fascista passou a incentivar o crescimento
demográfico, visando, entre outros objetivos, ao aumento da oferta de braços para o trabalho e para o Exército. Essa
nova situação gerou exigências econômicas que levaram o governo a tomar uma série de medidas de ajuste às novas
condições. Dentre elas, destacou-se o incentivo à produção agrícola e industrial.
A ALEMANHA NAZISTA
A autoimagem do povo alemão estava profundamente ferida, o que abria espaço para novas propostas ideológicas e
de organização político-econômica. Porém, assim como na Itália, a direita se amedrontou e começou a abrir espaço
para grupos paramilitares de extrema direita. Dentre esses, o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães
(popularmente conhecido como nazista) destacava-se por suas ações de repressão a algumas organizações de
esquerda. O ano de 1923 foi muito turbulento para os alemães, e diante desse quadro, o partido nazista cresceu
muito, tornando-se o refúgio de uma direita amedrontada que viu no partido a única opção diante das ameaças da
esquerda. As bases militares da organização partidária nazista tomaram a frente no processo de "restabelecimento
da ordem", como afirmavam. Eleições parlamentares foram realizadas no fim de 1932. Os nazistas se fortaleceram,
porém, o então presidente, Hindenburg, ainda tentava se equilibrar entre os extremismos que se desenhavam.
A ESPANHA FRANQUISTA
Outro regime totalitarista de direita tomou lugar na Espanha, muito próximo ao início da Segunda Guerra
Mundial. O acontecimento histórico que marcou a ascensão do fascismo espanhol (franquismo) foi a Guerra
Civil Espanhola, considerada também um "ensaio" para a Segunda Guerra Mundial. Após o domínio
napoleônico durante o início do século XIX, o Absolutismo procurou se restabelecer na Espanha. Durante a Era
das Restaurações, a monarquia foi restaurada, mas sem a força anterior. Uma primeira república chegou a ser
proclamada, mas logo foi substituída por uma monarquia. A República foi proclamada pela segunda vez, mas a
instabilidade permaneceu. O resultado dessa guerra civil foi a vitória da Falange e o estabelecimento de uma
ditadura de caráter fascista, que teve início no ano de 1939.
A CRISE DE 1929
O capitalismo financeiro tem como característica a existência de poderosos
grupos econômico-financeiros ligados a grandes investidores que aplicam seus
recursos em várias partes do mundo, seguindo sempre o objetivo máximo do
sistema, que é a acumulação de capitais. No início do século XX, uma nova crise
abalou profundamente o sistema. Novamente as raízes desse momento de
crise se caracterizaram pela produção muito acima da capacidade de consumo.
O eixo econômico mundial, anteriormente localizado na Europa, deslocou-se para os Estados Unidos,
que passou de devedor a credor durante o conflito. A produção crescia continuamente, as aplicações
financeiras em bolsas de valores disparavam, o mundo se ligava cada vez mais ao mercado
americano, e a cidade de Nova York se estabelecia como centro financeiro mundial.
Resumindo, o resultado foi uma violenta queda no valor das ações, destacadamente na semana do
dia 24 de outubro de 1929, que entrou para a História como o dia da quebra da Bolsa de Valores de
Nova York. O início da superação desse difícil momento se deu por meio do New Deal ("Novo
Acordo"), nome dado ao plano de recuperação econômica implantado pelo presidente Franklin
Delano Roosevelt.