Depreende-se que, para isso,
são relevantes os eixos
norteadores da práxis de
Psicologia comunitária, entre os
quais a análise, a vivência e a
co- construção de atividades
comunitárias, mediante
metodologias participativas. Por
fim, são ressaltadas também as
possíveis limitações
contingenciais à aproximação
entre a Psicologia comunitária e
a Proteção Social Básica.
Em meio à muldimensionalidade
de questões que envolvem a
Proteção Social Básica e também a
pluralidade da Psicologia, este
artigo objetiva traçar diálogos
teóricometodológicos entre a práxis
de Psicologia comunitária e a
proposta de Proteção Social Básica
relativa ao desenvolvimento de
vínculos sociais no território onde
vivem as famílias assistidas.
Políticas (públicas) sociais e política
de assistência social: breve histórico
através da participação de vários atores e movimentos
sociais, tem início um processo de discussão e de
proposição de uma lei que regulamentasse a assistência a
pessoas que viviam em situação de “vulnerabilidade
social”. Em 1988, tem-se a promulgação da vigente
Constituição Federal, e, com ela, a afirmação da
assistência social como direito do cidadão e dever do
Estado, compondo o tripé da seguridade social, ao lado
da saúde e da previdência social.
Diante de tal panorama, torna-se importante a reflexão em torno dos recursos teóricos
e metodológicos que ambos os profissionais – e, nos propósitos deste artigo, que o
psicólogo – podem lançar mão para a realização das ações propostas e, em
conseqüência, para o alcance dos objetivos da PSB. Para tal, serão tecidas adiante
articulações entre as questões-chave que balizam a Proteção Social Básica e alguns
pontos conceituais e operativos que configuram a práxis de Psicologia comunitária.
Proteção social básica e
Psicologia comunitária:
diálogos possíveis
Psicologia comunitária é uma área da
Psicologia social que estuda a atividade do
psiquismo decorrente do modo de vida do
lugar/comunidade.... Visa ao
desenvolvimento da consciência dos
moradores como sujeitos históricos e
comunitários, através de um esforço
interdisciplinar que perpassa a organização
e o desenvolvimento dos grupos e da
comunidade.
Consideradas essas possibilidades
aproximativas entre a práxis da Psicologia
comunitária e a proposta da Proteção Social
Básica, cumpre assinalar também alguns
pontos de tensionamentos que podem
configurar o diálogo entre ambas. Eis o
intuito da próxima seção, que, em vez de se
ater a aportes previstos na política de
assistência social, destacará elementos que,
contingencialmente, atravessam as práticas
cotidianas de proteção social básica.
Pontos de tensão nos diálogos entre Psicologia
comunitária e Proteção Social Básica
As considerações sobre possíveis pontos de tensão
entre a Psicologia comunitária e a Proteção Social
Básica não podem prescindir de reflexões em torno
das limitações de ambas as práticas – da Psicologia
e da política pública – e de sua relação.
Finalmente, aqui se advoga que o olhar crítico para os eventuais pontos de tensão entre a
Psicologia comunitária e a Proteção Social Básica é elemento indispensável à atuação do psicólogo
nesse espaço. No entanto, vale lançar, paralelamente, a atenção sobre as prováveis vias de
articulação entre ambas e sobre os canais possíveis para a efetivação de uma práxis que tenha como
horizonte político a emancipação social.