Pierre Bourdieu: O Poder Simbólico - Capítulos I e II

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Pierre Bourdieu: O Poder Simbólico - Capítulos I e II
  1. Capítulo I: Sobre o poder simbólico
    1. O poder simbólico é, com efeito, esse poder invisível o qual só pode ser exercido com a cumplicidade daqueles que não querem sabem lhe estão sujeitos ou mesmo que o exercem. P. 7-8
      1. 1. Os sistemas simbólicos (arte, religião, lingua) como estruturas estruturantes
        1. O autor passa em revista sobre os autores que pensaram as formas simbólicas dentro de uma perspectiva seja, idealista, sociológica ou, nas palavras do autor: "a objetividade do sentido do mundo define-se pela concordância das subjetividades estruturantes (senso = consenso)".
          1. 2. Os sistemas simbólicos como estruturas estruturadas (passiveis de uma análise estrutural)
            1. Primeira síntese: Os sistemas simbólicos, como instrumentos de conhecimento e de comunicação, só podem exercer um poder estruturante porque são estruturados. Os símbolos são os instrumentos por excelência da <integração social>: enquanto instrumentos de conhecimento e de comunicação, eles tornam possível o consensus acerca do sentido do mundo social que contribui fundamentalmente para a reprodução da ordem social: a integração lógica é a condição da integração moral.
              1. 3. As produções simbólicas como instrumentos de dominação
                1. A cultura que une é também a cultura que separa (instrumento de distinção) e que legitima as distinções compelindo todas as culturas (designadas como subculturas) a definirem-se pela sua distância em relação à cultura dominante.
                  1. Os sistemas simbólicos cumprem a sua função política de instrumentos de imposição ou de legitimação da dominação, que contribuem para assegurar a dominação de uma classe sobre a outra (violência simbólica) dando reforço da sua própria força às relações de forças que fundamentam e contribuindo assim, segundo a expressão de Weber, para a <domesticação dos dominados>.
                    1. O poder simbólico como poder de constituir o dado pela enunciação, de fazer ver e fazer crer, de confirmar ou de transformar a visão do mundo e, deste modo, a ação sobre o mundo, portando o mundo; poder quase mágico que permite obter o equivalente daquilo que é obtido pela força (física ou econômica), graças ao efeito específico de mobilização, só se exerce se for reconhecido, quer dizer, ignorado como arbitrário.
                      1. Isto significa que o poder simbólico não reside nos sistemas simbólicos, em forma de uma illocutionary force, mas que se define numa relação determinada - e por meio desta - entre os que exercem o poder e o que lhe estão sujeitos, quer dizer, isto é, na própria estrutura do campo em que se produz e se reproduz a crença.
    2. Capítulo II: Introdução a uma sociologia reflexiva
      1. Ensinar um ofício: aqui o autor se opõe ao modo de operação científico convencional e douto, uma vez que que este modo pretenso de fazer sociologia não leva em conta "um modo de produção científico que supõe um modo de percepção, um conjunto de princípios de visão e de divisão, a única maneira de adquirir é o de o ver operar praticamente ou de observar o modo como este HABITUS científico" opera sem necessariamente se tornar explícito em preceitos formais, <reage> perante opções práticas.
        1. Pensar relacionalmente: se relaciona com a dinâmica de construção do objeto de pesquisa. "A construção do objeto não é uma coisa que se produza de uma assentada, por uma espécie de ato inaugural, e o programa de observações ou de análises por meio do qual a operação se efetua não é um plano que se desenhe antecipadamente, à maneira de um engenheiro: é um trabalho de grande folego, que se realiza pouco a pouco, por retoques sucessivos, por uma série de correções, de emendas, sugeridos por o que se chama o ofício, quer dizer, esse conjunto de princípios práticos que orientam as opções ao mesmo tempo minúsculas e decisivas". P. 26-27
          1. Atenta para o pesquisador não cair na armadilha do objeto pré-construído. Trata-se de interrogar SISTEMATICAMENTE o caso particular, invariante, constituído como <caso particular do possível>.
            1. Uma dúvida radical: Mais uma vez, chama atenção para o perigo do conhecimento pré-construído. Uma ciência que se esquece de por a si mesma em causa. Para não ser objeto dos problemas que se tomam para objeto, é preciso fazer a história social da emergência desses problemas, da sua constituição progressiva, do trabalho coletivo - frequentemente realizado na na concorrência e na luta.
              1. É preciso objetivar os esquemas do senso prático, para impedir que que a razão prática chegue a contaminar a razão científica, para evitar que se trate como instrumento do conhecimento, quer dizer, tudo o que se faz o sentido prático do mundo social, os pressupostos, os esquemas de percepção e de compreensão.
                1. A objetivação participante = implica ruptura das aderências e das adesões mais profundas e mais inconscientes, justamente aquela que, muitas vezes, constituem o interesse do próprio objeto estudado para aquele que o estuda, tudo aquilo que ele menos pretende conhecer na sua relação com o objeto que ele procura conhecer.
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