Leishmaniose tegumentar

Conceitos básicos
1. Doença infecciosa, não contagiosa, com evolução eminentemente crônica
  1. Infecção cutânea ou mucocutânea
2. Protozoonose
  1. Transmitida ao homem pela picada do flebótomo fêmea infectado
    1. Mosquito-palha / Birigui
  2. É causada por protozoários do gênero Leishmania
Epidemiologia
1. Problema de saúde pública no Brasil
  1. Cerca de 35 mil novos casos por ano
  2. A Bahia é um dos estados com maior incidência de casos no país
2. Segunda maior protozoonose transmitida por vetores do mundo, atrás da malária, apenas
  1. Atinge principalmente países subdesenvolvidos ou em desenvolvimento
Etiopatogenia
1. Quando a fêmea do flebotomíneo se alimenta do sangue humano, inocula as formas promastigotas do parasita na pele, ativando a resposta imune do hospedeiro (geralmente Th1)
  1. Os protozoários flagelados então penetram nos macrófagos e monócitos da derme e hipoderme
    1. Em seguida perdem seu flagelo e convertem-se na forma amastigota (intracelular)
      1. Proliferação do protozoário na pele do indivíduo
      2. Através da histologia podemos ver a presença do protozoário (forma amastigota) no interior dos macrófagos
    2. Os monócitos carreiam a Leishmania pela corrente sanguínea, podendo disseminar a infecção para outros tecidos (como as mucosas)
  2. Protozoário do gênero Leishmania e subgêneros Leishmania e Viannia
    1. Principais espécies do parasita no Brasil
      1. Leishmania (V.) guyanensis
        Forma cutânea com lesões múltiplas, mais comum na região norte, acima do rio Amazonas
      2. Leishmania (L.) amazonensis
        Principal responsável pela forma cutânea anérgica difusa
        Única do subgênero Leishmania no Brasil e predomina na Amazônia
      3. Leishmania (V.) brasilienses
        Mais comum agente das formas cutâneas e mucocutâneas no Brasil e Américas
  3. Ciclo de vida
    1. Forma promastigota
      1. Forma flagelada que desenvolve-se no TGI do flebotomíneo
        É inoculada durante a picada
    2. Forma amastigota
      1. Forma aflagelada presente no interior das céluas após a fagocitose
Conhecida popularmente como “úlcera de Bauru” ou “ferida brava”
Manifestação clínica
1. A úlcera é a apresentação mais frequente (cerca de 95%)
  1. Característica circular, com bordas elevadas e infiltradas (em moldura), fundo com granulação grosseira e avermelhada, recoberta por exsudato
  2. Tendência a involuir espontaneamente na maioria dos casos, após 6-15 meses, deixando cicatriz atrófica
2. As manifestações clínicas dependem da espécie de Leishmania inoculada, do estado imunológico do hospedeiro, da espécie de flebótomo transmissor e do tamanho do inóculo
3. Disseminação hematogênica para as mucosas da nasofaringe com consequente disfunção e/ou destruição destes tecidos

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