Modernidade Líquida - BAUMAN

1.Emancipação
1. O Equilíbrio entre liberdade e ausência de liberdade pode ser alcançado e mantido de duas maneiras diferentes: ou reduzindo os desejos e/ou a imaginação, ou ampliando nossa capacidade de ação.
  1. As pessoas podem não querer ser livres e rejeitarem a perspectiva da libertação pela dificuldade que o exercício da liberdade pode acarretar.
    1. A Liberdade tem um custo
      1. Matrix
      2. Caverna de Platão
      3. Eu quero encarar a liberdade?
      4. É mais fácil seguir a onda ...
2. 1.1 As Bençãos Mistas da Liberdade
  1. A libertação é uma benção ou uma maldição? Eu realmente desejo ser libertado?
    1. Matrix /// Soma (Admirável Mundo Novo)
  2. A verdade que torna os homens livres é, na maioria dos casos, a verdade que os homens preferem não ouvir.
  3. Não outro caminho para buscar a libertação senão submeter-se à sociedade e seguir suas normas
  4. A liberdade não pode ser ganha contra a sociedade. A rebelião contra as normas traz uma agonia perpétua de indecisão.
  5. A ausência das normas é o pior que pode acontecer às pessoas em sua luta para dar conta dos afazeres da vida.
  6. A liberdade possível de alcançar já foi atingida.
3. 1.2 As Casualidades e a Sorte Cambiantes da Crítica
  1. Nossa sociedade (livre) fez da crítica da realidade, da insatisfação com "o que aí está" e da expressão dessa insatisfação uma parte inevitável e obrigatória dos afazeres da vida.
  2. Nossa sociedade sente-se absolvida do dever de examinar, demonstrar, justificar a validade de suas suposições tácitas declaradas.
  3. Somos seres livres e críticos, mas com crítidas infundadas. Criticar por criticar.
  4. Antes uma crítica ao estilo do produtor. Agora uma crítica ao estilo do consumidor.
  5. A modernidade sólida era impregnada da tendência ao totalitarismo. Um dos seus principais ícones era a fábrica fordista, que reduzia as atividades humanas a movimentos rotineiros,
  6. O principal objetivo da teoria crítica era a defesa da autonomia, da liberdade de escolha e da auto-afirmação humana, do direito de ser e permanecer diferente.
  7. Ser moderno passou a significar ser incapaz de parar e ainda menos capaz de ficar parado. A CONSUMAÇÃO ESTÁ SEMPRE NO FUTURO
  8. Há duas características que tornam nossa modernidade diferente:
    1. Declínio da crença na perfeição, do completo domínio sobre o futuro.
    2. Desregulamentação. Privatização de tarefas
  9. Ausência de Líderes
    1. Cada um por si
4. 1.3 O Indivíduo em Combate com o Cidadão
  1. Apresentação dos membros como indíviduo é a marca registada da sociedade moderna.
  2. Os seres humanos não mais nascem em suas indentidades.
  3. Não basta ter nascido como burgues, é preciso viver como burgues.
  4. Na era pré-moderna, quem nascia campones, seria sempre campones
  5. A mesma coisa em relação a ricos e pobres nos tempos modernos
  6. A divisão em classes foi um resultado secundário do acesso desigual aos recursos necessários para tornar a auto-afirmação eficaz.
  7. O Coletivismo foi a primeira opção de estratégia para aqueles situados na ponta receptora da individualização mas incapazes de se auto-afirmar enquanto indivíduos e limitados a seus recursos individuais.
  8. Na modernidade líquida, as pessoas estão constantemente em movimento. Não acomodam-se em um único lugar. As classes (conjunto de pessoas) são menos fortes. O processo que prevalece é a individualização.
  9. Liberdade e individualidade se confundem. A busca pela liberdade está gerando a individualização.
  10. A busca por interesses coletivos não seriam mais fácil do que o somatório de interesses individuais?
  11. A convergência das queixas individuais em interesses compartilhados, e depois em ação conjunta, é complexa uma vez que as aflições individualizadas nos dias de hoje não podem ser somadas numa causa comum.
  12. Libertar as pessoas pode torná-las indiferentes. O indivíduo é o pior inimigo do cidadão.
  13. As únicas 2 coisas úteis que se espera do poder público é que sejam observados os direitos humanos e que permita cada um seguir seu próprio caminho em paz.
  14. O outro lado da individualização é a lenta desintegração da cidadania.
  15. A construção da comunidade se resume ao compartilhar intimidades por meio de redes (sociais)
    1. Estas comunidades são frágeis e transitórias (LÍQUIDAS)
5. 1.4 O Compromisso da Teoria Crítica na Sociedade dos Indivíduos
  1. Vivemos um tempo de cadeados, muros, cercas, ronda dos bairros e vigilantes
  2. Há um grande abismo na condição de indivíduos de jure e de fato (controlar seus destinos e tomar decisões que realmente desejam)
  3. Este abismo não pode ser transposto por esforços individuais, mas POLÍTICOS (comuns)
  4. Antes a teoria crítica defendia o indivíduo da opressão pública. Agora, busca defender o espaço público.
  5. Hoje o privado coloniza o espaço público
  6. Os princípios estratégicos favoritos dos poderes existentes hoje são FUGA, EVITAÇÃO e DESCOMPROMISSO, e sua condição é a INVISIBILIDADE
  7. O espaço público está cada vez mais vazio de questões públicas.
  8. Na ponta da corda que sofre as pressões individualizantes, os indivíduos estão sendo despidos da armadura protetora da cidadania e expropriados de suas capacidades e interesses de cidadãos.
  9. Cabe a teoria crítica recriar a Ágora. Se o velho objetivo da teoria crítica (Emancipação Humana) tem qualquer significado hoje, ele é o de reconectar as duas faces do abismo que abriu entre a realidade do individuo de jure e as perspectivas do indivíduo de facto.
6. 1.5 A Teoria Crítica Revisitada
  1. A chegada da visão quase nunca é bem vinda para aqueles que se acostumaram a viver sem ela como doce perspectiva da liberdade
  2. Como limitar o impacto corruptor do poder e da dominação, vistos agora como principal veículo portador da mensagem aos recalcitrantes e indiferentes?
  3. A modernidade sólida era a época de moldar a realidade como na arquitetura ou na jardinagem.
7. 1.6 A Crítica da Política-Vida
  1. Quando a política pública abandona suas funções e a "política vida" assume, os problemas enfrentados pelos indivíduos de jure em seus esforços para tornarem-se individuos de facto passam a ser não aditivos e não cumulativos, distituindo assim a esfera pública de toda substância que não seja a do lugar em que as aflições individuais são confessadas e expostas publicamente.
2. Individualidade
1. Huxley e Orwell: Ambos imaginariam um mundo futuro cuja semelhança é o total controle sob os cidadãos.
2. 2.1 Capitalismo - Pesado e Leve
  1. Ordem (controle) X Desordem (liberdade)
  2. Administradores de empresas capitalistas dominaram o mundo (Capitalismo Pesado - Ordem - Mundo fordista)
  3. Capitalismo leve (desordem - ausência de controle)
  4. Capitalismo pesado: mundo dos que ditavam as leis, projetistas de rotinas, supervisores.
3. 2.2 Tenho Carro, Posso Viajar
  1. O capitalismo leve tende a ser obcecado por valores.
  2. Mundo torna-se uma coleção infinita de possibilidades.
  3. É a infinidade das oportunidades que preenche o espaço deixado vazio pelo desaparecimento da Suprema Repartição
  4. Tudo corre por conta do indivíduo
  5. Para que as possibilidades continuem infinitas, nenhuma deve tornar-se uma solução definitiva
  6. Estar inacabado é um estado cheio de riscos, mas seu contrário fecha o que a liberdade precisa manter aberto.
  7. A pior tarefa para um consumidor é estabelecer prioridades de consumo. Dispensar oportunidades.
4. 2.3 Pare de me dizer; mostre-me!
  1. O capitalismo leve não aboliu a autoridade. Ao contrário, permitiu a coexistência de um número de autoridades tão grande que nenhuma consegue se manter por muito tempo.
  2. Líderes (público) X Conselheiros (individual)
  3. A autoridade amplia o número de seguidores, mas é o número de seguidores que faz a autoridade.
  4. Exemplo X Autoridade: Melhores resultados com o exemplo.
  5. Huxley e Orwell alertaram para a colonização do privado pelo público. Na verdade, o que vemos é o contrário: o domínio do público pelo privado.
  6. Desaparecimento da política como interesse público.
  7. Hoje, questões públicas são os interesses privados de pessoas públicas
5. 2.4 A Compulsão Transforma em Vício
  1. Procurar conselhos, exemplos e orientações é um vício.
  2. Na corrida dos consumidores, a linha de chegada sempre se move mais veloz do que o mais veloz dos corredores
  3. A corrida nunca termina. Ela é o vício.
  4. Tudo na sociedade do consumo é uma questão de escolha, exceto a compulsão da escolha.
6. 2.5 O Corpo do Consumidor
  1. Modernidade Líquida: Sociedade de consumidores
  2. A vida organizada em torno do papel de produtor tende a ser normativamente regulada pelo mínimo necessário.
  3. A vida organizada em torno do consumo é orientada pela sedução, sem normas, por desejos sempre crescentes.
  4. A sociedade produtora coloca a saúde como padrão a ser atingido. A sociedade consumidora, o cuidado com o corpo (fitness)
  5. Sociedade Produtora: ser saudável é ser empregável
  6. Sociedade Consumidora: ser saudável é estar apto para viver novas experiências.
  7. Estado, comportamento, comidas que antes eram tidas como saudáveis, hoje já não o são.
7. 2.6 Comprar como Ritual de Exorcismo
  1. Comprar é uma forma de espantar a insegurança. Afasta, momentaneamente os fantasmas do desejo. Até vir o próximo.
8. 2.7 Livre para Comprar - Ou Assim Parece
  1. As pessoas sofrem por não serem capaz de possuir o mundo de maneira suficientemente completa
  2. Somos livres para fazer (comprar) e desfazer identidades. Ou assim parece.
  3. A sociedade do consumo promove a liberdade de ser diferente.
  4. A ação de escolher é mais importante que a coisa escolhida.
  5. A pista de corrida é um lugar mais agradável que a linha de chegada.
9. 2.8 Separados, Compramos
  1. Relacionamentos líquidos.
  2. A mobilidade e a flexibilidade da identificação que caracterizam a vida do "ir às compras" não são tanto veículo de EMANCIPAÇÃO quanto instrumento de REDISTRIBUIÇÃO DE LIBERDADES.
3. Tempo/Espaço
1. 3.1 Quanto estranhos se encontram
  1. Uma cidade é um assentamento humano onde estranhos têm a chance de se encontrar.
  2. Categorias de Espaços Públicos
    1. Praça Pública - Ex.: Praça Lá Défense - PARIS
    2. Espaços Físicos de Consumo - Ex.: Shoppings
      1. Ação, mas não interação
  3. O consumo é uma tarefa individual. Qualquer interação pode atrapalhar.
2. 3.2 Lugares Êmicos, Lugares Fágicos, Não-Lugares, Espaços Vazios
  1. Os templos de consumo (shoppings) são lugares sem lugares que reúnem uma comunidade de desconhecidos (pessoas com a mesma intenção).
  2. Lugares êmicos: antropoêmico (vomitar) cárceres, separação espacial, guetos e locais de acesso restrito
  3. Lugares Fágicos: antropofágicos (comer) suspensão ou alteração da alteridade (shoppings)
  4. Não Lugares: espaço destituído das expressões simbólicas de identidade. Ex.: Aeroporto, Hotéis.
  5. Espaços Vazios: espaços sem significado. (espaços que sobram). Fora do Mapa mental. O que é espaço vazio para alguns não é para outros. (favelas)
3. 3.3 Não Fale com Estranhos.
  1. Nos lugares acima, evita-se o contato com estranhos.
  2. Ninguém sabe mais falar com ninguém.
  3. Há outros que são mais outros que os outros (estrangeiros)
4. 3.4 A Modernidade como História do Tempo
  1. Antes
    1. Espaço: é o que se pode percorrer em certo tempo
    2. Tempo: é o que precisa para percorrer o espaço.
  2. A história do tempo começou com a modernidade.
  3. A medida que o homem passou a vencer o espaço utilizando outros recursos senão suas pernas ou animais, ESPAÇO E TEMPO desvincularam-se
  4. A modernidade nasce com a emancipação do tempo em relação ao espaço (velocidade)
5. 3.5 Da Modernidade Pesada à Modernidade Leve
  1. Modernidade Pesada: Era do HARDWARE.
    1. VOLUME
  2. Objetivo: Conquista do espaço
  3. Progresso significa tamanho crescente e expansão territorial.
6. 3.6 A Sedutora Leveza do Ser
  1. Instantaneidade significa realização imediata, mas também desaparecimento do interesse.
  2. Distância entre o começo e o fim está diminuindo ou desaparecendo
  3. As pessoas que se movimentam com maior rapidez, mais próximas do instantâneo, são as que agora mandam.
  4. A modernidade pesada mantinha capital e trabalho numa gaiola de ferro de que não podia escapar
  5. Na modernidade líquida mandam os mais escapadiços.
  6. O trabalho foi libertado do Panóptico. O capital ficou livre de mantê-lo
  7. Estratégia atual: downsize (redução, otimização, leveza)
7. 3.7 Vida Instantãnea
  1. Instantaneidade: anulação da resistência do espaço e liquefação da materialidade dos objetos
  2. Longo prazo perde o sentido na vida instantânea
  3. Bens não duráveis são desejados pelas classes altas. Bens duráveis (acima de seu prazo de validade) são usados pelas classes baixas. A Durabilidade perdeu sua atração conquistada na modernidade sólida
4. Trabalho
1. 4.1 Progresso e Fé na História
  1. O centro de controle tornou-se oculto: nunca mais será ocupado por um líder ou por uma ideologia clara.
  2. O Progresso está desregulado e privatizado
    1. Desregulado pelo número de opções para "elevar de nível"
    2. Privatizado, pois o aperfeiçoamento não é mais em um sentido coletivo, mas individual.
  3. Trabalho é responsável por colocar a espécie humana no comando se seu próprio destino
  4. Trabalho também é responsável por estabelecer ordem ao caos.
  5. Cada obstáculo deve ser negociado quando chegar a sua vez; a vida é uma sequencia de episódios.
  6. O trabalho perdeu a centralidade que tinha na modernidade sólida e no capitalismo pesado.
2. 4.2 Ascensão e Queda do Trabalho
  1. O fenômeno da desigualdade entre as nações é de origem recente, últimos 2 séculos. O mesmo acontece com a ideia do trabalho como fonte de riqueza.
  2. O ponto de partida da grande transformação que trouxe à vida a nova ordem industrial foi a separação dos trabalhadores de suas fontes de existência.
  3. Ao descobrir que o trabalho era fonte de riqueza, a razão tinha que buscar explorar esta fonte de forma eficiente.
  4. Forte ligação entre trabalho e capital.
    1. Trabalhadores dependiam do emprego e o capital dependia do trabalhador para o crescimento.
  5. Perspectiva de trabalhar por toda uma carreira profissional dentro da mesma empresa.- LONGO PRAZO
  6. Mudança de pesperctiva: De LONGO PRAZO para CURTO PRAZO
3. 4.3 Do Casamento à Coabitação
  1. A sociedade sempre conviveu com incertezas, no entanto o grau de incertezas do cenário atual é muito maior.
  2. Incertezas vividas de forma solitária (individual), não coletivas
  3. Relações fracas de emprego. Pensamento de curto prazo. Insegurança. Não há enraizamento na empresa.
  4. Do casamento (até que a morte nos separe) para a coabitação (até que o desejo dure) = Relações líquidas de trabalho.
  5. Capital desvinculado do trabalho. Pode mover-se sem dificuldade. Tendo se livrado do entulho dos grandes maquinários e das enormes equipes de força de trabalho, o capital pode viajar leve, apenas com a bagagem de mão.
  6. As principais fontes de lucro provêm de ideias, não de objetos materiais
  7. O poder de pressão de uma força de trabalho local sobre o capital encolheu consideravelmente.
  8. Tipos de pessoas envolvidas no Trabalho:
    1. Manipuladores de Símbolos: inventam as ideias.
    2. Reprodução do trabalho: educadores ou funcionários do Estado de bem estar
    3. Serviços pessoais: vendedores e produtores
    4. Trabalhadores de Rotina: linha de montagem
      1. São os mais trocáveis
  9. Trabalhadores Sólidos X Trabalhadores Líquidos (pg 176)
    1. Diferencial do trabalhador da Modernidade Líquida: mobilidade para acompanhar o capital
4. 4.4 Digressão: Breve História da Procrastinação
  1. Procrastinar: pôr alguma coisa entre as coisas que pertencem ao amanhã (não natural)
    1. Tentativa de se tomar o controle da situação
  2. A modernidade se caracteriza por um constante adiamento da satisfação (procrastinação)
  3. Procrastinação pode servir tanto no estado sólido (produtor) quanto líquido (consumidor) da modernidade.
    1. Sólida: assegura a durabilidade do esforço. Trabalha e será recompensado.
    2. Líquida: assegura a durabilidade do desejo. Desejo mais, e mais, ....
5. 4.5 Os Laços Humanos do Mundo Fluído
  1. Ninguém está garantido contra o downness
  2. Na falta de segurança a longo prazo, a "satisfação instantânea" parece uma estratégia razoável.
  3. As modas vêm e vão com uma velocidade estonteante.
  4. Os objetos não são feitos para serem consertados, mas substituídos.
  5. "Até que a morte nos separe" X "Até que dure a satisfação"
  6. Ao contrário da produção, o consumo é uma atividade solitária
6. 4.6 A Autoperpetuação da Falta de Confiança
  1. Características mais importantes da Modernidade
    1. Confiança em si mesmo
    2. Confiança nos outros
    3. Confiança nas instituições
5. Comunidade
1. 5.1 Nacionalismo, Marco 2
  1. O Estado-Nação foi o único caso de sucesso de comunidade dos tempos modernos, que apostou no estatuto de comunidade com algum grau de convicçâo.
  2. O Estado-Nação promoveu uma cultura nacionalista homogeneizada, lutando contra cultura e dialetos locais
  3. O Estado-Nação tinha o poderoso aliado da imposição de uma língua oficial, currículos escolares e de um sistema legal unificado.
  4. Patriotismo (bom) X Nacionalismo (ruim)
  5. Tanto patriotas quanto nacionalistas não tem a simpatia e gentileza para com estranho como uma característica preeminentes.
  6. Patriotismo: postura antropofágica (absorver a cultura)
  7. Nacionalismos: postura antropoêmica (vomitar, impor a cultura)
    1. Ou é um de nós ou será isolado (guetos)
2. 5.2 Unidade - Pela Semelhança ou pela Diferença?
  1. NÓS: Pessoas como "nós"
  2. ELES: pessoas que são diferentes de nós.
  3. Nacionalismo: somente os que estão dentro têm direito de aí estar e acomodar-se
  4. O Patriotismo é mais tolerante, hospitaleiro e acessível, deixa a questão para os que pedem admissão
  5. Modelo Republicano de Unidade: Pluralismo, erguido pela negociação, reconciliação e respeito às diferenças
    1. Única variante compatível com a modernidade líquida
  6. Aprender a difícil arte de viver com a diferença ou produzir condições tais que façam desnecessário esse aprendizado?
3. 5.3 Segurança a um Certo Preço
  1. A imagem da comunidade é a de uma ilha de tranquilidade caseira e agradável num mar de turbulência e hostilidade.
  2. Renúncia do Estado em garantir a segurança.
4. 5.4 Depois do Estado-Nação
  1. Em tempos modernos a Nação era a outra face do Estado.
  2. Agora, cada vez menos pode ser encontrado o espírito nacionalista patriótico. O Estado abdicou de certos serviços prestados e a nação deixou de ser fiel ao Estado.
  3. O progresso era identificado (na modernidade pesada) com o abandono no nomadismo em favor de um modo de vida sedentário.
  4. Na modernidade líquida a disputa não é mais entre o maior e o menor, mas entre o mais rápido e o mais lento.
  5. Para seu próprio benefício e para os dos outros também, nunca interfira em "guerras alheias"
5. 5.5 Preencher o Vazio
  1. Para as multinacionais , o mundo ideal é um mundo sem Estados, ou pelo menos com Estados fracos.
  2. Quanto mais fraco o Estado, mais fácil de ser comprado (globalização)
  3. A violência contra membros da comunidade é importante para fortalece-la. (Rituais de Sacrifício que restauram a harmonia)
  4. A violência também serve para estabelecer as fronteiras de determinada comunidade.
  5. O nascimento de uma comunidade é antes, e acima de tudo, um ato de separação.
  6. As populações sedentárias se recusam a aceitar as regras e riscos do novo jogo de poder nômade.
6. 5.6 Cloakroom Communities
  1. Sua natureza explosiva combina bem com as identidades da era moderna líquida
  2. Comunidade de Vestiário - Espetáculo / Comunidade de Carnaval / Comunidades Explosivas
  3. Os espetáculos (curtos) passaram a substituir a causa comum da era da modernidade
  4. Alívio momentâneo às agonias de solitárias lutas cotidianas
Prefácio
1. Os fluidos se movem facilmente. A eles é associado a ideia de leveza.
2. O derretimento dos sólidos levou a progressiva libertação da economia de seus tradicionais embaraços políticos, éticos e culturais.
  1. Essa nova ordem deveria ser mais sólida por ser imune a desafios por qualquer ação que não fosse econômica
  2. Causou a dissolução das forças que poderiam ter mantido a questão da ordem na agenda política
  3. Causou a quebra de padrões, código e regras que nos guiavam.
  4. Os padrões não são mais "dados" e "auto-evidentes". Eles são muitos, chocando-se entre si e contradizendo-se.
3. Motivos para o fim da Modernidade: o poder se tornou extraterritorial, não mais limitado ou desacelerado pela resistência do espaço
  1. Presencialidade não mais necessária para exercer o poder. Ao contrário do Panóptico.
  2. Novas técnicas do poder: fuga, astúcia, desvio e a evitação.
  3. Novo modelo de guerra: Não há conquista de território, mas sim a derrubada de muros que impedem o fluxo dos novos e fluídos poderes globais.
4. Sedentarismo (Modernidade) X Nomadismos (Pós-Modernidade)
  1. Maioria assentada é dominada pela elite nômade e extraterritorial
  2. O menor, mais leve e mais portátil é que significam progresso.
5. São os grandes e poderosos que evitam o durável e desejam o transitório, enquanto os da base da pirâmide lutam para fazer seus pertences mais duráveis. Os dois se encontram nos lados opostos dos balcões de vendas de carros usados.
6. Modernidade: Final do Século XV até final do Século XX Pós-Modernidade: Final do Século XX aos dias atuais

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