Um discurso sobre a ciência

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    UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - INSTITUTO DE LETRASCURSO LICENCIATURA EM LETRAS LÍNGUA ESTRANGEIRA INGLÊS NOTURNODISCIPLINA: LETA 14 TÉCNICAS DE PESQUISADocente: MSc Fabiana PrudenteDiscentes: Aléxia, Karen, Lizandro Um discurso sobre as ciênciasTese 1. Todo o conhecimento científico-natural é científico socialPor Boaventura de Sousa Santos Salvador, janeiro de 2017

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    Caption: : A quem verdadeiramente serve a ciência? Estriam elas livres e florescente fortuitamente ou são manejadas ao sabor das conveniências dos poderes nem todos explicitamente estabelecidos? Pensamos que elas, distorcem a verdade em favor de interesses adstritos a certos grupos em detrimento dos interesses da sociedade como um todo.
    Um discurso sobre as ciências

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    Boaventura de Sousa Santos defende o que diz estar em surgimento : O estabelecimento de uma nova ordem científica (uma revolução científica) anti-positivista, tendência que vem, paulatinamente, rompendo as dicotomias  e estabelecendo um conhecimento balizado pelas ciências sociais num processo que exige a reconceptualização das condições epistemológicas e metodológicas do conhecimento científico social para forjar uma nova Humanidades. Para tal as ciências sociais devem servir de parâmetro para esse modelo emergente, algo que se justificaria ao se observar o conteúdo teórico que tem progredido no conhecimento da matéria. Assim verificar-se-á que "a emergente inteligibilidade da natureza é presidida por conceitos, teorias, metáforas e analogias das ciências sociais". (Santos, 2002, pg 66). Pois, se por uma lado, os modelos explicativos das ciências sociais mais se enraizaram na biologia, por outro, conceitos como os de teleomorfismo, autopoiesis, auto-organização, potencialidade organizada, originalidade, individualidade, historicidade, próprios dela, atribuem à natureza um comportamento humano (Idem, pg 67) Mas, nortear o processo, apenas, não será suficiente, pois sua base assenta-se sobre uma concepção mecanicista da natureza que, por isso, precisa ser revista. 
    Um novo e mais esclarecido senso comum

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    "Todo conhecimento científico é socialmente construído"Posição do autor: AntipositivistaA ciência, em geral, depois de ter rompido com o senso comum, deve transformar-se num novo e mais esclarecido senso comum. Urge em dar resposta a perguntas elementares; aquelas que atingem o mais profundo, e com transparência técnica. Necessita "perguntar pelas relações entre a ciência e a virtude. Pelo valor do conhecimento dito ordinário ou vulgar entre nós, sujeitos individuais ou coletivos, criamos e usamos para dar sentido às nossas práticas e que a ciência teima em considerar irrelevante, ilusório e falso; e temos finalmente de perguntar pelo papel de todo o conhecimento científico acumulado no enriquecimento ou no empobrecimento prático das nossas vidas, ou seja, no contributo positivo ou negativo da ciência para a nossa felicidade."

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    PARADIGMA - um conceito
     Thomas Kuhn considera 'paradigmas' "as realizações científicas universalmente reconhecidas que, durante algum tempo, fornecem problemas e soluções modelares para uma comunidade de praticantes de uma ciência. (Kuhn, 1970, pg 12Com base neste conceito o termo 'paradigma' não se adequaria ao assim chamado "emergente" visto que até o próprio autor assume ser uma tendência, que ele apoia e defende, mas que ainda não está consolidada. O conceito acima fala de realizações científicas universalmente reconhecidas. 
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    Modelo totalitário - Só admite uma forma de conhecimento; nega caráter racional a todas as formas de conhecimento que se não pautarem por seus princípios epistemológicos e pelas suas regras metodológicas. Concepção mecanicista da matéria e da natureza, marcada por dicotomias (ex.: ser humano, cultura e sociedade X natureza; corpo X alma). Método científico quantitativo, baseado nos primórdios (Sec XVI, Galileu, com a matemática como centro) baseava-se em: a). conhecer é quantificar. O que não é quantificável é cientificamente irrelevante; b) Reduzir a complexidade: dividir e classificar para determinar. Objetividade e neutralidade são requisito si ne qua non. Ciências naturais são o único conhecimento universal válido. Monopólio do conhecimento científico social. Conhecimento baseado na formulação de leis sugere ordem e estabilidade no mundo. O todo é a soma das partes. Sujeito e objeto são distintos e devem ser mantidos estanques.
    Paradigma Científico MODERNO

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    Copérnico, Galileu e Newton - deitaram as bases do conhecimento científico moderno no século XVI., mas ainda vigem as bases estabelecidas entre o século XVIII e XX. Essas bases estariam, hoje, abaladas com a perda da confiança epistemológica.Newton (teoria da relatividade), Comte (positivismo), Spencer (Sociedade industrial), Decartes (método científico) , Freud (Subconsciente, inconsciente. - estendeu o conceito de mente para dentro),Einstein (teoria da relatividade - revista),Durkheim - sociologia acadêmica: tratou os fenômenos sociais como a fenômenos naturais - Os fatos são coisas - reduzidos às suas dimensões externas, observáveis e mensurável
    Expoentes

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    Rombos do paradigma dominante1. Einstein constitui o primeiro rombo: Relatividade da simultaneidade (astrofísica e mecânica)2. Heisenberg e Bohr demosntram que não é possível observar um objeto sem interferir nele, sem o alterar3. Teorema da incompletude (ou do não complemento) e os teoremas sobre a impossibilidade de de infalibilidade das ditas leis da natureza contra a tese de não contraditoriedade do sistema.4. Avanços na microfísica nos últimos 20 anos - teoria das estruturas dissipativas e o princípio da ordem das flutuações.
    Crise do paradigma

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    Modelo de transição; compreensivo Partilha do modelo de racionalidade das ciências naturais  a distinção natureza/ser humano e também tem visão mecanicicista contra o qual defende a especificidade do homem. Uma natureza única e a natureza no homem não o contrário - O todo está  em cada parte (somos todos um) holismo; objetividade não implica neutralidade Método qualitativo Sistemas pré-celulares de moléculas também têm características tidas como exclusividade dos seres humanos e das relações sociais (auto-organização metabolismo e reprodução); Sujeito e objeto são indistintos Conhecimento tendente a ser não dualista, se funda na superação das distinções natureza/cultura, natural/artificial, vivo/inanimado, mente/matéria, observador/observado, subjetivo/objetivo,, coletivo/individual, animal/pessoa. A natureza é análoga à sociedade e sua inteligibilidade é presidida por conceitos, teorias, metáforas e analogias das ciências sociais. Tanto A teoria de Prigogine quanto a de Haken explicam o comportamento das partículas através dos de revolução social violência, escravatura, dominação, democravia nuclear, das ciências sociais. Natureza com comportamento humano. Em contrapartida, as ciências sociais vêm "bebendo" na fonte das naturais. Diluição das fronteiras entre objetos da física e da biologia. Encabeçar  não garante às C. S. caracterizar  o modelo mas com a aproximação das C. N. a ela e ela às Humanidades - o sentido global da revolução científica atual, sugerido também pela reconceptualização em cirso das condições epistemológicas e metodológicas do conhecimento científico social e finalmente: Não há natureza porque toda natureza é humana. 
    Paradigma Científico Emergente

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    1. Todo conhecimento científico-natural é científico social.
    Distinção dicotômica entre ciências naturais e ciências sociais não tem mais sentido ou utilidade baseada na ideia de contrapor matéria e natureza a homem, cultura e sociedade. COnhecimento não dualista fundado na ssuperação das distinções. Teria caído, na física e a biologia, as distinções orgânico/inorgânico, seres vivos e matéria inerte e humano e não humano. Características consideradas exclusivas dos seres vivos (autoreprodução, organização, metabolismo) hoje, seria atribuídas aos sistemas pré-celulares e de moléculas.  Teoria das estruturas dissipativas de Ilya Prigogine, Jung (inconsciente coletivo - estendeu o conceito de mente para fora) e Bateson (mente imanente); Fenômenos mentais transcendem os individuais e humanos. Eugene Wigner (mecânica quântica - que introduziu a consciência no objeto do conhecimento);  sincronicidade para explicar relação realidade exterior e interior. O inanimado é apenas um caso limite. A distinção corpo/alma não tem mais sentido; física e psicologia são uma só. Teoria sinérgica de Haken,  David Bohm (teoria da ordem implicada, base comum para a teoria quântica e para a teoria da relatividade); consciência e matéria são interdependentes. Geoffrey Chew (teoria da matriz-S - que introduziu conceito de consciência na natureza);  Fritjof Capra (misto de física contemporânea com misticismo oriental), holísticas, introduzem na matéria conceitos antes reservados ao humano, como historicidade, processo, liberdade, autodeterminação, consciência. Algumas voltadas para a conciliação entre mecânica quântica e a teoria da relatividade de Einstein Bateson - mente mais ampla, da qual a humana é só uma parte; mente imanente ao sistema social gllobal e à ecologia planetária, supostamente Deus. Consciência na natureza As ciências sociais devem ser o "atrator", que vai ditar os parâmetros.

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     Filosofia complexa, fenomenológica, interacionista, mito-simbólica, hermenêutica, existencialista, pragmática com diversas variantes desde as mais modernas (Max Weber) quanto as mais extremas (Peter Winch).
    Contra o dogmatismo e a autoridade

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    1. Não faz sentido distinguir ciências naturais de ciências sociais2. As ciências sociais são o polo catalizador entre elas3. As ciências sociais têm de recusar todas as formas de positivismo lógico ou  empírico ou de mecanicismo materialista ou idealista, com a consequente revalorização das 'humanidades'/estudos humanísticos4. objetiva-se reunir a variedade de objetos teóricos considerados estanques5. A síntese suprimirá a distinção hierárquica entre conhecimento científico e vulgar
    Condições teoricosociológicas - Hipóteses

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    Um paradigma científico tem que ser também socialCiências sociais recusam condicionantes biológicos do comportamento humano mas mostra-se mais subsidiária das ciências naturais do que adversa a ela pois partilha a distinção natureza/ser humano e tem da natureza uma visão mecanicista, contrapondo a ela a especificidade do ser humano. As leis da ciência moderna são um tipo de causa formal que privilegia o como funciona das coisas em detrimento de qual o agente e qual o  fim das coisas. Elimina-se a intenção  em detrimento da causa formalDiferente da ciência aristotélica a ciência moderna desconfia das evidências da experiência imediata.
    Principais ideias e críticas

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    PROPOSTAS:Por Novas Humanidades, por um novo e mais esclarecido senso comum, uma  nova centralidade encabeçada pelas ciências sociais reconceitualizadas. (Santos, pg 9) A superação das dicotomias tendem a revalorizar os estudos humanísticos, que precisam ser transformados: "Há que se recuperar esse núcleo genuíno e pô-lo ao serviço de uma reflexão global sobre o mundo" (Idem, pg 71). "A lógica da ciência pós-moderna é promover a situação comunicativa" (pg 73) Significando interação, diálogo, troca, intrincamento.A concepção das ciências sociais enquanto agente catalizador da progressiva fusão das ciências naturais e ciências sociais coloca a pessoa, enquanto autor e sujeito do mundo, no cento do conhecimento, mas ao contrário das humanidades tradicionais, coloca o que hoje designamos por natureza no centro da pessoa. (Idem, pg 72)Não se trata de um amálgama de sentidos (que não seria sentido mas ruído), mas antes de interações e de intertextualidades organizadas em torno de projetos locais de conhecimento indiviso. (Idem, pg 73) 
    Nova Humanidades - Novo Senso Comum

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    REFERÊNCIAS
    KHUN, Thmas S., A estrutura das revoluções científicas.  5ª ed. São Paulo: Perspectiva, 1970.SANTOS, Boaventura de Sousa. Um discurso sobre as ciências. 5ª ed. São Paulo: Cortez, 2008. SPOTTISWOODE, Roger. E a vida continua - And the band played on. 1993. Disponível em: <https://www.youtube.com/watch?v=Oal5AKk1-TA>. Acesso em: 18/01/2017.
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