Realismo (RI)

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Realismo (conceito e premissas básicas). Fonte: Teorias de Relações Internacionais: correntes se debates. Nogueira e Messari.
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REALISMO É a visão de mundo dominante entre analistas e tomadores de decisões em Relações Internacionais (RI). As vertentes realistas são o realismo clássico, o neo-realismo e o realismo neoclássico. Os intelectuais buscaram (artificialmente) raízes fundadoras dessa matriz teórica em Tucídides (Guerra do Peloponeso – luta por sobrevivência, medo de desaparecer), Maquiavel (O Príncipe – Estado, poder, sem ética e moral), Hobbes (estado de natureza – egoísta, anarquia). Esses três autores teriam contribuído para a visão realista do Sistema Internacional (SI): a natureza negativa deste advém da natureza humana, egoísta, medrosa, ambiciosa e em busca de prestígio e poder.
ESTADO É o ator central das RI, unitário e racional; sua função é promover a estabilidade doméstica e a segurança contra agressões externas. Os demais atores, indivíduos e grupos, atuam em prol do Estado que representam. A ênfase da análise é a dinâmica entre Estados, em detrimento dos processos internos de decisão e motivação da atuação internacional (modelo bola de bilhar), apenas agindo de forma uniforme e homogênea em nome do interesse nacional (pelo cálculo do menor custo e maior benefício). Nega-se o componente político e destaca-se o consenso das decisões internas. No plano interno é soberano e impõe decisões, no plano externo não se submete a nenhuma autoridade maior.
ANARQUIA É a ausência de autoridade supranacional, legítima e indiscutível, que possa ditar as regras, interpretá-las e implementá-las nas RI, e a presença de múltiplos soberanos, responsáveis pela própria sobrevivência e em permanente desconfiança em relação aos demais (estado de natureza permanente e imutável – o Leviatã não pode ser reproduzido nas RI). No ambiente anárquico, a busca por segurança tem como resultado a soma zero: a segurança de um só pode ser atingida necessariamente pela falta de segurança de outro. Porém, o autor Robert Jervis afirma que, apesar da anarquia, a cooperação é fato, principalmente em segurança; cooperar tem alto custo e maior ganho, ao passo que agir sozinho tem baixo custo e menor ganho, mas não ignora o dilema da segurança, nem afirma que cooperação é regra.
SOBREVIVÊNCIA É a luta pela sua permanência como ator nas RI, para a qual utiliza todos os mecanismos disponíveis e convenientes (ética da responsabilidade livre de limitações morais). Traduz o interesse nacional supremo e fundamental, ao qual se submetem todas as capacidades de mobilização e todos os demais interesses. Estes últimos são válidos na medida em que não se opõem ou diminuem o interesse supremo.
PODER É o elemento central das análises realistas de RI e o objetivo principal dos atores, os Estados. Pode ser definido como a soma das capacidades intrínsecas (política, militar, tecnológica, econômica) ou a soma das capacidades em relação aos demais Estados. Conforme Tucídides, “o medo de um concorrente se tornar mais poderoso é a causa da guerra”; para Waltz, “a capacidade de influenciar o SI mais do que ser influenciado por ele”; para Morgenthau, “a luta pela manutenção do statu quo, expansão ou prestígio”. Quanto à balança de poder, os atores se juntam ao poder ou contra o poder (equilíbrio/desequilíbrio). Para Morgenthau, a balança é a política adotada por estadistas que tomam decisões específicas no plano exterior (alianças); para Waltz é a distribuição de poder entre Estados e não resulta da ação de estadistas. A estabilidade da balança pode estar relacionada ao congelamento de poder (ordem bipolar) ou à flexibilidade de poder (ordem multipolar).
AUTOAJUDA Nenhum Estado pode contar total ou parcialmente com outro para defendê-lo nos seus interesses e luta por sobrevivência; só pode contar de forma integral e completa com suas próprias capacidades. Os aliados, dependendo das circunstâncias, podem tornar-se ameaças. Isso não exclui o apoio, nem a cooperação, mas implica em vigilância permanente, pois qualquer acordo pode ser rompido.
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