Educação, escola e humanização em Marx, Engels e Lukács

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Flashcards on Educação, escola e humanização em Marx, Engels e Lukács, created by Denis Diniz on 13/02/2019.
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Introdução - Educação, escola e humanização em Marx, Engels e Lukács A constituição humana por meio da sua intervenção junto à natureza e o estabelecimento das relações sociais são processos educativos que se repetem, tanto na história do homem, quanto no desenvolvimento individual, recolocando, nos processos educativos, a construção do homem como ser social e construindo o longo caminho de distanciamento de sua condição animal.
Capítulo 1 - Humanização e trabalho Compreender essa diferenciação da natureza - na medida em que o homem se distancia de sua determinação natural, sem nunca a abandonar - é conceber a ontologia do ser social, como formulou Lukács, com base em Marx e Engels.
Engels (1986) afirma que o trabalho produz o homem e demonstra essa afirmação de forma analítica, considerando, sobretudo, a produção de Darwin. SALTO ONTOLÓGICO [...] o homem se diferencia dos outros animais ao ter uma transformação estrutural de sua mão em determinada condição histórica até a utilização consciente do gesto - e a teleologia da ação - como trabalho.
Um ser social se desenvolve tendo por base um ser orgânico e esse também o faz a partir de um ser inorgânico, em um movimento em que o novo nasce do velho, mas de forma tão mais complexa que não mais se identifica com sua origem. O que define o homem além de sua natureza é o trabalho: "Toda riqueza provém do trabalho, asseguram os economistas. E assim o é na realidade: a natureza proporciona as matéria que o trabalho transforma em riqueza. Mas o trabalho é muito mais que isso: é o fundamento da vida humana. Podemos até afirmar que, sob determinado aspecto, o trabalho criou o próprio homem". (Engels)
[...] é a consciência da ação que diferencia o trabalho como algo especificamente humano. "A essência do trabalho consiste precisamente em ir além dessa fixação dos seres vivos na competição biológica com seu mundo ambiente. O momento essencialmente separatório é constituído não pela fabricação de produtos, mas pelo papel da consciência, a qual, precisamente aqui, deixa de ser mero epifenômeno da reprodução biológica: o produto, diz Marx, é um resultado que no início do processo existia 'já na representação do trabalhador', isto é, de modo ideal.(Lukács, 1987)
"Antes de tudo, o trabalho é um processo de que participam o homem e a natureza, processo em que o homem, por sua própria ação, media, regula e controla seu metabolismo com a natureza. Ele mesmo se defronta com a matéria natural como uma força natural. Ele põe em movimento as forças naturais pertencentes à sua corporalidade, braços e pernas, cabeça e mãos, a fim de apropriar-se da matéria natural numa forma útil para sua própria vida. (Marx, 1988) Ao atuar, por meio desse movimento, sobre a natureza externa a ele e ao modificá-la, ele modifica, ao mesmo tempo, sua própria natureza. Ele desenvolve as potências nela adormecidas e sujeita o jogo de suas forças ao seu próprio domínio. (Marx, 1988)
[...] Pressupomos o trabalho numa forma em que pertence exclusivamente ao homem. Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abelha envergonha mais de um arquiteto humano com a construção dos favos de sua colmeia. Mas, o que distingue, de antemão, o pior arquiteto da melhor abelha é que ele construiu o favo em sua cabeça, antes de construí-lo em cera. No fim do processo do trabalho obtém-se um resultado que já no início deste existiu na imaginação do trabalhador, e portanto idealmente. (Marx, 1988) E nesse emaranhado, a consciência vai produzindo o homem e a enormidade do mundo humano - cada vez mais afastado da natureza, inclusive em suas necessidades.
Capítulo 2 - Educar para Humanizar O desenvolvimento do homem no tempo e no espaço, como resultado do trabalho, produziu as variadas formações históricas e culturais que não permitiriam identificar, nos dias de hoje, as necessidades básicas humanas sem fazer menção a determinada cultura
A constituição de variadas organizações sociais determina não apenas as mais diversas formas de definição das necessidades biológicas e culturais, mas também a forma como essas se concretizam. O homem nasce bicho e se faz homem nas relações sociais em que se encontra. Ainda a fome e o instinto reprodutor se darão no homem, determinados pela sua forma social e cultural.
Assim, a educação é ontologia humana como parte decorrente do trabalho humano. [...] não há determinação prévia acerca dos elementos humanizados a não ser a vida social e suas relações, a práxis humana.
[...] educar é humanizar, na medida em que, ao se apropriar daquilo que os homens produziram por meio do trabalho, os homens são constituídos e se afastam dos animais. Se o que caracteriza o trabalho é a sua âncora teleológica, consequentemente, a consciência passa a ser também determinada pelo entorno histórico e social em que o sujeito está inserido.
A partir da forma como se aprende a ser homem, ou seja, da forma social que determina a consciência, determinam-se -ao mesmo tempo - as formas de consciência com as quais será produzido o mundo em que se vive O modo pelo qual os homens produzem os seus meios de vida depende, antes de tudo, da natureza dos meios de vida já encontrados e que tem de reproduzir. Não se deve considerar tal modo de produção de um único ponto de vista, a saber: a reprodução da existência física dos indivíduos. (Marx e Engels, 1984)
Trata-se, muito mais, de uma determinada forma de atividade dos indivíduos, determinada forma de manifestar sua vida, determinado modo de vida dos mesmos. Tal como os indivíduos manifestam sua vida, assim são eles. (Marx e Engels, 1984) O que eles são coincide, portanto, com sua produção, tanto com o que produzem, como com o modo como produzem.O que os indivíduos são, portanto, depende das condições materiais de sua produção. (Marx e Engels, 1984)
Não se pode separar a sociedade dos seus membros: não há sociedade sem que estejam em interação os seus membros singulares (homens e mulheres) isolados, fora do sistema de relações que é a sociedade. O que chamamos de sociedade são os modos de existir do ser social; é na sociedade e nos membros que a compõem que o ser social existe: a sociedade e seus membros, constitui o ser social e dele se constitui. (Paulo Netto; Braz, 2006) [...] no percurso histórico da humanização - do distanciamento do mundo natural - há um movimento de acúmulo, ainda que esse movimento não seja linear, tampouco homogêneo.
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