se tornaram mestre e criadores de sua arte independentes. não mais a serviço do extra-musical
nas cidades os compositores acreditavam poder viver como indíviduos livres
se suas composições deveria servir a alguma coisa, seria as forças do mercado urbano
se ouvesse patronagem, ela não deveria intervir na produção artística
a liberdade que mais importava parecia ser em relação às demandas
mundanas
p.208-9
autoridade para expressar "verdade elevadas". separado do ordinário, do mundo do dia-a-dia
atitude extremas, uns agraciados pelas autoridades, outros isolados e ignorados
Compositores nunca quiseram total separação da mundo
compositore encontraram outra resolução quando
começaram a descrever suas músicas como ABSOLUTA ou
PROGRAMÁTICA
as duas se embasam em termos românticos de música
autônoma, nenhuma é derivada de um serviço ou para uma
ocasião extra-musical
MUSICAL e EXTRA-MUSICAL
quem pode dizer o que pertence a música e o que é extramusical?
compositores gostariam que suas música fossem puramente
musicas e religiosamente ou espiritualmente significantes ao
mesmo tempo
passo "transcendente"
anunciar um programa não era dar um significado impuro a música
se o compositor descrevia a sua música como programática, o significado
era transcendente, reconciliando com as demandas formalistas
Assim como a ópera começou a ser vista como um híbrido a partir da música
absoluta, a música de programa também em ambos os casos, com os
componentes extra-musicais não se acreditava minar a natureza essencialmente
musica das composições
o debate sobre música absoluta e programática é
claramente complicado por sua associação com a
distinção entre musical e extra-musical
música com um fim em si mesmo
produtos artísticos individuais das atividades dos compositores
em 1800 os compositores demandaram o poder de dedicar suas obras
somente sentindo que possuiam as obras os compositores poderiam fazer pequenas coisas como dedicar
p.227
mudanças de dedicação e título tem um papel relativamente menor na emergência do conceito de obra
isso rapidamente indica que eles tem direito de propriedade sobre essas obras
durante o século XVIII o direito ficava com as casas de publicação
em 1793 a França passou o direito para os compositores, pouco
tempo depois também o fizeram a Alemanha e a Inglaterra o
raciocínio era claro, os compositores eram os primeiros
possuidores das obras pois são eles que colocam a obra em
forma permanente
FORMA PERMANENTE:
uma questão de tecnologia da época
"just when copyright laws were passed to protect
composers, a new understanding of plagiarism
acquired force enough to prevent the public
acceptance of such eventualities."
PLÁGIO
com o ideal de originalidade começando a regular as atividades composicionais, uma mudança correspondente
no conceito de plágio é requerida
a ideia de originalidade se traduziu na demanda de que cada compositor deveria criar suas obras do nada
IDEAL de ORIGINALIDADE
o ideal de originalidade teve impacto imediato em
como os compositores viam o processo composicional
acusações aos compositores do passado que
reaproveitavam os materiais musicais
emergem atividades de versões
de obras pré-existentes (trascrição,
orquestração, arranjo...)
mas o fato de que novos processos composicionais não dispensavam
totalmente o uso de materiais pré-compostos significouque novas políticas
tinha que ser decididas para determinas os limites desse uso
se aliando com todos os outros criadores, os
compositores começaram a conceber suas
obras como produtos completos perfeitamente
formados
a música adquiriu um tipo de intocabilidade
não se poderia mexer na obra de um compositores
a obra tiria uma unidade inextrincável
sublinhada de acordo com uma verdade
transcendente
que a ideia determinante de uma obra fosse a expressão
individual inspirada de um gênio significava efetivamente
que o seu conteúdo era necessariamente elusivo, e não
sujeito a descrição mundana ou mudança
a consequência prática é um medo de que qualquer
um que ousar mexer na obra sem cuidado pode
danificala irreparavelmente para sempre
instruções notacionais fossem seguidas em performance
estavam afirmanda nova autoridade
a demanda é que o ideal de intocabilidade fosse aplicado em termos concretos
a notação que os compositores entregavam é como a obra deve se manter
a notação teve que passar por mudanças significantes antes dos
compositores poderem demandar que não fosse adulteradas
durante a segunda metade do século XIX, compositores
cada vez mais puderam produzir partituras completas
que refletiriam a melhor versão, sem serem concebidas
para uma performance particular
a necessidade de partituras totalmente específicas se
tornou urgente quando se tornou norma a música viajar
independentemente do compositor
repetida em inúmeras performances, os estilos composicionais
se tornam mais pessoais, músicos que não tinham nenhum
NOTAÇÃO
desenvolvimentos na notação, sinais padronizados, a
música poderia ser preservada como uma fine art
Intrumentação
se tornou específica
compositores compunham para instrumentos em
abstração, compunham para ser tocado a distância
manuais meticulosos de instrumentação
todas essas mundanças, mesmo a precisão notacional
seriam pouco sentidas se fossem isoladas. mas não são,
elas dependem de outras mudanças, umas pequenas, outras
grandes
p.227
The changes that reinforced the distinction between
composers and performers were more important
this distinction clearly demarcated, musicians could in turn separate a work from its performance.
há diversas afirmações do começo do XIX que mostram a
composição de obras com desconsideração por suas performances
p.230
porém, a composição não pode ignorar totalmente a performance
tem que ser tocada para ser uma obra de arte
WERKTREU e TEXTTREUE
emerge para capturar a nova relação entre obra e performance assim como
entre performer e compositor (performance / performer subserviente à (ao) obra
/ compositor)
os compositores tem a responsabilidade de produzir obras performáveis
os performes devem mostrar fidelidade à obra do compositor
assim o efetivo sinônimo no mundo musical de WERKTREUE e
TEXTTREUE: ser verdadeiro a obra é ser verdade a sua partitura
performers deveriam toca a obra de acordo com seus aspectos estruturais expressivos
havia espaço para interpretação, mas não tanto que alterasse o significado da obra
finalmente se decidiu que o WERKTREUE é mais satisfatório se é atingida completa transparência
performances sob o ideal de Werktreue geraram tensão própria
Surge a prática dos virtuoses para atender as
demandas de expressividade do instrumentista
essa prática era baseada na ideia de que o performer poderia produzir performances extemporizadas livres
e espontâneas se não poderia fazer isso, compunha ou comissionava-se obras para esse fim de virtuoso
essa prática era defendida como sendo inspiracional e garantindo
acesso imediato ao música ao mundo da verdade transcendente
no início do XIX a extemporização não era vista como uma maneira
própria de composição, era mais como um "charlatanismo" espetáculo
circense
Liszt foi amplamente responsável pela introdução do nome dos performers no programa de concerto,
antes não era usualmente mencionado se não fosse o próprio compositor tocando
a noção de uma composição não ser possível de tocar só é possível com essa separação
p.228
desenvolvimente das leis de copyright e publicação ajudara a
"institucionalizar" obras como commodities separados da performance
desenvolvimentos na notação ajudou a livrar os compositores de se involver em performance
desinteresse estratégico do compositor em performance
ex. Arnold Schoenberg: a música não deveria ser tocada se é pra perder parte de sua essência
os compositores supostamente tinham o direito de que suas decisões fossem respeitadas
ainda assim, suas decisões nem sempre eram respeitadas
escapes para um mundo que assegurasse que as obras não seriam mexidas
Sociedades de performance, EXEMPLOS
colaboração?
REGENTE
também mudou durante o século XIX para acomodar a demanda das performances fiéis às obras
padronização da regência do tempo, pulso silencioso, demandas de
interpretar e expressar obras na performance
não mais só uma questão de marcar o tempo, mas interpretar
a emergência do regente está relacionada a toda a mudança, tem muita
relação com a emancipação da música instrumental e suas necessidades
a posição dos regentes, assim como dos performer, não era fácil, subservientes aos compositores e
suas obras, sofriam muitas pressões políticas e estéticas.
OUVINTE
a transparência era exigida também da audiência, além do performer e do regente
deveria ser silenciosa, para se ouvir a verdade e a beleza da obra
para isso era necessário o local adequado, com essa ideia, começaram a construir as
salas de concerto, dedicadas como monumentos para a performance musical
SALAS DE CONCERTO
a construção de salas de concerto também mudou o estilo e os procedimentos dos concertos
Liszt era um dos instrumentistas mais importantes, a ele é atribuido a intrudução do
termo "RECITAL" em um concerto em 1840 em Londres
Liszt foi amplamente responsável pela introdução do nome dos performers no
programa de concerto, antes não era usualmente mencionado se não fosse o
próprio compositor tocando
uma grande diferença entre os programas antigos e atuais era que as obras eram
tocadas do início ao fim sem grandes interrupções (ex. de Mendelsohn que solicitou isso)
a duração dos concertos diminui para acomodar a atenção dos ouvintes.
antigamente a quantidade de música dependia da atividade extra-musical
os programas escritos começaram a adquirir o pradrão moderno, obras,
compositores e performers como informação principal
as notas adicionais vinham ajudar a audiência a adotar uma atitude estética apropriada
nessas construções, como nos museus privados ou sociedade, a audiência
começou a aprender a ouvir não somente a música, mas cada obra em particular
a audiência parou de participar como fazia antes; um público mais
atento fazia parte do novo ideal de música "civilizada"
demorou anos depois da primeira sala de concerto até a audiência
aprender a se comportar, se isso aconteceu de forma geral
O CRÍTICO
a nova forma de crítica musical, que veio a ser chamada de análise
possibilitava olhar uma obra separadamente das outras do compositor
noções de unidade interna, forma, conteúdo, nova linguagem de apreciação ou desaprovação
Weber, como as questões imperfeitas do mundo mundo colocavam em risco a avaliação das obras
p.238
TEORIA e HISTÓRIA
Biografias de compositores começaram a ser produzidas.
Um novo tipo de história da música começou a ser escrita, pela primeira vez a história
da música se concentrou em "grandes nomes" e "obras primas"
livros antigos ofereciam a história de funções musicais, usos e estilos
também ouve um crescimento na produção de revistas de música
eles eram devotados em maior parte, se não exclusivamente, a produção mainstream de obras instrumentais
de larga escala, em oposição a música coral e operística, mais dominante nos tempos anteriores