Nos vegetais superiores e nos animais a
glicose tem TRÊS destinos principais:
1. Pode ser armazenada (como um polissacarídio ou como sacarose);
2. Pode ser oxidada a compostos de três átomos de carbono (piruvato), através da glicólise;
3. Pode ser oxidada a pentoses, através da via das pentoses fosfato (ou via de fosfogliconato).
Na GLICÓLISE uma molécula de glicose é degradada em
uma série de reações catalizadas por enzimas para liberar
duas moléculas de piruvato (3C).
Durante as reações sequeciais da glicólise parte
da energia livre liberada da glicose é conservada
na forma de ATP.
Em certos tecidos e tipos celulares de mamíferos (eritrócitos, medula
renal, cérebro e esperma, por exemplo), a glicose, através da glicólise,
é a principal, ou mesmo a única, fonte de energia metabólica.
Uma visão geral: a glicólise é dividida em duas fases:
A glicose tem 6C e sua divisão em duas moléculas de
piruvato (3C), ocorre em uma sequencia de 10 passos
e os cinco primeiros são a FASE PREPARATÓRIA.
Na fase preparatória a energia do ATP é investida, aumentando o
conteúdo de energia livre dos intermediários, e as cadeias carbônicas de
todas as hexoses metabolizadas são convertidas em um produto comum,
o gliceraldeído-3-fosfato.
O ganho energético provém da FASE DE
PAGAMENTO da glicólise.
A maior parte dessa energia é conservada pela fosforilação
acoplada de 4 moléculas de ADP para ATP. O produto líquido
são duas moléculas de ATP por molécula de glicose
empregada, uma vez que 2 moléculas de ATP foram
investidas na fase anterior.
Nas reações sequenciais da glicólise três tipos de transformações químicas são particularmente
notáveis: 1. Degradação do esqueleto carbônico da glicose para produzir piruvato, 2. fosforilação de
ADP a ATP pelos compostos de fosfato de alta energia formados durante a glicólise, 3. a
transferência de átomos de hidrogênio ou elétrons para o NAD+, formando NADH.
O destino do produto, o piruvato, depende do tipo de célula e das circunstâncias metabólicas.
Destinos do piruvato:
O piruvato é oxidado, com perda do seu grupo
carboxila como CO2, para liberar o grupo acetila da
acetil-coenzima A, a qual é então totalmente
oxidada a CO2 pelo ciclo do ácido cíclico.
O piruvato é reduzido a lactato através da chamada via da fermentação do ácido lático.
O lactato formado por músculos ativos de vertebrados pode
ser reciclado; ele é transportado pelo sangue até o fígado, onde
é convertido em glicose, durante o período de recuperação da
atividade muscular intensa - através da GLICONEOGÊNESE.
O ciclo de reações que inclui a transformação da
glicose em lactato no músculo e a reconversão deste
em glicose no fígado é chamado de CICLO DE CORI.
O piruvato é metabolizado em etanol através
da fermentação alcoólica, fermentação do
etanol ou, simplesmente, fermentação do
álcool.
Passo 1. FOSFORILAÇÃO DA GLICOSE - a glicose é ativada para as reações subsequentes
pela sua fosforilação em C-6 para liberar glicose-6-fosfato; o doador de fosfato é o ATP.
Irreversível sob condições intracelulares, catalizada pela hexoquinase.
Passo 2. CONVERSÃO DA GLICOSE-6-FOSFATO EM FRUTOSE-6-FOSFATO.
Passo 3. FOSFORILAÇÃO DA FRUTOSE-6-FOSFATO EM FRUTOSE-1,6-BIFOSFATO.
Reação irreversível nas condições celulares.
Passo 4. CLIVAGEM DA FRUTOSE-1,6-BIFOSFATO.
Passo 5. a INTERCONVERSÃO DAS TRIOSES FOSFATO - apenas uma das
trioses fosfato formada pela aldose - a gliceraldeído-3-fosfato - pode
ser diretamente degradada nos passos seguintes da glicólise.
Entretanto, o outro produto, a diidroxiacetato fosfato, é rápida e
REVERSIVELMENTE convertida em gliceraldeído-3-fosfato.
Esta reação completa a fase preparatória da glicólise.
A fase de pagamento da glicólise inclui os passos de fosforilação conservadores da energia, nos quais
parte da energia livre contida na molécula da glicose é conservada na forma de ATP. Uma molécula de
glicose libera 2 moléculas de gliceraldeído-3-fosfato; na segunda fase da glicólise as duas moléculas
derivadas da glicose seguem o mesmo caminho metabólico. A conversão das duas moléculas de
gliceraldeído-3-fosfato em 2 moléculas de piruvato pe acompanhada pela formação de 4 moléculas de
ATP.
Passo 6. OXIDAÇÃO DO GLICERALDEÍDO-3-FOSFATO EM
1,3-BIFOSFOGLICERATO - é o primeiro passo da fase de pagamento da
glicólise.
O receptor de hidrogênio na reação
catalizada pelo
gliceraldeído-3-fosfato
desidrogenase é a coenzima NAD+.
Passo 7. TRANSFERÊNCIA DO FOSFATO DO 1,3-BIFOSFOGLICERATO PARA O ADP.
Passo 8. CONVERSÃO DO 3-FOSFOGLICERATO EM 2-FOSFOGLICERATO - a
enzima fosfoglicerato mutase catalisa a transferência REVERSÍVEL do grupo
fosfato entre C-2 e C-3 do glicerato. Reação envolve a participação de MG2+.
Passo 9. DESIDRATAÇÃO DO 2-FOSFOGLICERATO PARA FOSFOENOLPIRUVATO -
Embora o 2-fosfoglicerato e o fosfoenolpiruvato contenham, cada
um, perto da mesma quantidade TOTAL de energia, a saída da
molécula de água do 2-fosfoglicerato provoca a redistribuição da
energia interna da molécula.
Passo 10. TRANSFERÊNCIA DO GRUPO FOSFATO DO FOSFOENOLPIRUVATO PARA O
ADP - o último passo na glicólise é a transferência do grupo fosfato do
fosfoenolpiruvato para o ADP, catalisada pela PIRUVATO QUINASE (requer K+ e
Mg2+ ou Mn2+).
A PFK-1 funciona como uma válvula, regulando o fluxo de
carbono através da glicólise; aumentando a atividade desta
enzima aumenta-se o fluxo global através desta via.
A velocidade dessa reação não é limitada pela disponibilidade
do substrato, mas apenas pela atividade da enzima.
Esses passos limitantes da velocidade são reações
muito exergônicas e, nas condições celulares,
essencialmente irreversíveis.