BRAUDEL OU A SEGUNDA GERAÇÃO DA ESCOLA DOS ANNALES* 22/09/2022

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GEO HISTÓRIA - Prof. Ivaldo Lima
Alexandre Leite Turella
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Alexandre Leite Turella
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BRAUDEL OU A SEGUNDA GERAÇÃO DA ESCOLA DOS ANNALES* 22/09/2022

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  • (*) CARRION, R. A Escola dos Annales e a “Nova” História. In. Centro de Estudos Marxistas. Luz e Sombras: ensaios de interpretação marxista. Porto Alegre: UFRGS, 1997, pp. 46-48.
  1. 1) LONGA DURAÇÃO E DURAÇÃO LENTA - NIVEIS DE TEMPORALIDADE
    1. Braudel que já compunha o núcleo dirigente dos Annales desde meados doa anos 40, publica em 1940 sua obra La Méditerranée et le Monde Méditerranéen, onde “descobre” a existência de distintos níveis de temporalidade: a longa duração das relações do homem com o meio geográfico – “uma história quase imóvel, a do homem em suas relações com o meio que o cerca; uma história lenta no seu transcorrer e seu transformar-se; feita com frequência de retornos insistentes, de ciclos incessantemente recomeçados” (BRAUDEL, 1978, p. 13-14);
      1. "Acima dessa história imóvel, uma história lentamente ritmada [...] uma história social, a dos grupos e grupamentos [...] as economias e os Estados, as sociedades e as civilizações” (Idem); a curta duração dos acontecimentos – “ a história à dimensão não do homem, mas do indivíduo, a história ocorrencial” (Idem, ibidem)."
    2. 2) TEMPOS GEOGRÁFICO, SOCIAL E INDIVIDUAL
      1. Em que pese o mérito de ter percebido que o tempo histórico não é absoluto nem homogêneo (algo descoberto por Marx um século antes), Braudel não conseguiu articular as diversas temporalidades, limitando-se a agregar suas “fatias” de acontecimentos de acordo com a sua maior ou menor lentidão:
        1. "Assim chegamos a uma decomposição da história em planos escalonados. Ou, se quisermos, à distinção do tempo na história, de um tempo geográfico, de um tempo social, de um tempo individual. Ou, se preferirmos ainda, à decomposição do homem num cortejo de personagens (BRAUDEL, 1978, p. 15)."
      2. 3) ALINERIDADE ou NÃO LINEARIDADE DO TEMPO HISTÓRICO
        1. Braudel não foi capaz de compreender que a alinearidade do tempo histórico não se expressa através de um esquema “por camadas” (senão, como compreender os “dias que valem por anos”, nos quais tanto as estruturas como as conjunturas e os acontecimentos se aceleram enormemente?). Mais, ainda, ignorou o que articula, em última instância, os tempos longos, médios e curtos: o modo de produção.
          1. Na perspectiva da longa duração, toda ação humana é insignificante. Incapaz de perceber a dialética entre os tempos longos e os curtos, as circunstâncias e os acontecimentos, as leis históricas e a práxis humana, Braudel aproxima-se do “homem está morto” do estruturalismo!
        2. 4) ERROS PRIMÁRIOS DE BRAUDEL
          1. Ao aventurar-se na história econômica – A Dinâmica do Capitalismo – Braudel expõe suas debilidades no âmbito da teoria e cai em erros primários: localiza o capitalismo na esfera da troca, ao invés da produção, e chega ao absurdo de contrapor a economia de mercado ao capitalismo!
            1. Em 1947, Braudel sucede Febvre na direção da revista. Em 1949, torna-se professor do Collège de France e passa a acumular com Febvre, a direção do Centro de Pesquisas Históricas da École de Hautes Études e a direção da revista. Com a morte de Febvre, em 1956, torna-se o seu sucessor na IV Seção da École.
          2. 5) RESUMO DA PRIMEIRA E SEGUNDA FASE DA ESCOLA DOS ANAIS
            1. a) Apesar da crítica ao empirismo e da defesa da necessidade da teoria, na prática os Annales subestimaram a teoria e privilegiaram os métodos e técnicas de investigação;
              1. b) Sua visão interdisciplinar descambou em muitos momentos para o tecnicismo estatístico, demográfico e quantitativista;
                1. c) Percebeu distintas temporalidades na história, mas não as articulou dialeticamente, nem percebeu o fluir descontínuo dessas temporalidades, justapondo-as um tanto mecanicamente. Ao privilegiar uma história naturalizada e a longa duração, e ao desprezar o acontecimento, aproximou-se do determinismo geográfico [ambiental];
                  1. d) Sua reivindicação de uma história total evoluiu para uma visão de totalidade de mero somatório; • Diversos de seus historiadores passaram a dedicar-se às obras biográficas. Uma das consequências foi a ausência de qualquer teoria da “mudança social”.
                    1. e) Diversos de seus historiadores passaram a dedicar-se às obras biográficas. Uma das consequências foi a ausência de qualquer teoria da “mudança social”.
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