Intelectual

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Mind Map on Intelectual, created by Max Sphorza on 05/08/2018.
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Intelectual

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  • Surge no século XIX, sendo cunhada por Émile Zola (Escritor).  Ele utiliza a palavra para fazer uma convocação (artistas, escritores, pensadores, sábios) para se erguerem contra o Estado Francês, no famoso caso Dreyfus, que foi um escândalo político que dividiu a França por muitos anos, durante o final do século XIX. Centrava-se na condenação por alta traição de Alfred Dreyfus em 1894, um oficial de artilharia do exército francês, de origem judaica. O acusado sofreu um processo fraudulento conduzido a portas fechadas. Dreyfus era, em verdade, inocente: a condenação baseava-se em documentos falsos. Quando os oficiais de alta patente franceses perceberam isto, tentaram ocultar o erro judicial. A farsa foi acobertada por uma onda de nacionalismo e xenofobia que invadiu a Europa no final do século XIX.
  1. Figura do intelectual: é o artista, o filósofo, pensador, sábio etc., quando eles falam em público, quando eles tomam uma opinão em público
    1. Características
      1. Defesa de uma causa universal
        1. Transgressão: coloca o intelectual contra a ordem vigente, contra os valores constituidos
          1. Fala contra a injustiça, a opressão, a exploração, o preconceito, ou seja, ele fala contra para poder falar a favor da justiça, da liberdade, da emancipação, da cultura, da cidadania
        2. O intelectual possui um perfil político. Não no sentido partidário ou político institucional, mas no sentido clássico da polis, ou seja, espaço público da cidadania, dos direitos e dos valores. Pois quando fala em público o intelectual ele assume uma posição diante sua sociedade.
          1. Quando se fala no silêncio dos intelectuais, muitas das vezes se pensa quantitativamente. Que eles falam menos, aparecem menos do que antes, e as vezes se recusam mesmo a se pronunciar. O silêncio entendido dessa maneira tem quatro grandes cuausas:
            1. Fracasso das revoluções. Refluxo dos ideais revolucionários, das utopias revolucionárias, perda do sentimento de que a história possui um sentido, de que o futuro é um porvir aberto, fazendo com que o presente se mostre como definitivo. O primeiro silêncio decorre da perda da dimensão emancipatória do futuro
              1. Modo como os pensadores, artistas estão inseridos no modo de produção capitalista. A figura do intelectual é inseparável da autonomia das artes e da razão. Hoje as artes estão devoradas pela indústria cultural, portanto, estão submetidas ao mercado cultural. O pensamento, a ciência, a filosofia, direito, se realizam num campo vinculado diretamente aos interesses empresariais. O trabalho do pensamento é chamado de “grande capital” das empresas. A ciencia deixou de ser uma ciência empírica, ela se tornou força produtiva do capital. O pensamento foi devorado pela produção econômica, pelo financiamento. De tal modo que a autonomia do pensamento e da arte e a condição do intelectual se pronunciar em publico desapareceu.
                1. Neoliberalismo tem como principio o Estado mínimo, que significou o encolhimento do espaço público (direitos sociais são convertidos em serviços, privatização dos direitos. Encolhimento da política através do marketing político. O político é vendido e o cidadão é o consumidor deste objeto, o que leva a uma diminuição do campo da cidadania, que é o lugar de fala do intelectual) e o alargamento do espaço privado.
                  1. Substituição do intelectual pelo chamado “formador de opinião”, ou seja, a mídia criou duas figuras, a do formador de opinião, ou seja, a ideia de que tem algumas pessoas que são detentoras da opinião pública. Ideia de que a opinião pública é um setor que pertence a alguns indivíduos ligados as empresas de mídia. E a mídia criou, também, a figura do “especialista competente”, que é aquele sujeito que é considerado portador de alguns conhecimentos (científicos, jurídicos, técnicos etc.) que o autorizam a mandar, e os outros que são incompetentes tem a obrigação de obedecer.
                    1. Criação dos ideólogos, que são os formadores de opinião e os especialistas competentes. O ideólogo é um defensor da ordem vigente, falando do alto por meio das ideias. Distingue-se do intelectual, que opera a partir da autonomia, e com uma fala transgressora. Os ideólogos ocuparam os espaços públicos e silenciaram os intelectuais.
                    2. O intelectual está engajado em uma causa, em valores que são negados pela ordem vigente. Esse engajamento só é possível, pois a fala pública foi antecedida de um longo e lento trabalho (dialética, como negação do que está dado) de reflexão.
                      1. Ideia de um “mundo vertiginoso” (David Harvey). Nós vivemos um momento de compressão do espaço e do tempo. O espaço se reduz a tela (computador, TV, celular) e o espaço são as imagens velozes fugazes, vertiginosas, que correm nessas telas, e o tempo é apenas o do agora, um presente instantâneo. Não existe um passado que explica a existência deste presente e não há um futuro que explica para onde vai este presente. Tudo se esgota neste presente imediato (aqui (tela), agora (imagem veloz)). O verdadeiro engajamento é aquele que permite que periodicamente o intelectual permaneça em silêncio, para que ele possa fazer o trabalho de transformação da ideia imediata em ideia compreendida. Senão o intelectual vai falar e muito, mas rigorosamente não vai dizer nada.
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