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Trovadorismos (1198 - 1418) * Preliminares - Decorrente do clima pós-guerra, a poesia medieval ganha força na segunda metade do século XIII, atingindo seu ponto mais alto. - Sua origem remota e controversa acaba pro admitir quatro teses fundamentais para sua origem: Arábica: Cultura arábica com sua velha raiz. Folclórica: Criada pelo povo. Médio-Latinista: Originado na literatura latina. Litúrgica: Fruto da poesia litúrgica-cristã. - Nenhuma delas é suficiente para resolver o problema quanto a sua origem!
* A Poesia Trovadoresca - Na provença o poeta era chamado de "Troubadour" - correspondente no português a Trovador. - Os poetas deviam ser capazes de compor, achar os versos e atribuir uma melodia. - A poesia trovadoresca se apresenta em dois grupos: Lírico-amorosa: que dividi-se em cantiga de amor e cantiga de amigo; Satírica: que dividi-se em cantiga de escárnio e cantiga de maldizer;
CANTIGA DE AMOR - De acordo com a arte de trovar, defini-se esse tipo de cantiga pela circunstância que se fala na primeira cobra (estrofe). Nela o trovador confessa seu amor, doloroso e sua angustiante experiência frente a uma dama indiferente; um amor idealizado, impossível (jamais alcançado seja pelos mais diversos motivos) formado em uma atmosfera de suplica. O impulso erótico se esconde sob o véu das convenções sociais, as quais o trovador segue com obediência. - Quem faz uso da palavra é o próprio trovador, que manifesta sempre grande respeito e subserviência a dama e seus cuidados (mia senhor ou mia dona). - O trovador segue as risca a regras do amor cortês; - O mesmo devia ocultar o nome da dama afim de não causar desagrado; - Prestar vassalagem em quatro fases Fenhedor: de quem se consome suspiros; Precador: de quem ousa declarar seus sentimentos e pedir; Entendedor: é o namorado; Drut: o amante; - O lirismo trovadoresco português apenas conheceu as duas últimas fases. - O drut se encontrava exclusivamente na cantiga de escárnio e maldizer. Tipos de cancões: - Cantiga de refrão (quando a presença do recurso). - Cantiga de maestria (quando não há presença do recurso de repetição de uma ideia fixa). - O trovador se dirigia a mulheres solteiro, raramente a mulheres casadas.
CANTIGA DE AMIGO - Defini-se pela voz que fala na primeira cobra, uma voz feminina, mas que também foi escrita pelo trovador. - Esse tipo de cantiga focaliza no outro lado da relação amorosa: o sofrimento amoroso da mulher. - O trovador, amado incondicionalmente pela moça humilde e ingênua do campo ou da zona ribeirinha, que projeta-se no seu íntimo o desgosto de amar e ser abandonada, em razão da guerra ou de outra mulher. - O trovador vive uma dualidade amorosa, por retratar dois lados da experiencia amorosa, por ele padecer da falta de amor, e por falar em nome dela que por ele desgraçadamente se apaixona. - A voz feminina ergue-se em confissão à mãe, às amigas, aos pássaros, aos arvoredos, às fontes e aos riachos. - Enquanto a cantiga de amor é apenas idealista, a cantiga de amigo é realista. - As cantigas registram os momentos de namoro, desde a corte até o abandono. - A cantiga de amigo tem caráter mais narrativo e descritivo que as cantigas de amor. - A moça do povo geralmente era solteira.
CANTIGA DE ESCÁRNIO E DE MALDIZER - A cantiga de escárnio é aquela em que a sátira se constrói de modo indireto, por meio de ironia e sarcasmo. Usa palavras cobertas, ou seja, de duplo sentido. - A cantiga de maldizer, a sátira é feita diretamente, com agressividade, descobertamente, com palavras maldosas que não haverá outro entendimento. - (O nome da dama é explicito na canção). - Por se tratar de cantigas marginalizadas, a linguagem em que eram vazadas permitia expressões licenciosas ou de baixo-calão: poesia maldita, pornográfica e de mal gosto.
ACOMPANHAMENTO MUSICAL - As cantigas eram embaladas por musicas, canto e dança. - O próprio trovador tangia o instrumento, especialmente quando de corda. - A parte musical recebia o nome de som. CANCIONEIROS - Transmitida oralmente, mas tendo como suporte os manuscritos, é natural que muito da poesia trovadoresca tenha desaparecido. - O cancioneiros eram coletâneas de canções.
TERMINOLOGIA POÉTICA - Apesar da aparência primitiva, a poesia medieval se utilizava de requintados recursos formais: O verso era chamado de palavra, que quando sem rima era chamado de palavra-perduda. A estrofe era chamada de cobra, e a forma da estrofe de talho. Cobras singulares: rimas próprias. Cobras uníssonas: rimas iguais, comuns. A fiinda estrofe de estrutura própria, mas liga pela rima ao resto da cantiga. A Atafinda era o que modernamente se chama de encadeamento, o final de um verso ou estrofe liga-se diretamente ao início do seguinte sem interrupção de sentido ou ritmo. Dobre e mordobre consistiam na repetição de uma palavra ou mais no interior da mesma estrofe. Leixa-pren (deixa-prende) era o recurso formal utilizado para pegar o último verso de uma estrofe (que não era o refrão) e com ele iniciar a estrofe seguinte, inteiro ou com ligeira modificação. O Paralelismo ocorria quando o trovador utilizava as mesmas expressões, apenas utilizando sinônimos nas rimas Tenção eram as cantigas dialogadas.
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