MAMAS - NEOPLASIAS MALIGNAS

Epidemiologia
1. 2˚ tipo de CA mais prevalente entre as mulheres no brasil e no mundo
  1. Apenas atrás do CA de pele não melanoma
2. 25% por ano
3. Aumento após 35 anos e principalmente após 50 anos
4. Em 2013 houve quase 15 mil morte pela doença no Brasil (INCA)
5. RS é o Estado com maiores números
6. Prognóstico é influenciado pelo estadiamento TNM - tamanho, acometimento linfonodo, metástase
  1. Classifica em estágios de I a IV
Fatores de Risco
1. Maioria nos lóbulos (onde se produz leite) e nos ductos (trajeto lóbulo -> papila)
2. Idade (um dos principais FR)
3. Fatores genéticos e hereditários
  1. mutação gene BRCA 1 e 2
4. Fatores comportamentais e ambientais
  1. Álcool, sobrepeso, obesidade, exposição à radiação, tabagismo
5. Idade reprodutiva
6. Fatores endócrinos
  1. Estímulo hormonal prolongado com menarca precoce ou menopausa tardia
7. 1˚ gestação após os 30 anos
8. TRH e anticoncepcionais hormonais
  1. Em mulheres jovens o risco é baixo e após descontinuação do método o risco retorna ao normal
  2. Estrogênio isolado não tem relação com aumento do risco de CA de mama
Carcinoma lobular in situ (CLIS)
1. Não é uma neoplasia maligna, apenas um marcador de risco pro CA de mama (30-40% ao longo da vida)
  1. Alguns estudos falam que em algumas mulheres, pode ser uma lesão precursora de carcinoma lobular invasor
2. Representa 13% dos carcinoma in situ
3. 40-50 anos de idade
4. Achado incidental, pois não tem manifestação clínica
5. Sem tratamento
6. Seu achado -> paciente passa a ser de alto risco e tem indicação de rastreamento rigoroso, quimioprevenção ou cirurgias redutoras de risco
7. Em geral é receptor hormonal positiva (RH +) e receptor tipo 2 do fator de crescimento epidérmico humano negativa (HER-2 - )
  1. Perda da expressão de ecaderina (molécula de adesão intracelular)
Carcinoma Ductal in situ (CDIS) ou intraductal
1. Substituição das cél. epiteliais do ducto por cél. neoplásicas sem invadir a MB
  1. Não tem como metastatizar = não precisa de tratamento
2. Lesão precursora do carcinoma invasor, aumentando em 10x o risco
3. Manifesta-se como microcalcificações pleomórficas, agrupadas e no trajeto ductal
4. Tratamento: ressecção cirúrgica com margens maiores de 2mm + RT
  1. Não precisa de biópsia do linfonodo sentinela (BLNS), a não ser casos extensos submetidos a mastectomia
5. + prevalente
Carcinomas invasores das mamas
1. Capacidade de metastatizar
2. Carcinoma ductal infiltrante sem outro especificação
  1. + comum (80-90% dos carcinomas)
  2. Diagnóstico por exclusão para os tipos especiais de carcinoma
    1. Especiais: devem ter quase todas as características. histológicas do tipo em questão (90%)
  3. Apresentação Macro
    1. Nódulo sólido ou uma área de condensação do parênquima
    2. Com cor cinza ou branca, duro com formato espiculado ou circunscrito
    3. Consistência depende da qntde de fibrose no estroma, elastose peritumoral e presença de necrose ou calcificações
  4. Histologia
    1. Ampla variedade
    2. Proliferação de elementos epiteliais com atipias citológicas
    3. Citoplasma abundante, núcleos de regulares e uniformes a pleomórficos, nucléolos proeminentes
    4. Graduação quanto à formação tubular, atipias celulares e atividade mitórica
      1. Grau 1 (bem diferenciado), 2 (diferenciação intermediária), 3 (pouco)
    5. Prognóstico depende do estadiamento TNM e de fatores biológicos como expressão dos receptores de estrogênio (REs) de progesterona (RPs) e do HER-2
3. Carcinoma lobular invasor (CLI)
  1. 2˚ tipo mais comum de carcinoma (5-15%)
  2. Mulheres pós-menopausa, após 60 anos
  3. Maior frequência multifocalizadade, multicentricidade e bilateralidade
  4. Padrão invasor insidioso = pouca reação tecidual desmoplásica adjacente = nem forma massa palpável = diagnóstico difícil
  5. Densidade assimétrica sem nódulo bem delimitado à palpação e assimetria e distorção da arquitetura na mamografia
  6. Histologia
    1. Subtipo clássico (60%): células tumorais pequenas e homogêneas que crescem em fila indiana com padrão concêntrico, circundando os ductos residuais com formação de crescimento "em alvo". Costuma expressar RE, RP, mas não o HER-2
    2. Subtipo célula em anel de sinete: quando vacúolos de secreção no citoplasma desloca do núcleo para a periferia da célula; apresenta mucina celular
    3. Difere do CDI, sendo mais raras metástases pra pulmões, cérebro e fígado e mais frequentes para leptomeninges, peritônio, TGI, órgãos pélvicos e ossos
    4. Prognóstico depende do estadiamento TNM e de fatores biológicos como expressão dos receptores de estrogênio (REs) de progesterona (RPs) e do HER-2
      1. Clássico tem um pouco melhor de prog. do que CDI-SOE
4. Tipos especiais de carcinoma ductal infiltrante
  1. Tem que ser O estereótipo do tumor
  2. Carcinoma tubular
    1. Bem diferenciado e com um bom prognóstico
    2. Deve conter no mínimo 75% das características, se não é considerado carcinoma tubular misto
    3. 1 a 4% dos carcinomas
    4. 60 anos
    5. Tumores pequenos (< 1cm) sem comprometimento dos LNs axilares
    6. Firme/duro, cinza-branca e aspecto estrelado ao corte
    7. Na mamografia: aspecto espiculado
    8. Histologia
      1. Proliferação irregular dos túbulos glandulares com uma camada de células bem diferenciadas e homogêneas com secreção apócrina
      2. Estroma abundante, fibrótico e com elastase
      3. 50% tem calcificações
  3. Carcinoma medular
    1. 5 a 7% dos carcinomas invasivos
    2. + jovens (< 35 anos)
    3. Pode ter associação com mutação no gene BRCA1
    4. Tumores bem-delimitados, circunscritos, firmes, com 2-3 cm
      1. Confundidos com fibroadenoma no exame físico e com tumores benignos na mamografia
    5. Histologia
      1. Cél. pouco diferenciadas, alto índice mitótico, pouco estroma, infiltrado linfoplasmocitário e padrão sincicial de proliferação (sem estruturas glandulares)
      2. Ausência de RHs, HER-2 negativo
        Está no grupo dos tumores triplo-negativos
  4. Carcinoma mucinoso ou coloide
    1. 1 a 2% dos carcinomas de mama em geral
    2. 7% dos carcinomas em > 75 anos
    3. Tumor circunscrito com protuberâncias arredondadas e mucinosa (gelatinosa)
    4. Bastante secreção de mucina
      1. Quantidade de mucina e de estroma determina a consistência: macia, gelatinosa ou firme
    5. Maioria RH + e não expressa HER-2
    6. Bom prognóstico (80-90% com sobrevida de 10 anos)
    7. Deve-se excluir as formas não puras, pois 60% dos carcinomas de mama produzem mucina mas não são mucinosos
  5. Carcinoma papilífero
    1. 1 a 2% dos carcinomas de mama
    2. Pós-menopausa e idosas
    3. Bom prognóstico
    4. Circunscrito ou lobulado e às vezes com componente cístico
    5. Na região + central da mama
    6. 22 a 34% tem derrame papilar ao diagnóstico
    7. Arquitetura papilar e intraductal
  6. Carcinoma metaplásico
    1. Cél. epiteliais glandulares -> não glandulares ou em cél. mesenquimais
    2. 1% dos carcinomas de mama
    3. Achados semelhantes ao CDI-SOE
    4. Massa bem delimitada
    5. Metástase pros LNs axilares são incomuns
    6. Maioria é RH -
  7. Doença de Paget (DP)
    1. Apresentação incomum das neoplasias malignas
    2. 1 a 3% dos CA de mama
    3. Apresentações diferentes, pode estar associado com carcinoma invasor ou intraductal ou nenhuma neoplasia adjacente
    4. 60-70 anos
    5. Epitélio glandular maligno dentro da epiderme da aréola ou mamilo
    6. Assintomática ou associada à hiperemia ou eczema
    7. Teoria: cél. de Paget crescem no ducto e se estendem até o mamilo
    8. Forma subclínica: dor, prurido, ardência
    9. Com evolução da doença: eritema, pele espessada, lesão em crosta, peq. vesículas com exsudação que pode ulcerar e destruir todo o mamilo
    10. Palpação de nódulos ou adensamentos (em 50%)
      1. Ou s/ massa detectável no ex. físico ou imagem
    11. Diagn. diferencial: melanoma

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