Tratamento da dor oncológica

Considerações Gerais
1. Conceito de dor oncológica
  1. Termo utilizado para designar dor na maioria das vezes de múltiplas etiologias de um paciente com câncer ligada diretamente ou não a doença de base
Mitos: considerações equivocadas
1. Morfina é para paciente terminal
  1. Dor muito intensa deve ser tratada por via parenteral
    1. Metadona só deve ser prescrita por especialista
      1. Uso prolongado de morfina leva à dependência e abuso
        Quando prescreve-se opióide se retira os outros analgésicos
        Morfina deprime a respiração e encurta a vida
        Opióides são contraindicados para pacientes com história de drogadição e insuficiente renal crônico
        Melhor vivo com dor que morto sem dor
Dados epidemiológicos
1. 15% dos pacientes sem metástase tem dor que exige tratamento enquantos os com são 80%
2. Em 65 a 85% a causa da dor é o tumor
  1. Em 15% a 25% é o tratamento nos que fazem quimioterapia
3. A dor pode ser aliviada em 80 a 90% dos casos e nos outros pode ser obtido aceitável alívio
Compreendendo a dor
1. Diferenciar
  1. Nocicepção
    1. É uma sensação resultante da codificação dos estimilos dolorosos no Sistema Nervoso
  2. Dor
    1. É a percepção da nocicepção
2. Aspectos que influcenciam na emoção e portanto na dor
  1. Espiritualidade
  2. Sentido de vida
  3. Grau de resiliência
  4. Perdas sofridas
3. Dor total
  1. Psicológica
  2. Social
  3. Física
  4. Espiritual
Classificação Neurofisiológica da dor
1. Nociceptiva
  1. Somática
  2. Visceral
2. Neuropática
3. Complexa ou mista
  1. Tumor provoca inflamação e compressão
Avaliação da dor
1. Registrar as medicações atuais
2. Abordagem psicossocial
3. Utilizar diário de dor
4. Avaliação diagnóstica
5. Outros sintomas
6. História da dor (caracterizar)
7. Escalas unidimensionais
  1. Escala Numérica
  2. Visual Analógica
  3. Escala das faces
  4. Escala verbal
Princípios básicos para tratamento da dor OMS
1. Pela boca
2. Pelo relógio
3. Pela escada
4. Pelo indivíduo
5. Uso de adjuvantes
6. Atenção aos detalhes
Terapêutica farmacológica
1. Não opióides
  1. Analgésicos comuns
    1. Dipirona
      1. 500mg a 1g 6/6h ou 4/4h
    2. Acetanomifen (Paracetamol)
      1. 500g a 750g 6/6h ou 8/8h
        No máximo 6g
        Toxidade hepática
  2. AINES
    1. Cuidado com efeitos colaterais
      1. Considerar protetores gástricos
    2. Desaconselhados em idosos
    3. Dor de origem inflamatória ou neuropática por compressão medular
  3. Efeito teto (aumento da dose não aumenta mais o efeito)
  4. Efeito dose excedente (dose-sparing) para diminuir as doses opióides
2. Adjuvantes
  1. Antidepressivos
    1. Tricíclicos
      1. 12,5 a 25 mg dia
    2. Idosos
      1. Venlafaxina
  2. Anticonvulsivantes
    1. Carbamazepina
      1. Dor lancinante
    2. Gabapentina e Pregabalina
      1. Dor neuropática
  3. Corticóides
    1. Dexametasona e predinisona
      1. Diminuem edema e inflamação, pressão intracraniana e dor óssea
  4. Neurolépticos
    1. Atuam na percepção da dor
      1. Haloperidol, cloprormazina e levomepromazina
  5. Bifosfonados
    1. Dores ósseas
  6. Psicoestimulantes, miorelaxantes, estimulantes, sedativos, indutor do sono
3. Opióides
  1. Fracos
    1. Codeína
      1. Opióide natural
        Antitussígeno e obstipante
        Acima de 360g substituir por mais forte
        100mg + 10mg de morfina
        Com paracetamol: Tylex
        Com paracetamol: Codaten
      2. Comprimido de 7,5 , 30 ou 60mg
      3. 4/4h
    2. Tramadol
      1. Opióide sintético
        6/6h
        Metabolismo hepático
        Apresentação oral biodisponibilidade muito maior
        50mg=10mg morfina
  2. Fortes
    1. Morfina
      1. Meia vida 2 a 4h
        Dripping e liberação lenta 12h
        Opiofobia
        Segura se respeitada doses e intervalos
        Dose de resgate
    2. Metadona
      1. Sintético
        Para dores neuropáticas e severas
        Meia-vida imprevisível
        Náuse e sinal de intoxicação
        1 a 2mg = 10mg de morfina
    3. Fentanil transdérmico
      1. Semalhante a morfina
        Transdérmico 72h
    4. Oxicodona
      1. Sintético
        Poucos efeitos colaterais
        Alto custo
        Dupla camada de liberação (não quebrar comprimido) 12h
    5. Hidromorfona
      1. Nova no Brasil
      2. 1,5 a 2g de morfina
      3. 24h
  3. Derivados do ópio
    1. Titulação de opióide
      1. De descontinuados rapidamente podem gerar abstinência
        Antagonizados por Naloxona
        Constipação
        Deambulação e exercício físico
        Boa ingesta hídrica e laxativos estimulantes não absorvíveis
        Casos refratários enema e enteroclisma
        Metilnaltrexona aprovada para constipação induzida por opióide
Escala analgésica da OMS
1. Dor leve
  1. Não opióide com ou sem coadjuvante
2. Dor moderada
  1. Opióide fraco (com ou sem não opiáceo?) com ou sem coadjuvante
3. Dor severa
  1. Opióide forte com ou sem adjuvante

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