DOR

DOR

É uma desagradável experiência sensorial e emocional associada a uma lesão tecidual já existente ou potencial, ou relatada como se uma lesão existisse.
Fisiopatologia
1. Nociceptiva
  1. Causada pela ativação dos nociceptores e pela transmissão dos impulsos gerados
    1. Espontânea: "pontada", "facada", "agulhada" - lesão tissular
    2. Evocada: provocada pelo estiramento da raiz nervosa
2. Neuropática
  1. Lesão neural desaferente ou central. Ex.: "queimação" , "formigamento".
    1. Intermitente: ativação das vias nociceptivas pela cicatriz formada no foco lesional
    2. Evocada: rearranjos sinápticos decorrentes da desaferentação ou substituição de sinapses inibitórias por excitatórias.
3. Mista
  1. Excesso de estímulos nociceptivos quanto à destruição das fibras nociceptivas
4. Psicogênica
  1. Causada por componente emocional associado. Normalmente é difusa, generalizada e imprecisa, mas pode ser local e pode mudar sua localização.
5. Somática
  1. Decorrente da estimulação de nociceptores do tegumento ou músculos, fáscias, etc.
  2. Localizada quando superficial ("picada", "pontada") ou mais difusa (profunda).
Origem
1. Somática Superficial
  1. Dor nociceptiva decorrente da estimulação de nociceptores do tegumento.
  2. Intensidade variável, bem localizada: "picada", "pontada".
  3. Decorre de trauma, queimadura e processo inflamatório
2. Somática Profunda
  1. Dor nociceptiva por ativação de nociceptores dos músculos, fáscias, tendões, ligamento e articulações.
  2. Decorre de estiramento ou contração muscular isquêmica, contusão,etc.
  3. Dor mais difusa e imprecisa: "dolorimento", "cãibra".
3. Visceral
  1. Dor nociceptiva decorrente da estimulação de nociceptores viscerais.
  2. Dor profunda, característica similar somática profunda
  3. Decorre do comprometimento da própria víscera, peritônio ou da pleura parietal.
4. Referida
  1. Sensação dolorosa superficial.
  2. Obedece à região metamérica.
  3. Ex.: dor na face medial do braço em pacientes com infarto do miocárdio.
5. Irradiada
  1. Sentido à distância de sua origem.
  2. Ocorre em estruturas inervadas pela raiz nervosa.
6. Aguda
  1. Tem o papel de alertar.
  2. Acompanhada de manifestações neurovegetativas e desaparece com a remoção do fator.
7. Crônica
  1. Persiste por um período superior para a cura do processo mórbido.
Semiologia
1. Localização
  1. O paciente deve apontar a região e deve ser registrado de acordo com o nome da superfície corporal.
  2. Avaliação da sensibilidade na área da distribuição da dor e adjacências.
2. Irradiação
  1. Pode seguir o trajeto de uma raiz nervosa. Divida em: radiculopatia S1, L5, L1, T4, C6, C2, C3.
  2. Também pode ser referida. Ex.: apêndice (dor na região epigástrica).
3. Qualidade/Caráter
  1. Evocada: ocorre mediante provocação.
    1. Alodínia: provocada por estímulo tátil, sobretudo repetitivo, em uma área com limiar alto de excitabilidade. Dolorosa e desagradável.
    2. Hiperpatia: mais dolorosa que o comum.Normalmente é causada por estimulação nóxica, sobretudo repetitiva, em área com limiar alto de excitabilidade.
    3. Hiperalgesia: resposta exagerada a estímulos aplicados na região com limiar baixo de excitabilidade.
      1. 1°: ocorre na área lesionada.
      2. 2°: ocorre no entorno da área lesionada.
  2. Espontânea
    1. Intermitente: ocorre episodicamente, com frequência e duração variáveis.
    2. Constante: pode variar de intensidade, sem nunca desaparecer.
  3. Hipoestesia: diminuição das sensibilidade tátil, térmica e dolorosa em uma região corporal.
  4. Hipoalgesia: resposta álgica reduzida, estimulação de região com limiar alto de excitabilidade.
4. Intensidade: normalmente se utiliza escalas que vão de dor leve à pior dor possível.
5. Duração
  1. Contínua: data e duração de acordo com o tempo transcorrido.
  2. Cíclica: data e duração dos episódios dolorosos.
  3. Intermitente várias vezes no dia: registrar a data, duração média do episódio e o n° deles.
  4. Aguda: de início súbito, localização precisa com manifestações neurovegetativas.
  5. Crônica: cessam manifestações neurovegetativas, determina estresse e perda da qualidade de vida. Tempo maior que 3 meses
6. Evolução: atuação do fator causal e o início da sensação dolorosa.
  1. Súbito
  2. Insidiosa
7. Fatores desencadeantes. ex.: alimentação, utilização medicamentosa, etc.
8. Fatores atenuantes. Ex.: repouso, postura, funções orgânicas, etc.
9. Manifestações Concomitantes. Ex.: manifestações neurovegetativas, estímulos do SNC, etc.

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