Created by Alessandra S.
about 11 years ago
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O coração é o órgão responsável pelo bombeamento de sangue em nosso corpo. Apresenta uma forma cônica, mas arredondada, situando-se entre os pulmões. O coração é subdividido em quatro câmaras: átrios e ventrículos direito e esquerdo. Uma parede muscular, o septo interventricular, separa completamente as câmaras do lado direito daquelas do lado esquerdo, enquanto cada átrio está em contato com o ventrículo do lado correspondente, através de uma passagem relativamente estreita.
No átrio direito chega o sangue venoso, que contém grande concentração de gás carbônico. A câmara adjacente, o ventrículo direito, enviará esse sangue aos pulmões. O sangue arterial, que retorna ao coração, vindo dos pulmões, chega através do átrio esquerdo e passa para o ventrículo esquerdo, de onde será enviado ao restante do corpo. A presença de válvulas entre cada um dos ventrículos e os átrios correspondentes, além de em alguns vasos que deixam o coração, garante um fluxo unidirecional do sangue. O coração é todo revestido por endotélio, um epitélio que reveste todo sistema circulatório, mas o restante do órgão é composto por um tecido muscular especial, o músculo cardíaco. É a partir de suas contrações que o órgão realiza movimentação do sangue.
Os batimentos cardíacos, assim produzidos, obviamente não são desordenados seguindo um padrão específico. A passagem do sangue para os ventrículos ocorre quando os átrios contraem-se e a musculatura dos ventrículos, nesse momento, ainda está relaxada; é o que chamamos de sístole auricular e diástole ventricular. Após o fim da sístole auricular, os ventrículos, cheios de sangue, contraem-se e expelem o sangue do coração. Em seguida, novamente há a contração dos átrios, constituindo-se dessa forma o chamado ciclo cardíaco. O resultado de um exame de eletrocardiograma, ou mesmo dos sons do coração, refletem esse ciclo e seu efeito sobre as válvulas que separam as câmaras do coração. Quando os ventrículos começam a entrar em sístole, por exemplo, ouve-se um som grave e longo, resultante do fechamento das válvulas entre cada átrio e o respectivo ventrículo. Em uma pessoa em repouso, o coração bombeia de quatro a seis litros de sangue por minuto. A medida que realizamos alguma atividade há uma demanda maior de sangue oxigenado, que pode chegar a sete vezes o volume de repouso durante um exercício físico intenso. De alguma forma, os movimentos do coração terão de se adequar a essa variação de volume sangüíneo. Para tanto, atuam dois sistemas: uma regulação do próprio coração, em resposta à quantidade de sangue que chega ao órgão e um controle pelo sistema nervoso autônomo. O primeiro mecanismo mencionado, intrínseco ao coração, é chamado de mecanismo de Frank-Starling e refere-se à capacidade do órgão de estabelecer uma equivalência entre o volume de sangue que chega ao coração e o volume a ser bombeado.
Quando uma quantidade maior de sangue chega aos ventrículos através dos átrios, o músculo cardíaco dessa câmara maior é distendido até maior comprimento. Assim, há um aumento do volume interno do ventrículo como um todo que, portanto, passa a bombear mais sangue. Além do mecanismo de Frank-Starling, também há um controle nervoso do coração por parte de nervos simpáticos e parassimpáticos. Para ter-se uma idéia da dimensão da ação desse sistema, basta saber que a estimulação do sistema simpático pode aumentar em até cem por cento a intensidade de batimentos cardíacos (o débito cardíaco). Por outro lado, o sistema parassimpático pode reduzir a zero essa freqüência. Várias doenças podem afetar o coração. Algumas doenças congênitas, envolvendo a má formação das diversas câmaras, estariam entre as mais graves. Um exemplo seria a ocorrência de uma parede incompleta entre os dois lados do coração, levando a mistura menor ou maior do sangue venoso e do arterial. Freqüentemente, o indivíduo pode morrer ou ter graves deficiências. Outras anomalias estão relacionadas a uma propensão genética, associada aos hábitos de vida da pessoa. É o caso do infarto do miocárdio, uma deficiência parcial ou total do abastecimento sangüíneo para a própria musculatura do coração. O que causa a paralisação do fluxo sangüíneo nos vasos que irão suprir o coração (os vasos coronários) é a presença de um coágulo no interior desses vasos.Em geral, o coágulo forma-se em função da deposição de gorduras sob a primeira camada epitelial do vaso, num processo denominado arteriosclerose. À medida que a quantidade de gordura aumenta, forma-se uma placa que penetra o interior dos vasos, onde começam a acumular-se plaquetas, formando-se um coágulo. Além disso, um espasmo localizado em uma das artérias coronárias pode levar à oclusão do vaso. O enfarte pode levar à morte, pois o coração deixa de enviar sangue com oxigênio para o corpo. Nesse sentido, o sistema nervoso central é especialmente frágil, necessitando de um suprimento alto e regular de sangue arterial. O bloqueio dos vasos coronários também pode levar a lesões na estrutura do coração. Ao longo da evolução, o coração dos vertebrados passou por diversas transformações que se refletem nas características dos órgãos nos diversos grupos. Entre os peixes, por exemplo, o coração bombeia apenas sangue venoso, que irá em direção às brânquias para ser oxigenado.No coração dos anfíbios, encontramos dois átrios e uma câmara única na qual sangue arterial e venoso se misturam, partindo tanto em direção ao corpo quanto para os pulmões. Nos répteis há a presença de uma parede que divide parcialmente os dois ventrículos, mas em parte os sangues arterial e venoso misturam-se. Como sabemos, o coração dos mamíferos está dividido em quatro câmaras e o sangue com oxigênio não se mistura ao sangue venoso, o mesmo ocorre nas aves. A comparação dos corações indica que em certos grupos, houve uma pressão seletiva maior no sentido de aumentar a eficiência do fornecimento de oxigênio para os diversos tecidos do corpo.
Coração
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