Resumo: Aula 21 – Desequilíbrios ecológicos III – O sistema agrícola

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Elementos de Ecologia e Conservação Note on Resumo: Aula 21 – Desequilíbrios ecológicos III – O sistema agrícola, created by Ivan Pessanha on 06/05/2017.
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LICENCIATURA EM CIÊNCIAS BIOLÓGICAS – CEDERJ - UENF SEGUNDO PERÍODO DISCIPLINA: Elementos de Ecologia e Conservação Resumo: Aula 21 – Desequilíbrios ecológicos III – O sistema agrícola Análise do sistema agrícola: Estrutura e funcionamento · Os sistemas ecológicos funcionam através de um fluxo de energia e do ciclo de minerais. Um é condição para o outro. A energia flui, de um organismo a outro, no ecossistema na forma de moléculas orgânicas. · Como é a dinâmica em um ecossistema agrícola? Vamos aqui analisar as condições estruturais e funcionais desse tipo de ecossistema. · O objetivo do sistema agrícola é a produção de alimentos. O que nos interessa é sua produção primária líquida, isto é, o excedente do que foi produzido pela planta (energia fixada pela fotossíntese) em relação ao que foi consumido pelo próprio indivíduo vegetal. · Esta produção líquida, correspondente aos tecidos vegetais que irão nos nutrir, é retirada e consumida localmente, nos casos da agricultura de subsistência. · Em consequência da produção agrícola, ocorre progressivamente o empobrecimento mineral e biológico do solo. Funcionamento do sistema agrícola · A cadeia alimentar nesse ecossistema nos parece ser bastante simplificada: planta-alimento → homem. · A retirada constante dos nutrientes com as plantas requer a reposição também constante de nutrientes. Isso se faz através da adição de fertilizantes, normalmente constituídos de nitrogênio, fósforo e potássio (N-P-K), nutrientes requeridos em grande quantidade pelas plantas. A continuidade do sistema agrícola requer contínua introdução externa de energia e materiais · Para manter o ecossistema agrícola, evitando-se a sua desorganização e mudança, precisamos, continuamente, adicionar energia e materiais, os insumos. · Isso pode se dar pelo trabalho manual do agricultor ou com uso de maquinaria movida a combustível fóssil, adição de água (irrigação) e fertilizantes, às vezes também pesticidas, ambos produzidos e transportados até o local com gasto de energia! Estratégias usuais de formação e manutenção do sistema agrícola · Vamos abordar algumas práticas mais generalizadas, analisando seus efeitos ambientais. Queimada · Trata-se de um procedimento simples e barato para a limpeza do terreno, no sentido de extinção das plantas que não são de nosso interesse. · Todos os elementos que faziam parte da biomassa da vegetação existente são subitamente liberados no ambiente na forma de cinzas. · Mas o benefício obtido com a queimada é instantâneo e não se perpetua. A grande quantidade de nutrientes liberada no meio não pode ser absorvida de imediato pelas plantas cultivadas, e vai sendo, progressivamente, perdida pelo transporte, dissolvida nas águas das chuvas que descem pelo solo (lixiviação). · A renovação do solo se faz pela matéria orgânica que, trabalhada pelos microrganismos e fauna do solo, produz o húmus, que desempenha importantes funções ligadas a propriedades físicas e químicas do solo. Mas a queimada tem como combustível essa matéria orgânica que assim é destruída. A aração e a exposição do solo · O revolvimento do solo promove sua aeração, já que permite a entrada de oxigênio, sua exposição e aquecimento ao sol, além de retirar ervas que iriam competir com as plantas cultivadas. · Nos solos tropicais, expostos às chuvas torrenciais e a uma radiação excessiva, a exposição é antes um problema que um benefício. A excessiva aeração acelera a decomposição da matéria orgânica com a redução de seu teor e de seus benefícios. Adição de fertilizantes · A reposição dos nutrientes retirados a cada colheita é indispensável. Contudo, da grande quantidade normalmente lançada no solo, apenas uma parcela pode ser aproveitada pelas plantas em crescimento. · No entanto, a utilização excessiva para contribuir para eutrofização de corpos d'água, ao serem esses nutrientes lixiviados pelas chuvas. · Desenvolver sistemas agrícolas em que seja mais eficiente o uso de fertilizantes, implicando, também, a redução da exportação de problemas ambientais! · (Embora o livro não faça nenhuma alusão, nos dias de hoje, 2017, cada vez mais se expande o cultivo agroflorestal no Brasil. Técnica que alia a produção de alimentos e a recuperação de áreas florestais que foram totalmente ou parcialmente degradadas. Sistema totalmente orgânico. Pesquisem no youtube por Ernst Gotsch). Adição de pesticidas · Também chamados de agrotóxicos, esses produtos têm efeitos benéficos na produção imediata, mas podem apresentar efeitos prejudiciais num prazo maior naquele e em outros ecossistemas. · Não podemos deixar de citar os problemas de saúde relacionados não só ao manuseio desses produtos por um agricultor, nem sempre consciente dos riscos e, portanto, nem sempre devidamente protegido, mas também os relacionados ao consumo de alimentos contaminados. A irrigação · As plantas precisam de água para a realização da fotossíntese, e a irrigação vem suprir essa necessidade. Contudo, o lançamento de água em abundância, além de se constitui necessariamente em um desvio da água que, normalmente, seguiria outros caminhos, ainda traz o risco de salinização do solo. · A tecnologia de gotejamento, por exemplo, é mais dispendiosa que a irrigação por sulco e por aspersão convencional, mas garante um aproveitamento mais eficiente da água. · A eficiência de uso implica redução de desperdícios e redução das interferências do ecossistema agrícola em outros ecossistemas. Objetivando a redução das entradas e saídas de energia e materiais · Reduzir-se as entradas significará tornar nossos sistemas agrícolas mais independentes ou autossuficientes, como os ecossistemas naturais. Alternativas à necessidade de pesticidas · Na rotação de cultura há uma alternância temporal de diferentes espécies vegetais cultivadas. Assim, essas diferentes espécies, além de diversificarem as exigências em relação aos recursos edáficos, reduzindo-se seu esgotamento, não vão estimular o desenvolvimento da população de um inseto que seria beneficiado pela oferta contínua de um alimento especial. · Já o cultivo consorciado alterna no espaço as diferentes espécies vegetais: uma fileira plantada de uma espécie, intercalada com uma fileira da outra e assim por diante, traz as mesmas vantagens! · A agrossilvicultura em que a associação, no tempo e/ou espaço, se faz com a inclusão de uma planta lenhosa perene, que oferece a vantagem suplementar de sua presença permanente na cobertura e proteção do solo. · O controle biológico utiliza-se de inimigos naturais para reduzir a população de um organismo prejudicial, abaixo do nível econômico de dano. · Há, ainda, a proposta do controle integrado para combate aos insetos-praga, através da integração de agentes químicos e biológicos compatíveis. Reduzindo a necessidade de fertilizantes · A adubação verde? É um procedimento que se utiliza da capacidade biológica das leguminosas fixarem nitrogênio da atmosfera, a partir de sua associação simbiótica com bactérias do gênero Rhizobium que se alojam em suas raízes formando nódulos. É a Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN), uma forma natural de se promover a entrada de nitrogênio no solo. · Pode-se, por exemplo, plantar-se uma leguminosa, alternadamente, com a planta de interesse. A leguminosa será posteriormente enterrada e enriquecerá o solo. · É comum o aproveitamento do estrume animal trabalhado na compostagem. · A agricultura integrada através de sistemas mistos agropecuários significa o aproveitamento de subprodutos e subsequente reciclagem. · Esses procedimentos, em síntese, correspondem a garantir que haja um retorno da matéria orgânica ao solo.

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