SURDOCEGUEIRA/ MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA SENSORIAL

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Mapa mental sobre prematuridade
Elizabeth Jaffet
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SURDOCEGUEIRA/ MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA SENSORIAL
  1. ABORDAGENS TEÓRICAS SOBRE CRIANÇAS SURDOCEGAS
    1. A importância do movimento: a proposta de Van Dijk
      1. A abordagem funcional salienta a necessidade de dotar a criança surdocega com aprendizagens significativas para a sua vida futura, salientando a necessidade de aprendizagens centradas em experiências reais do dia a dia.
        1. As experiências motoras realizadas pela criança, em conjunto com o professor, por meio do movimento coativo constituem o fundamento e a base do desenvolvimento e da aprendizagem. Elas fornecem à criança surdocega melhor qualidade e quantidade de interações com pessoas, objetos e acontecimentos.
          1. Nesse enfoque, o elemento central é o próprio corpo da criança, suas necessidades, desejos e interesses. O professor e a criança se movem e atuam permitindo a esta descobrir o seu próprio corpo como instrumento para explorar o mundo. A viabilização dessa comunicação inicial pode ser realizada a partir do programa de comunicação de Jan Van Dijk. Esse programa compreende seis fases:
            1. A fase da relação de apego e confiança (nutrição), que consiste no desenvolvimento de um vínculo afetivo entre a criança e o adulto.
              1. A fase de ressonância, que consiste no movimento corpo a corpo, sendo que a iniciativa do movimento parte da criança. O objetivo desta fase consiste no estabelecimento dos primeiros contatos com a criança e na introdução de modalidades de comunicação baseadas no movimento.
                1. A fase de movimento co-ativo ou mão sobre mão, caracteriza-se pela ampliação comunicativa entre o estimulador e a criança, em um espaço mais amplo. O objetivo do trabalho nesta fase, consiste em ampliar os recursos de comunicação e a ação motora da criança no espaço, bem como possibilitar o desenvolvimento da habilidade de antecipação de acontecimentos em uma área determinada.
                  1. A fase da referência não representativa, que tem como objetivo propiciar condições para que a criança compreenda alguns símbolos indicativos de atividades, pessoas e situações.
                    1. A fase de imitação visa estimular a criança na realização das atividades propostas. Representa a continuação do movimento co-ativo. A distinção principal entre eles é que na imitação a criança realiza a ação após demonstração do professor, na presença ou ausência dele, enquanto no movimento co-ativo a ação é simultânea.
                      1. os gestos naturais surgem a partir das experiências com as qualidades motoras dos objetos, sendo constituídos por movimentos das mãos quase iguais aos objetos da ação. Depois que a criança for capaz de utilizar espontaneamente uma série de gestos naturais no contexto de uma rotina diária contínua, pode-se introduzir gestos da língua de sinaispor meio dos processos de desnaturalização e descontextualização.
      2. Aspectos pertinentes à comunicação
        1. A comunicação pode ser receptiva e expressiva. Muitas crianças surdocegas não desenvolvem a fala, no entanto podem expressar-se. Podem também receber as mensagens que lhes são transmitidas por outras vias sensoriais.
          1. Comunicação receptiva é um processo de recepção e compreensão de mensagens. No caso da criança surdocega, por vezes é difícil determinar a forma como ela recebe as mensagens.
            1. Comunicação expressiva é a forma como expressar desejos, necessidades e sentimentos. A criança surdocega utiliza normalmente formas de comunicação não-verbal tais como sorrisos, movimentos, mudanças de posição que podem ser compreendidos por adultos familiarizados. A comunicação com essas crianças exige dos adultos que trabalham com elas conhecimentos específicos sobre esse tipo de comunicação.
            2. Comunicação receptiva
              1. COMUNICAÇÃO RECEPTIVA NA CRIANÇA SURDOCEGA EM FASE PRÉ-LINGÜÍSTICA - No que se refere à criança surdocega em fase pré-lingüística, as formas de comunicação receptiva mais freqüentes são:
                1. Pistas de contexto natural; Pistas táteis; Objetos de referência; Uso do calendário; Gestos naturais; Pistas de imagens;
                2. • COMUNICAÇÃO RECEPTIVA NA CRIANÇA SURDOCEGA EM FASE PÓS-LINGÜÍSTICA - No que se refere à criança surdocega em fase pós-lingüística, as formas de comunicação receptiva mais freqüentes são:
                  1. Língua de sinais tátil; Língua de sinais em campo visual reduzido; Alfabeto manual tátil; Sistema braile tátil ou manual; Escrita na palma da mão; Tablitas alfabéticas; Materiais técnicos do sistema alfabético com retransmissão em braile; Método Tadoma; Sistema Malossi; Escrita em tinta; Leitura labial; Língua oral amplificada;
                3. Comunicação expressiva
                  1. • COMUNICAÇÃO EXPRESSIVA NA CRIANÇA SURDOCEGA EM FASE PRÉ-LINGÜÍSTICA - As crianças surdocegas podem apresentar uma grande variedade de formas de comunicação em diferentes níveis. Algumas podem comunicar-se em níveis elementares e outras em níveis mais elaborados (simbólicos). É importante considerar o nível em que a criança se encontra para que a comunicação seja viabilizada. Serão descritas algumas formas de comunicação usadas pelas crianças, iniciando-se por aquelas que funcionam em níveis mais básicos de comunicação.
                    1. Comunicação por reconhecimento; Comunicação contingente (vocalizações, movimentos, ativação de acionadores. comunicação instrumental); Comunicação convencional; A comunicação simbólica emergente (adaptada); Níveis de progressão na utilização dos símbolos; Características dos símbolos; Os “dispositivos da comunicação” e o uso dos símbolos; Os livros de comunicação.
                    2. • COMUNICAÇÃO EXPRESSIVA NA CRIANÇA SURDOCEGA EM FASE PÓS-LINGÜÍSTICA - A comunicação expressiva é a exteriorização dos desejos, necessidades, informações e sentimentos das pessoas em relação a seu ambiente. Caracteriza-se como uma prática presente na interação social. Dentre as formas de comunicação expressiva mais comuns, encontram-se:
                      1. Expressão natural; Movimento do corpo; Expressão facial; Voltar ao lugar; Toque; Gestos; Expressões emocionais; Sinais incorporados; Língua brasileira de sinais - Libras; Expressão oral;
                4. MÚLTIPLA DEFICIÊNCIA SENSORIAL
                  1. Considera-se uma criança com múltipla deficiência sensorial aquela que apresenta deficiência visual e auditiva associadas a outras condições de comportamento e comprometimentos, sejam eles na área física, intelectual ou emocional, e dificuldades de aprendizagem.
                    1. Quase sempre, os canais de visão e audição não são os únicos afetados, mas também outros sistemas, como os sistemas tátil (toque), vestibular (equilíbrio), proprioceptivo (posição corporal), olfativo (aromas e odores) ou gustativo (sabor).
                      1. Crianças que apresentam graves comprometimentos múltiplos e condições médicas frágeis:
                        1. 2. demonstram dificuldades acentuadas no reconhecimento das pessoas significativas no seu ambiente;
                          1. 4. apresentam resposta mínima a barulho, movimento, toque, odores e/ou outros estímulos.leite, o que diminui o risco de aspiração.
                            1. 3. realizam movimentos corporais sem propósito;
                              1. 1. apresentam mais dificuldades no entendimento das rotinas diárias, gestos ou outras habilidades de comunicação;
                                1. Muitas dessas crianças têm dificuldade na obtenção e manutenção do estado de alerta. Isso é crítico porque a prontidão é o estado comportamental em que as crianças estão mais receptivas à estimulação, aprendem melhor e são capazes de responder de uma maneira socialmente aceita.
                          2. PRINCIPIOS ORIENTADORES DA EDUCAÇÃO
                            1. CONDIÇÕES BÁSICAS
                              1. As escolas necessitam desenvolver, além do currículo formal baseado nas atividades tradicionais da escola (conceitos básicos de matemática, leitura e escrita, etc.), um currículo com objetivos funcionais adequados à faixa etária e às necessidades específicas desses educandos. Como comunicação, atividaeds de vida diária, alimentação, controle de esfíncteres, higiene pessoal, orienttação e mobilidade.
                                1. Com base na transdisciplinaridade, a experiência precisa ser compartilhada por todos os envolvidos no processo educativo: família, profissionais e comunidade.
                              2. TRABALHO EM EQUIPE
                                1. A abordagem que melhor favorece a educação da criança surdocega é a da transdisciplinaridade, onde os profissionais que observam e/ou atuam com a criança partilham e respeitam os conhecimentos sobre suas respectivas áreas ou especialidades entre si, vendo a criança surdocega como um todo. Cada profissional contribuirá com informações importantes para a maximização da aprendizagem.
                                2. O PAPEL DA FAMILIA
                                  1. O sucesso no processo da educação das crianças surdocegas depende em grande parte dos pais, por serem eles, ao longo da vida, as pessoas que maior influência terão na educação de seus filhos. Além de que a criança surdocega aprende a amenizar os obstáculos que enfrenta.
                                    1. Existe uma necessidade de os profissionais facilitarem situações para que os pais resgatem papéis que eles deixaram de assumir em função dos cuidados que implica a educação de um surdocego ou múltiplo deficiente sensorial, como trabalhar, estudar, ter uma atividade de lazer, entre outras.
                                3. SURDOCEGUEIRA
                                  1. O que é surdocegueira? Quem é o surdocego?
                                    1. A criança surdocega não é uma criança surda que não pode ver e nem um cego que não pode ouvir. Não se trata de simples somatória de surdez e cegueira, nem é só um problema de comunicação e percepção, ainda que englobe todos esses fatores e alguns mais.
                                      1. Quando a visão e audição estão gravemente comprometidas, os problemas relacionados à aprendizagem dos comportamentos socialmente aceitos e a adaptação ao meio se multiplicam. A falta dessas percepções limita a criança surdocega na antecipação do que vai ocorrer a sua volta.
                                        1. Sua dificuldade na antecipação dos fatos faz com que cada experiência possa parecer nova e assustadora. Ainda como resultado da privação da visão e audição, sua motivação na exploração do ambiente é proporcionalmente diminuída. Seu mundo se limita ao que por casualidade está ao alcance de sua mão e, sobretudo, a si mesmo.
                                          1. Além de não poder valer-se dos sentidos de distância (visão e audição) para captar informações reais do mundo, a criança surdocega pode apresentar alguns problemas decorrentes de saúde, aspecto que pode vir a interferir no processo de ensino e aprendizagem. Em ambos os casos o desafio é complexo: as crianças precisam desenvolver formas de comunicação inteligíveis com os seus interlocutores, antecipar sucessos futuros ou o resultado de suas ações. Além dessas questões, é importante que a criança esteja motivada a participar de experiências externas, ainda que básicas, como alimentação, higiene, lazer etc.
                                            1. O processo de aprendizagem ocorre por repetição e estimulação orientada em contextos naturais, dado que a surdocegueira interfere na capacidade de aprendizagem espontânea e na capacidade de imitação.
                                    2. Perfil da criança surdocega em relação ao processo de desenvolvimento
                                      1. A criança surdocega é portadora de características únicas, que resultam do efeito combinado das deficiências auditiva e visual. As características clínicas que definem a criança, do ponto de vista oftalmológico e audiológico, são insuficientes para prever o quanto poderá se desenvolver quando imersa num ambiente que proporcione uma estimulação adequada às suas necessidades
                                        1. O surdocego necessitará aprender a utilizar os sentidos remanescentes e/ou os resíduos auditivos e visuais para o estabelecimento de trocas significativas e necessárias à sua participação efetiva no ambiente
                                          1. A falta de audição faz com que a criança surdocega não possa responder usando a fala ou o movimento do corpo (ex: voltar-se para a pessoa que a chama). Outras vezes, o comprometimento visual pode restringir os movimentos da criança na exploração sensóriomotora de seu ambiente físico e humano.
                                            1. As implicações das limitações visuais e auditivas nas interações podem ser minimizadas com a introdução do toque. Muitas crianças parecem não gostar de serem tocadas por não conseguirem identificar a origem e o significado do toque. Nesses casos, a utilização de objetos e/ou toques familiares à criança poderão ser usados como meio intermediário entre a criança e o professor. Esse é um fator importante no sucesso das interações.
                                              1. Na ausência desses cuidados, a criança surdocega poderá apresentar comportamentos inadequados socialmente, ou seja, pode desenvolver comportamentos indesejáveis, como movimentar aleatoriamente as mãos e/ou corpo, emitir sons, direcionar o olhar compulsivamente para luz, provocar sons em locais com vibrações mais intensas e tatilmente perceptíveis, balançar, bater os pés, apertar os olhos, agredir-se, entre outros. Estes comportamentos reativos são geralmente recursos utilizados pela criança para substituir a falta dos estímulos adequados e dão aos educadores informações importantes quando interpretados numa perspectiva comunicativa.
                                                1. As informações do mundo deverão chegar à criança de forma estruturada e sistematizada, para que ela possa começar a construir seu mundo. Esse procedimento a auxiliará na construção do conhecimento como um todo, uma vez que a carência de informações sensoriais tão básicas como a visão e a audição fazem com que cada criança, quando exposta a um estímulo, consiga absorver apenas parte dessa informação. Apenas a repetição de estímulos em contextos significativos poderá assegurar que ela venha a ser capaz de assimilar a estimulação como um todo.
                                                  1. As crianças surdocegas podem apresentar perfis distintos, em função de vários aspectos: características da interação que mantém com o meio, decorrentes do comprometimento dos sentidos de distância (audição e visão) e da disponibilidade do meio para interagir com elas utilizando formas adaptadas às suas necessidades; grau de perda auditiva; grau de perda visual; outros comprometimentos associados, entre eles o motor e o neurológico; período de aquisição da surdocegueira.
                                    3. NECESSIDADES INICIAIS DA CRIANÇA SURDOCEGA
                                      1. O objetivo de qualquer programa para uma criança portadora de necessidades especiais, e especificamente para crianças surdocegas, é proporcionar o desenvolvimento de seu potencial singular como ser humano e como membro útil de sua família e sociedade. O primeiro passo de um programa de ensino para crianças surdocegas consiste em fazer com que ela aprenda a utilizar os recursos de que dispõe. É necessário fazer com que a criança sinta-se à vontade, segura, e autorize o professor a ficar perto dela, demonstrando que gosta da sua presença.
                                      2. ASPECTOS PERTINENTES A AVALIAÇÃO
                                        1. A avaliação de uma criança surdocega é desafio. A solicitação ou a aplicação de testes padronizados para avaliar seu potencial é ineficiente. Pois muitos testes têm como pré-requisito o uso da audição e visão. Tendo em vista a existência da barreira de comunicação, fica difícil a avaliação das reais potencialidades da criança surdocega baseada em atividades para as quais ela não está apta sensorialmente.
                                          1. 1. Avaliação alternativa: A avaliação alternativa é um processo contínuo de busca de informações sobre a criança, com vistas a conhecer e saber o que ela consegue realizar e fazer e, dessa forma, aprender e compreender mais sobre as habilidades cognitivas e comunicativas, experiências sociais, comportamentos, interesses, e estilo de aprendizagem da criança surdocega.
                                            1. Para retenção ou promoção: Nesse processo, deve-se observar os seguintes aspectos: Possibilidades de aprendizagem da criança de alcançar os objetivos propostos; Valorização de sua permanência com o grupo para favorecer o seu desenvolvimento. Observação de quais os efeitos emocionais que podem ocorrer após sua promoção ou retenção.
                                              1. Equipe de Observação: Informações genéricas sobre os antecedentes da criança. Neste caso, um ou mais membros da equipe coletará as informações com a família a respeito dos atendimentos que a criança já recebeu ou recebe. Observação do comportamento e desempenho da criança : A avaliação do comportamento e desempenho da criança precisa ser realizada dentro de uma proposta transdisciplinar, na qual todos os membros da equipe planejem as atividades naturais a serem propostas e desenvolvidas em situações variadas. Informações especificas de cada eixo (área do desenvolvimento): Alguns membros da equipe podem propor atividade não contextualizada à criança surdocega, numa perspectiva tradicional, com o objetivo de obter informações do seu desempenho em uma área específica.
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