O social-desenvolvimentismo e o
fim da polarização: de Lula a Dilma
Governo Lula conjuga credibilidade
junto ao mercado com liderança na
esquerda brasileira e tentativas de
mudar o sistema político que herdou
Convencimento de que se
estava fazendo o máximo
que o sistema político
tolerava
Objetivo de consolidar o governo e
dominar o processo público origina
o mensalão e delimita a primeira
fase do governo Lula
Ocupação pela esquerda do
pemedebismo que assegura a
acomodação de Lula no sistema, bem
como sua reeleição mesmo após o
mensalão
Mensalão atinge figuras
petistas históricas
Segunda fase: adesão à governabilidade
Mesma tática de FHC, mas com maior
eficiência no combate à oposição (fim
da polarização)
Vetos driblados em matérias como a política de
aumentos do salário mínimo; manutenção da política
econômica de FHC com alterações pontuais
Ruptura na
política de
alianças (apenas
na primeira fase)
Popularidade do início do mandato
usada para continuar o receituário
tucano
Governo em disputa: Palocci (alinhamento) vs
Dirceu (dominação do sistema)
Três movimentos: a construção das bases para a aliança com o PMDB; a
construção de alianças locais para a eleição de 2004 que visava criar uma
maioria parlamentar nas de 2006; e o referendo de 2005 como forma de
reafirmar a liderança do PT (com alguns regressismos patrióticos)
Uso do referendo de 2005 como arma para fazer
o PT controlar o sistema e não apenas dirigir o
pemedebismo
Crise do mensalão coloca todo o sistema político em
crise e atinge duramente o PT
Libertação de Lula das amarras partidárias (simbolizada pela troca de
Dirceu por Dilma) e aproximação do pemedebismo
Ascensão de quadros jovens a cargos importantes, como Haddad
Economia estabilizada, pela primeira vez não estava associada com a crise política
Aliança com o PMDB a partir de 2005, e boas notícias para o país até 2008, quando da eclosão da
crise internacional
A crise traz uma mudança na política econômica que não encontra uma oposição suficientemente
forte para bater de frente com ela
Construção de apoio na igreja Católica, anúncio de grandes eventos e a introdução da candidatura
de Dilma (epíteto de “mãe do PAC”)
Boom das commodities e crescimento baseado no consumo interno, aliado à redução das
desigualdades de renda
Introdução de um novo tipo de desenvolvimentismo, diferente do anterior, com o auxílio à
montagem de transnacionais baseadas aqui que atendessem ao duelo EUA VS China e estivessem
nas áreas de influência do Brasil -> Ascensão de Guido Mantega como símbolo disso
Aliança definitiva com o PMDB atrai de vez o empresariado e até mesmo os ruralistas
Silêncio com relação à ortodoxia e não-intervenção nestes aspectos
Repartição desigual de dividendos políticos
Uso do marketing e surgimento da figura de João Santana; Presença de Franklin Martins na Secom
e mudanças nas políticas de distribuição de verbas; aumento da importância da internet, que quebra
o monopólio da mídia tradicional
Aumento da importância do Judiciário e acusações de ativismo neste meio; decisões de quebra e
de perpetuação do pemedebismo (exemplo: verticalização das coligações)
A Constituição passa a ser respeitada e suas reformas deixam de ser fortemente significativas. Há
uma grande estabilidade institucional
A oposição fica sem opção e sem discurso e declina em importância e influência encurralada pela
aliança lulista; o oposicionismo se dá mais internamente (exemplo: Marina Silva)
Câncer de Dilma e crise de 2008 são as primeiras notícias ruins; início da aplicação de
medidas anti-cíclicas e a ideia do governo de uma meta de 4% de crescimento
O governo de ajuste de Dilma Rousseff
Continuidade das políticas anticíclicas, uso da força política para forçar o
mercado a aceitar este modelo econômico com juros baixos
Ideia de refazer o antigo acordo econômico mas de forma a não apertar e nem
afrouxar demais
Programas sociais não são cortados e passam por ampliações. Palocci atua para
“pemedebizar” a atitude política de Dilma
Não há um contorno aos vetos mas sim um confronto
a eles; inicialmente isso traz o apoio da classe média a
Dilma, que a vê “distante” da política tradicional
Esse estilo de negociação viria
a ruir em 2013, a partir da
votação da MP dos Portos,
como que numa espécie de
“cobrança” do pemedebismo
Considerações finais: as Revoltas de Junho e tendências do novo modelo de sociedade
Jornadas não são novidade, mas sua
magnitude abala o pemedebismo
Clamor por mudanças na
representação e na participação
política
Rejeição da forma "partido" percebida na auto-organização do movimento e na recusa de promover
lideranças; não-subordinação
Prova da dissociação entre a situação econômica e a
revolta contra a política nos tempos atuais
A sociedade não se vê no pemedebismo e
passa a manifestar isso em conjunto
Descrédito na ideia de que o PMDB é o fiador da
democracia do Brasil
O pemedebismo assimilou muito bem a mudança
que representou a chegada do PT ao poder
A bandeira da ética demonstra a despolitização do pemedebismo
É preciso pensar em reformas concretas no sentido institucional