Exame Nacional de Português 2

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Síntese das obras de 12 ano.
Sandra Franco
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Sandra Franco
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Resource summary

Page 1

Felizmente há Luar - Luís sttau Monteiro

Lusíadas - Luís de Camões

Mensagem - Fernando Pessoa

Memorial do Convento - José Saramago

Fernando Pessoa e Heteronimos

1. memorial como o próprio nome indica trata-se  de um texto escrito cujos factos e os acontecimentos do passado nele retratados são evidenciados de   forma a que quem os lê-se os ficasse a conhecer.

2. Já  convento refere-se ao convento de Mafra que D. João 5 mandara construir face uma promessa a Deus se este lhe concedesse a graça de ter um descendente. Tendo em conta que este rei era ambicioso e que desejava essencialmente grandeza  prometeu a ordem dos franciscanos que o convento albergaria 300 frades e que teria uma igreja com dimensões semelhantes a basílica do Vaticano.

3.O que tem de memorável o convento:D. João 5  ordenou construir o convento mas quem o construiu foi o povo isto é trabalhadores recrutados a força onde muitos morreram sem que a historia de portugal os lembra-se, sendo que o intuito da obra é essencialmente fazer lembrar todos esses trabalhadores populares e incognitas

 Memorial do Convento é trata-se de um romance histórico, social e de espaço  que alia factos e planos  históricos a planos do fantástico e da  ficção, deste modo podemos verificar que é um romance histórico porque , oferece-nos uma minuciosa descrição da sociedade portuguesa da época, a sumptuosidade da corte, a exploração dos operários, referências à Guerra da Sucessão, autos de fé, construção do convento, construção da passarola pelo Padre Bartolomeu de Gusmão sendo social na medida em que é crónica de costumes, e de intervenção  pois apresenta-nos a história repressiva portuguesa.

Acção: A ação principal é a construção do Convento de Mafra onde  há  dados históricos  e a evidencia da  promessa de D. João V bem como o sofrimento do povo que trabalhou no Convento, é a partir desta que Conhece-se a situação económica e social do país, os autos de fé praticados pela Inquisição, e o sonho e a construção da passarola, as criticas ao comportamento do clero.   Paralelamente à ação principal, encontra-se uma ação (secundaria) que envolve Baltasar e Blimunda: fio condutor da intriga e que lhe conferem fragmentos de espiritualidade, de ternura, de misticismo e de magia.

Espaço:-Físico (São essencialmente 2 : Lisboa e Mafra)-Social ( ambiente e eventos :Procissão da Quaresma; autos de fé; touradas, procissão do corpo de Deus; trabalho do povo no convento)

Narrador: quanto a ciência é omnisciente (conhece toda a historia, assume papel de comentador e critico) podendo manipula-la. O narrador recorre à focalização interna, ao assumir o ponto de vista de personagens, ora, embora raramente, à focalização externa, tornando-se mero observador.Quanto a presença  assume 3 posições heterodiegético ( refere-se a 3 pessoa singular  e plural) homodiegético ( comenta como nós) e autodiegético (dá sua opinião face a moral das personagens)

Personagens: Existem 2 tipo  as históricas e as ficcionais

Simbolismos:-A História de Manuel Milho (é uma reflexão sobre a existência humana e mostra que, no fundo, o mais importante é o ser humano e a sua essência.  -Três (Representa a ordem espiritual e intelectual, é o número perfeito, a expressão da totalidade. Para o cristianismo, os três elementos da trindade são o Pai, o Filho e o Espírito Santo, um só Deus em três pessoas, tal como Baltasar, Blimunda e Bartolomeu Lourenço que constituem a Trindade Terrestre, três pessoas em perfeita comunhão que alcançam um poder divino e uno.) -Quatro (Número ligado ao quadrado e à cruz, significa o sólido, a totalidade, mas uma totalidade perecível. Curiosamente, Domenico Scarlatti será o quarto elemento de um conjunto de pessoas que concretizam a audaciosa missão de voar. ) -Sete (Muito referido na Bíblia, surge recorrentemente na obra, sete são os homens que vêm trabalhar para Mafra no convento, oriundos de sete regiões do país; sete bispos batizam a infanta; sete vezes Blimunda vai a Lisboa à procura de Baltasar e o número sete repete-se na data da bênção da primeira pedra do convento – 17 de Novembro de 1771. O sete é o resultado do número perfeito, o três e, do número da totalidade, o quatro e, representa a totalidade do espaço e do tempo, do universo em movimento. É o número de dias de cada ciclo lunar, que regula os ciclos de vida e da morte na Terra e o Símbolo de sabedoria e de descanso no fim da criação.) - Nove (Número da procura, da gestação, simboliza o coroar do esforço, o fim de um ato criativo, o fim de um período de busca frutuosa, como acontece com Blimunda que, durante nove anos, procurou o seu amado. Após a separação, Blimunda reencontra Baltasar e, recolhendo a sua vontade, une-se àquele que ama. Esta união representa a vitória do poder do amor.) - A passarola (Funciona como o elo de ligação entre a terra e o céu, e surge, na obra, metaforicamente, referida como uma ave, o que remete, de imediato, para o voo das aves. O sonho de voar conota a ousadia e a conquista, mas pode ter um lado negativo: a queda, a desilusão.) - O ovo (A máquina inventada pelo padre Bartolomeu aparece também designada por ovo, elemento que simboliza a origem, o nascimento. Como que protegido de qualquer ameaça, o casal vive no seu interior momentos de amor intenso. O ovo pode ser interpretado simultaneamente como um espaço de segurança e como a renovação constante do amor.) -Convento (Símbolo do definitivo, do imutável, do eterno e, nesse sentido, opõe-se à passarola. É evidente o contraste entre o caráter libertador do projeto de Bartolomeu de Gusmão, que evidencia a atitude criadora do homem e a capacidade de vencer barreiras quando trabalha em conjunto, e a natureza opressora da promessa do rei, que espelha uma vontade egoísta e megalómana.)-Os olhos/O olhar (Ocupam um espaço privilegiado devido ao poder visionário de Blimunda. O seu olhar mágico seduz Baltasar e será muitas vezes uma forma de comunicação entre o casal.)-Espigão (O espigão de Baltasar de que Blimunda se serve para se defender, no Monte Junto, da tentativa de violação, presentifica o próprio Baltasar. É, como se tivesse ficado para salvar Blimunda a “mão” do seu amor.)-Mutilação de Baltasar ( uma marca de inaptidão e de marginalidade, todavia, na obra, Baltasar conseguirá superar a sua incapacidade ao contribuir para construir a passarola e o convento.) - Sonho (É o espaço onde as personagens deixam transparecer as suas emoções, medos, frustrações, desejos, funcionando, por vezes, como um factor de equilíbrio, como é o caso da rainha, que compensa, no mundo onírico, as suas frustrações afectivas e sexuais. Em relação ao rei, os sonhos espelham, acima de tudo, a manifestação do seu poder. Os sonhos comuns de Baltasar, Blimunda e Bartolomeu são uma forma de sublinhar a sua cumplicidade e partilha.)- Música (Simboliza a harmonia e a plenitude do cosmos. A música de Scarlatti representa a comunicação e tem o poder de curar. O som do seu cravo irá fascinar o padre e acompanhar o processo de construção da passarola e o momento em que ela se eleva no céu.)-Pedra/A mãe pedra (Símbolo da Terra-Mãe exige um esforço enorme por parte dos trabalhadores que, com coragem, força, habilidade e inteligência e vão transportar de Pero-Pinheiro até Mafra. É uma laje descomunal que evidencia a pequenez do homem, mas que comparativamente ao convento se torna pequena. Conseguir transportar a pedra até ao seu destino, vai transformar estes homens em verdadeiros heróis. A pedra, pela sua firmeza, também se pode associar à sabedoria.) -Abegoaria (É o espaço escondido onde se constrói a passarola, onde se materializa o sonho. É o espaço da utopia, da invenção, da descoberta, da partilha e da amizade.)-Sangue (Símbolo de vida.)-Montanha (Monte Junto)Estabelece a relação da terra com o céu, centro do mundo, traduz a estabilidade e a inalterabilidade, guardando o que nela permanece, como a passarola que cai no Monte Junto. A máquina voadora ficou protegida dos homens e do Santo Ofício e, assim, mais tarde, inusitadamente e, como por magia, levantou voo, dando sentido à vida da trindade terrestre. -Fogo (É conforto, aconchego, purificação e regeneração, mas também destruição. O fogo da lareira, em casa de Blimunda, é proteção e bem-estar; o fogo que Bartolomeu Lourenço lança à sua máquina é uma forma de destruir o seu sonho fracassado; o da fogueira dos autos de fé é opressão, destruição e morte.) - Sete-Sóis e Sete-Luas ( Os nomes de Baltasar e de Blimunda têm o mesmo número de letras, começam por B e as alcunhas deles são uma forma de mostrar a sua complementaridade. Baltasar está relacionado com o Sol, fonte de luz, de calor e de vida, enquanto Blimunda surge relacionada com a lua, símbolo da dependência, da periodicidade e da renovação. A lua marca o ritmo biológico da mulher e o seu poder está, na verdade, dependente das fases da lua. A vida dela necessita da presença de Baltasar, mas o contrário também é verdadeiro, o que dá uma nova perspectiva a esta correlação. Os dois formam um só ser, como se as particularidades/defeitos de um fossem colmatadas pelo outro.Estas alcunhas aparecem associadas ao número sete que representa perfeição que, no caso, apenas se atinge em conjunto. Eles são perfeitos porque se amam e se entregam sem reservas a esse amor.)

A obra tem como temas principais o amor, o sonho o conhecimento a injustiça social e a religião e recorre a um momento da historia para que haja uma reflexão face ao comportamento humano e aos acontecimentos  relacionando com o convento de Mafra.Podemos ainda afirmar que a obra tem uma estrutura circular na medida em que por exemplo o auto de fé é evidenciado.É evidenciado igualmente dois tipos de amor contractual ( rei e rainha) e o verdadeiro ( Blimunda e Baltasar)Estilo de Linguagem barroca – marcada pela presença de pormenores exaustivos e pelo uso frequente da anástrofe, invertendo a ordem natural dos elementos da frase e pelos trocadilhos, os jogos de palavras e conceitos; pela metáfora sugestiva e pela comparação.

Tempo:o narrador manipula o tempo a seu belo prazer sendo que há a presença de :-Analepse ( recuos no tempo) -Prolepse ( avanços no tempo) -elipse ( omissão e resumo)

1. Drama narrativo/ teatro epico

2. Objectivo: levar a sociedade a tomar consciência da realidade e a reflectir lavando consequentemente a acção e a mudança.

Época em que a obra foi escrita foi antes do 25 de Abril " Estado novo", o tempo da obra e do século 19 e da escrito século 20.Escrita numa época de tirania, ditadura e opressão, com o objetivo de levar o publico leitor a refletir sobre as circunstancias da situação politica que se vivia no momento (1961),Carácter épico- isto é, é um drama narrativo com carácter social dentro dos princípios do teatro épico, na obra Luís Sttau Monteiro pretende representar o mundo e o homem de acordo com as relações sociais, afastando se das características da concepção do teatro aristotélico que pretendia despertar emoções levando o publico a identificar se com as personagens e evidenciando assim o teatro moderno que focaliza se no tema e na moral da peça e não nas emoçõesTemas:  A denuncia das injustiças sociais; a questão da religião: o ser e o parecer; a coragem; a lealdade; a condenação da opressão e da delação; a dimensão do verdadeiro patriotismo; a amizade; a condição feminina: a mulher com um papel activo na sociedade ;as diversas vertentes do amor:  amor à pátria, amor à liberdade, amor - paixão

Personagens:1. Do poder- Beresford -A sua presença contribuiu para acentuar as contradições no seio do poder. - É um homem crítico em relação a Portugal e está sempre pronto a denegrir a sua imagem. - Surge como uma voz que reprova a atuação de D. Miguel e do principal Sousa. cínico e controverso- Principal Sousa-Além da hipocrisia e da falta de valores éticos, esta personagem deixa transparecer que os interesses particulares suplantam o bem comum simboliza o arranjo com a igreja- Miguel Forjaz -Pequeno tirano, inseguro e prepotente, revela-se um homem contrário ao progresso e insensível à justiça a à miséria. O seu discurso preconceituoso revela-se falso e hipocrita

Estrutura Externa: Estrutura dual: «Peça em dois actos. Não apresenta qualquer divisão em cenas. Estas são sugeridas pela entrada e saída de personagens e pela luz. No Ato I é feita a apresentação da situação , mostrando-se o modo maquiavélico como o poder funciona, não olhando a meios para atingir os seus objetivos, enquanto que o Ato II conduz o espectador ao campo do anti poder e da resistência.

Estrutura interna: não trata se de uma obra que respeite a forma clássica nem obedeça à regra das três unidades (de lugar, de tempo e de acção). No entanto o esquema clássico está implícito (exposição, conflito, desenlace).A apresentação dos acontecimentos processa-se pela ordem natural e linear em que ocorrem, facilitando assim a sua compreensão

Simbolismos:- Titulo: (é referido 2 vez na obras por duas personagens e com sentidos diferentes, nomeadamente por D. Miguel  refere como símbolo o exemplo para as restantes pessoas criando-lhes  medo  ao verem as execuções sendo aqui a lua é símbolo de monotonia e falta de liberdade de pensamento e de expressão e acção e por D. Matilde sendo que para esta a lua permite que mais gente veja a fogueira e que mais gente vença o medo  para unindo-se e mudando as injustiças)-Matilde ( oscila entre dois pólos num é uma mulher frágil e comovida que luta exclusivamente pelo marido, é inocente e vitima dos interesses dos do poder e noutro e uma mulher forte e destemida que grita as condições do povo, porem em ambos os casos é uma lutadora avida pela injustiça e é quem acorda sociedade para a lastima de pessoas que governam Portugal  )-Lua( dependência e  período de renovação)-Luar (duas conotações: para os opressores, mais pessoas ficarão avisadas e para os oprimidos, mais pessoas poderão um dia seguir essa luz e lutar pela liberdade) - Luz (como metáfora do conhecimento dos valores do futuro (igualdade, fraternidade e liberdade), que possibilita o progresso do mundo, vencendo a escuridão da noite (opressão, falta de liberdade e de esclarecimento), advém quer da fogueira quer do luar. Ambas são a certeza de que o bem e a justiça triunfarão, não obstante todo o sofrimento inerente a eles. A luz representa a esperança num momento trágico.)-Noite (mal, castigo, morte, símbolo do obscurantismo) -Saia verde (Encontra-se associada a momentos de felicidade vividos pelo casal. O verde  simboliza a esperança de que um dia se reponha a justiça.É sinal de um amor verdadeiro e transformador, pois Matilde, vencendo aparentemente a dor e a revolta iniciais, comunica aos outros esperança através desta simples peça de vestuário. O verde é a cor predominante na natureza e dos campos na Primavera, associando-se à força, à fertilidade e à esperança.)-Fogueira (Para D. Miguel Forjaz, a fogueira constituirá um ensinamento para o povo; para Matilde, a chama da fogueira manter-se-á viva e a liberdade triunfará.Se no presente a fogueira se relaciona com a tristeza e a escuridão, no futuro relacionar-se-á com a esperança e a liberdade.)-O Fogo (é um elemento destruidor e ao mesmo tempo purificador e regenerador, sendo a purificação pela água complementada pela do fogo. Se no presente a fogueira se relaciona com a tristeza e escuridão, no futuro relacionar-se-á com esperança e liberdade.)-Moeda de cinco réis (Funciona como símbolo do desrespeito que os mais poderosos mantinham para com o próximo, o que contraria os mandamentos de Deus.)-Tambores (símbolo da repressão sempre presente.)-Didascálias  (é rica em referencias concretas de estado de espírito, sarcasmo, ironia, tom de voz, cenário...)

Resumo:Acto 1 - O ato inicia-se com uma cena coletiva nomeadamente o conjunto do povo, destacam-se Manuel, Rita, dois populares, uma velha e Vicente. O diálogo entre as personagens incide sobre a miséria em que vivem e a impotência de a solucionar, traduzida na interrogação de Manuel ”Que posso eu fazer?”.- O Som dos tambores, que se ouve ao longe , faz com que os populares comecem a falar de Gomes Freire de Andrade - “ Um amigo do povo! Um homem às direitas !”- Todos parecem adorar Gomes Freire, exceto Vicente que desconstrói a imagem do general como homem perfeito. O seu discurso é repleto de ironia , tentando mostrar aos que o ouvem que o general não é diferente dos outros poderosos, porque  “ O que há é homens e generais”. Entretanto, o povo dispersa com a chegada de dois polícias que vêm recolher informações e que se aproximam de Vicente. -O diálogo entre as três personagens mostra-nos, progressivamente, que Vicente orienta a sua vida em função do dinheiro e do poder – “Só acredito em duas coisas: no dinheiro e na força”. -Por isso, não tem pudor em afirmar que vende os seus  ” irmãos”, porque eles lhe fazem lembrar a fome e a miséria em que nasceu - “…sempre que olho para eles me vejo a mim próprio: sujo , esfomeado, condenado à miséria por acidente de nascimento”.- Este “acidente” foi determinante para a revolta contra a sua condição – “A única coisa que me distingue de um fidalgo é uma coisa que se passou há muitos anos e de que nem sequer tive a culpa :  o  meu nascimento “. -Depois, os dois polícias comunicam a Vicente que o governador do reino , D. Miguel Pereira Forjaz , lhe quer falar para, provavelmente o incumbir  de “uma missão especial”. Vicente imagina-se já chefe de polícias e, face ao comentário do primeiro polícia de que , tendo sido “os portadores da boa nova”, poderiam ser recompensados, lembra a arrogância dos poderosos , mesmo quando a sua origem é humilde. “ Ah! Ah! Ah! Os degraus da vida são logo esquecidos por quem soube a escada… Pobre de quem lembre ao poderoso a sua origem… Do alto do poder, tudo  o que ficou para trás é vago e nebuloso. (…) Quem sobe, amigos, larga os homens e aproxima-se de Deus! Passa a ser julgado por outras leis…” -D. Miguel dá uma missão a Vicente: vigiar a casa de seu primo, o general Gomes Freire de Andrade, para os lados do Rato.-Vicente sai e os” três reis do Rossio”, D. Miguel, o principal Sousa e o Marechal Beresford dialogam sobre o estado da nação, o perigo das novas ideias subversivas que destruirão o país e o “reino de Deus”. Chegam, então à conclusão de que é necessário encontrar um nome , alguém que possam acusar de ser o responsável pelo clima de insurreição que alastra pelo país. Andrade Corvo e Morais Sarmento, antigos companheiros do general  e atuais delatores apresentam-se diante dos governantes, dando-lhes conta dos resultados das suas investigações , em troca de “algo mais substancial”. -De novo sós, os três governadores dialogam sobre o castigo a aplicar a quem ousa ser inimigo do reino, tomando forma a ironia de Beresford, que sem inibições , desprestigia os portugueses e assume sem pudor a sua sobranceria e o seu interesse meramente económico – “Pretendo uma única coisa de vós: que me pagueis -  e bem!”. Pragmaticamente Beresford afirma que troca os seus serviços ( a reorganização do exército) por dinheiro. O principal Sousa confessa que a atitude do marechal lhe desagrada, mas que precisa dele para encontrar “o chefe da conjura”. - - Mais tarde Andrade Corvo, Morais Sarmento e Vicente indicam o nome do opositor, era general Gomes Freire de Andrade. Agora só resta a “Morte ao traidor Gomes Freire de Andrade”.Acto 2 Inicia-se novamente com uma cena coletiva.  - Manuel revela a sua impotência perante a prisão do general e constata que a situação de miséria em que vivem é ainda mais desesperante – “E ficamos pior do que estávamos… Se tínhamos fome e esperança, ficamos só com fome …”. - Os restantes populares acompanham-no no seu desalento, até uma nova intervenção policial, que dispersa o grupo.- Rita mostra a sua piedade relativamente a Matilde (tinha-a ouvido chorar após a prisão do seu homem) e suplica a Manuel que não se meta “nestas coisas”. -Matilde surge, proferindo um discurso solitário, em que relembra os momentos de intimidade vividos com o seu general e ironiza dizendo que, se  o seu filho ainda fosse vivo, lhe ensinaria a ser cobarde e “ a cuidar mais do fato do que da consciência e da bolsa do que da alma.” - Sousa Falcão, “amigo inseparável de Matilde e de Gomes Freire”, surge diante de Matilde, confessando o seu desânimo e desencanto face ao país em que vive –        “O Deus deste reino é um fidalgo responsável que trata como amigo o Pôncio Pilatos (…) Vive num solar brasonado e dá esmolas, ao domingo, por amor a Deus.” - Sousa Falcão despede-se de Matilde e parte em busca de notícias do amigo, deixando Matilde, chorosamente triste, mas com vontade de enfrentar o poder.- “Vou enfrentá-los. É o que ele (o general) faria se aqui estivesse”.- Diante de Beresford, que aproveita a situação para humilhar a mulher do general, Matilde suplica-lhe a sua libertação- “Quero o meu homem! Quero o meu homem, aqui ao meu lado!” -sem qualquer fruto.- Matilde desesperada, aproxima-se dos populares, que, indiferentes à sua presença, evocam Vicente, agora feito chefe da polícia. - No entanto, Manuel e Rita, após momentos de recriminação a Matilde, de que a oferta de uma moeda como esmola é símbolo, manifestam-lhe a sua solidariedade moral- “Não a podemos ajudar, senhora. Deus não nos deu nozes e os homens tiram-nos os dentes…” -Sousa Falcão reencontra-se com Matilde e revela-lhe que ninguém pode ver o general, já encarcerado numa masmorra sombria em S. Julião da Barra, sem direito a julgamento. Matilde, inconformada, recorda, então, a saia verde que o general um dia lhe oferecera em Paris e, como que recuperada do seu desgosto, decide enfrentar uma vez mais o poder.O seu objetivo é exigir um julgamento e, para isso dirige-se ao principal Sousa, desmontando a mensagem evangélica, para lhe mostrar quanto o seu comportamento é contrário aos ensinamentos de Cristo- “ Como governador, já perdoou a Cristo o que ele foi e o que ele ensinou?” -Sousa Falcão anuncia que a execução do general está próxima. Matilde, em desespero, pede, uma vez mais, pela vida do general e D. Miguel Forjaz informa que a execução se prolongará pela noite ,”mas felizmente á luar…” - Matilde inicia ,então, um discurso de grande intensidade dramática : dirige-se a Deus, interpelando-o e lembrando-lhe os seus ensinamentos e os resultados práticos desses ensinamentos- “Senhor: não pretendo ensinar-te a seres Deus, mas, quando chegar a hora da sentença não te esqueças de que estes sabiam o que faziam!” Os populares comentam a execução do general: recusaram-lhe o fuzilamento e vai ser queimado. - O ato termina com Sousa Falcão e Matilde em palco: o amigo do general elogia-o; Matilde despede-se do homem que amou -“ Dá-me um beijo- o último na terra – e vai! Saberei que lá chegas-te quando ouvir os tambores!”, e lança palavras de coragem e ânimo ao povo – “Olhem bem! Limpem os olhos no clarão daquela fogueira (…) felizmente há luar!”

Linhas de acção:1º linha -rei D. João 5 presença de toda a família real e relaciona-se com a  2 linha na medida em que é a promessa do rei que vai fazer com que haja a construção do convento 2º linha - A Construção do convento é a  acção principal da historia a par da quarta linha  que é a construção da passarola.esta linha ganha relevo unindo a primeira a terceira se o convento e obra da promessa do rei a construção é obra do sacrifício dos trabalhadores aqui representados por Blimunda e Baltasar.3º linha- Baltasar e Blimunda retratam o amor verdadeiro e modo de vida dos portugueses, são os construtores da passarola e Baltasar igualmente do convento4º linha - Bartolomeu Lourenço relaciona-se com o sonho e o desejo de construir uma maquina voadora nomeadamente  a passarola , o padre é mediador entre a corte e o povo e esta linha relaciona se com a terceira na medida em que a passarola é construída face a vontade Blimunda e Baltasar

Estrutura externa -  25 Capitulos

Estrutura interna:-Capítulo 1   D. João V  vai ao quarto da rainha para fazerem Herdeiro, aqui há a presença do desejo de D. Maria Ana que pretende satisfazer o desejo do rei de ter um herdeiro para o reino. Passatempo do rei: construção, em miniatura, da Basílica de S. Pedro de Roma. Premonição de um franciscano: o rei terá um filho se erguer um convento franciscano em Mafra.Promessa do rei: mandar construir um convento se a rainha lhe der um filho no prazo de um ano.Chegada do Rei ao quarto da rainha, decidido a ver cumprida a promessa feita a Frei António de S. José.-Capítulo 2 Referência a milagres franciscanos que auguram a promessa real: história de Frei Miguel da Anunciação (o corpo que não corrompia e os milagres); história de Sto. António (seus milagres e castigos); os precedentes franciscanos. Visão crítica do narrador face às promessas e milagres dos franciscanos: o mundo marcado por excesso de riqueza e extrema pobreza.  -Capítulo 3 Reflexões sobre Lisboa: condições de vida; visão abjeta da cidade no Entrudo; crítica a hábitos religiosos, à procissão da penitência, à Quaresma. O estado de gravidez da rainha (da condição de mulher comum à sua infinita religiosidade). O sonho da rainha com o cunhado (tópico da traição). - Capítulo 4 : Apresentação de Baltasar Mateus: Sete-Sóis, 26 anos, natural de Mafra, maneta à esquerda, na sequência da Batalha de Jerez de los Caballeros (Espanha). Estada em Évora, onde pede esmola para pagar um gancho de ferro e poder substituir a mão. Percurso até Lisboa, onde vive muitas dificuldades. Indecisão de Baltasar: regressar a Mafra ou dirigir-se ao Terreiro do Paço (Lisboa) e pedir dinheiro pela mutilação na guerra.Encontro de Baltasar Sete-Sóis com um amigo, antigo soldado: João Elvas. Referências ao crime na cidade lisboeta e ao Limoeiro.-Capítulo 5: Fragilidade de D. Maria Ana, com a gravidez e com a morte do seu irmão José (imperador da Áustria). Apresentação de Sebastiana Maria de Jesus, mãe de Blimunda (Sete Luas) - condenada ao degredo (Angola), por ter visões e revelações. Espetáculo do auto de fé assistido por Blimunda, na companhia do padre Bartolomeu Lourenço. Proximidade de Baltasar Mateus (Sete-Sóis), que trava conhecimento com Blimunda assim que esta lhe pergunta o nome. Paixão de Baltasar pelos olhos de Blimunda.  União de Bartolomeu Lourenço, Blimunda e Baltasar, após o auto de fé, tendo o ex-soldado acompanhado o padre e Blimunda a casa desta, onde comeram uma sopa.  Apresentação de Blimunda como vidente (quando está em jejum vê as pessoas “por dentro”). Consumação do amor de Baltasar e Blimunda (19 anos, virgem), com esta a prometer que nunca o olhará por dentro. -Capítulo 6 Visão crítica das leis comerciais. Narrativa de João Elvas, a Baltasar, sobre um suposto ataque dos franceses a Lisboa (que mais não era do que a chegada de uma frota com bacalhau). Conflito de Baltasar: saber a cor dos olhos de Blimunda. Deslocação do Padre Bartolomeu Lourenço ao Paço para interceder por Baltasar (a fim de este receber uma pensão de guerra) e compromisso de falar com o Rei, caso tarde a resposta. Apresentação, por João Elvas, de Bartolomeu Lourenço como o Voador (as diversas tentativas levadas a cabo pelo padre para voar, justificando-se, este, que a necessidade está na base das conquistas do homem; o conhecimento da mãe de Blimunda, dadas as visões que esta tinha de pessoas a voar). Questão de Baltasar ao padre: o facto de Blimunda comer pão, de manhã, antes de abrir os olhos. Apresentação da passarola a Baltasar, pelo Padre B. Lourenço (S. Sebastião da Pedreira). Descrição da passarola, a partir do desenho que o padre mostra a Baltasar. Convite do Padre para que Baltasar o ajude na construção da passarola.  -Capítulo 7 Trabalho de Baltasar num açougue. Evolução da gravidez da rainha, tendo o rei de se contentar com uma menina. Rendição das frotas portuguesas do Brasil aos franceses. Visita de Baltasar e Blimunda à zona enfeitada para o batismo da princesa, estando aquele mais cansado do que habitualmente, por carregar tanta carne para o evento.Morte do frade que formulou a promessa real; fidelidade de D. João V à promessa.       - Capítulo 8 Relação amorosa de Baltasar e Blimunda. Procura de Baltasar a propósito do misterioso acordar de Blimunda: esta conta-lhe que, em jejum, consegue ver o interior das pessoas; daí comer o pão ao acordar para não ver o interior de Baltasar. Indicação de Blimunda, a Baltasar, acerca do seu dom: vê o interior dos outros e “vê” a nova gravidez da rainha. Falha na obtenção da tença pedida ao Paço para Baltasar e despedimento do local onde este trabalhava (açougue). Nascimento do segundo filho do rei, o infante D. Pedro. Deslocação de El-rei a Mafra, para escolher a localização do convento (um alto a que chamam Vela).  -Capítulo 9 Auxílio de Baltasar ao padre Lourenço na construção da passarola, tendo-lhe este dado a chave da quinta do duque de Aveiro, onde se encontra a “máquina de voar”. Visita de Baltasar à quinta, acompanhado de Blimunda. Inspecção de Blimunda, em jejum, à máquina em construção para descobrir as suas fragilidades. Atribuição, pelo Padre B. Lourenço, dos apelidos de Sete-Sóis e Sete-Luas, respectivamente, a Baltasar e a Blimunda (ele vê “às claras” e ela “vê às escuras”). Deslocação do Padre à Holanda, para aprender com os alquimistas a fazer descer o éter das nuvens (necessário para fazer voar a passarola). Realização de novo auto de fé, mas Baltasar e Blimunda permanecem em S. Sebastião da Pedreira. Partida de Baltasar e Blimunda para Mafra e do padre para a Holanda, ficando aqueles responsáveis pela passarola. Ida à tourada, antes de Baltasar e Blimunda partirem de Lisboa.  -Capítulo 10 Visita de Baltasar à família, com apresentação de Blimunda e explicação da perda da mão. Vivência conjunta e harmoniosa na família de Baltasar. Venda das terras do pai de Baltasar, por causa da construção do convento. Trabalho procurado por Baltasar. Comparação entre a morte e o funeral do filho de dois anos da irmã de Baltasar e a morte do infante D. Pedro. Nova gravidez da rainha, desta vez do futuro rei. Comparação dos encontros de Baltasar com Blimunda e do rei com a rainha. A frequência dos desmaios do rei e a preocupação da rainha. O desejo de D. Francisco, irmão do rei, casar com a rainha, à morte deste. -Capítulo 11 Regresso de Bartolomeu Lourenço da Holanda, passados três anos, e o abandono da abegoaria (quinta de S. Sebastião da Pedreira). Constatação do padre de que Baltasar cuidara da passarola, conforme lhe havia pedido. Deslocação a Coimbra, passando por Mafra para saber de Baltasar e Blimunda. Reflexão sobre o papel que cada um tem na construção do futuro, não estando este apenas nas mãos de Deus. Atribuição de bênção a quem a pede, deparando o padre, no caminho para Mafra, com trabalhadores (comparados a formigas). Conversa do Padre com um pároco, ficando a saber que Baltasar e Blimunda casaram e onde vivem. Visita do padre ao casal de amigos e conversa sobre a passarola. Bartolomeu Lourenço na casa do padre Francisco Gonçalves, a pernoitar. Encontro de Blimunda e Baltasar com padre B. Lourenço, de manhã muito cedo, quando ela ainda está em jejum. Apresentação, a Baltasar e Blimunda, do resultado de aprendizagem do Padre na Holanda: o éter que fará voar a passarola vive dentro das pessoas (não é a alma dos mortos, mas a vontade dos vivos). Pedido de auxílio do Padre a Blimunda: ver a vontade dos homens (esta consegue ver a vontade do padre) e colhê-la num frasco. Deslocação de Bartolomeu Lourenço a Coimbra para aprofundar os seus estudos e se tornar doutor.  Ida de Blimunda e Baltasar para Lisboa: ela, para recolher as vontades; ele, para construir a passarola.-Capítulo 12 Tomada da hóstia, em jejum: Blimunda descobre que o que está dentro desta é o mesmo que está dentro do homem – a religião. Festividades da inauguração da construção do convento e do lançamento da primeira pedra (três dias), a ter lugar numa igreja–tenda ricamente decorada e com a presença de D. João V. Baltasar e Blimunda na inauguração. Passada uma semana, partida do casal para Lisboa.-Capítulo 13 Verificação de Baltasar relativamente ao estado enferrujado da máquina, seguida dos arranjos necessários e da construção de uma forja enquanto o padre não chega. Chegada do padre, dizendo a Blimunda que serão necessárias, pelo menos, duas mil vontades para a passarola voar (tendo ela apenas recolhido cerca de trinta). Conselho do Padre para que Blimunda recolha vontades na procissão do Corpo de Deus. Regresso do Padre a Coimbra para concluir os seus estudos. Trabalho de Baltasar e Blimunda na máquina, durante o inverno e a primavera, e chegada, por vezes, do padre com esferas de âmbar amarelo (que guardava numa arca). Perspetivas de a procissão do Corpo de Deus ser diferente do normal. Perda da capacidade visionária de Blimunda, com a chegada da lua nova. Saída da procissão (8 de junho de 1719) – só no dia seguinte, com a mudança da lua, Blimunda recupera o seu poder.  -Capítulo 14 Regresso do Padre Bartolomeu Lourenço de Coimbra, doutor em cânones. Novo estatuto do padre: fidalgo capelão do rei, vivendo nas varandas do Terreiro do Paço. Relação do padre com o rei: este apoia a aventura da passarola, exprimindo o desejo de voar nela. Lição de música (cravo) da infanta D. Maria Bárbara (8 anos), sendo o seu professor o maestro Domenico Scarlatti. Conversa do padre com Scarlatti, depois da lição. Audição, em toda a Lisboa, de Scarlatti a tocar cravo, em privado. Scarlatti em S. Sebastião da Pedreira, a convite de Bartolomeu Lourenço (após dez anos de Baltasar e Blimunda terem entrado na quinta). Apresentação a Scarlatti do casal e da máquina de voar. Convite a Scarlatti para visitar a quinta sempre que quiser. Ensaio do sermão de Bartolomeu Lourenço para o Corpo de Deus (tema: Et ego in illo).  -Capítulo 15 Censura do sermão de Bartolomeu Lourenço por um consultor do Santo Ofício.  S. Sebastião da Pedreira recebe o cravo de Scarlatti. Vontade de Scarlatti voar na passarola e tocar no céu. Ida de Baltasar e Blimunda a Lisboa (dominada pela peste), à procura de vontades. Doença estranha de Blimunda, após a recolha de duas mil vontades. Apoio de Baltasar e recuperação de Blimunda após audição da música de Scarlatti. Encontro do casal com o padre Bartolomeu Lourenço. Remorsos de Bartolomeu Lourenço por ter colocado Blimunda em perigo de vida. Vontade de Bartolomeu Lourenço informar o rei de que a máquina está pronta, não sem a experimentar primeiro. -Capítulo 16 Reflexão sobre o valor da justiça. Morte de D. Miguel, irmão do rei, devido a naufrágio. Necessidade de o Rei devolver a quinta de S. Sebastião da Pedreira ao Duque de Aveiro, após anos de discussão na Justiça. Vontade do Padre experimentar a máquina para, depois, a apresentar ao rei. Receio do Padre face ao Santo Ofício: o voo entendido como arte demoníaca. Fuga do Padre, procurado pela Inquisição, na passarola. Destruição da abegoaria para a passarola poder voar. Voo da máquina com o Padre, Baltasar e Blimunda e descrição de Lisboa vista do céu. Abandono do cravo num poço da quinta para Scarlatti não ser perseguido pelo Santo Ofício. Perseguição de Bartolomeu Lourenço pela Inquisição. Divisão de tarefas na passarola e preocupação do Padre: se faltar o vento a passarola começa a cair e o mesmo acontecerá quando o sol se puser. Visão de Mafra a partir do céu: a obra do convento, o mar. Ceticismo dos habitantes que veem a passarola nos céus. Descida e pouso da passarola numa espécie de serra, com a chegada da noite. Tentativa de destruição da passarola, por Bartolomeu Lourenço (fogo), mas Baltasar e Blimunda impedem-no. Fuga do padre e camuflagem da máquina com ramos das moitas, na serra do Barregudo. Chegada de Baltasar e Blimunda, dois dias depois, a Mafra, fingindo que vêm de Lisboa. Procissão em Mafra em honra do Espírito Santo, que sobrevoou as obras da basílica (na perspetiva dos habitantes).Capítulo 17 Trabalho procurado por Baltasar e Álvaro Diogo com a hipótese de ele trabalhar nas obras do convento. Baltasar na Ilha da Madeira, local de alojamento para os trabalhadores do convento. Descrição da vida nas barracas de madeira (mais de 200 homens que não são de Mafra). Verificação do atraso das obras (feita por Baltasar) – motivos: chuva e transporte dos materiais dificultam o avanço. Notícias de um terramoto em Lisboa.  Regresso de Baltasar ao Monte Junto, onde se encontra a passarola. Visita de Scarlatti ao convento e encontro com Blimunda, sendo esta informada de que Bartolomeu de Gusmão morreu em Toledo, no dia do terramoto.  Capítulo 18 Enumeração dos bens do Império de D. João V. Enumeração dos bens comprados para a construção do convento. Realização de uma missa numa capela situada entre o local do futuro convento e a Ilha da Madeira. Apresentação dos trabalhadores do convento e apresentação de Baltasar Mateus (já com 40 anos). Capítulo 19 Os trabalhos de transporte de pedra-mãe (Benedictione). Mudança de serviço no trabalho de Baltasar: dos carros de mão à junta de bois. Notícia da necessidade de ir a Pero Pinheiro buscar uma pedra enorme (Benedictione). Trabalho dos homens em época de calor e descrição da pedra. Ferimento de um homem (perda do pé) no transporte da pedra (“Nau da Índia”). Narrativa de Manuel Milho (história de uma rainha e de um ermitão). Segundo dia do transporte da pedra e retoma da narrativa de Manuel Milho. Chegada a Cheleiros e morte de Francisco Marques (atropelado pelo carro que transporta a pedra) bem como de dois bois. Velório do corpo do trabalhador. Manuel Milho retoma a narrativa. Missa e sermão de domingo. Final da história narrada por Manuel Milho.Chegada da pedra ao local da Basílica, após oito dias de percurso.- Capítulo 20 Regresso de Baltasar, na primavera, ao Monte Junto, depois de seis ou sete tentativas Companhia de Blimunda, passados três anos da descida da passarola, nesse regresso. Confidência de Baltasar ao pai: o destino da sua viagem e o voo na passarola. Renovação da passarola graças à limpeza feita por Baltasar e Blimunda. Descida do casal a Mafra, localidade infestada por doenças venéreas. Morte do pai de Baltasar.-capítulo 21 Auxílio desmotivado da Infanta D. Maria e do Infante D. José na construção da Basílica de S. Pedro (brinquedo de D. João V). Encomenda de D. João V ao arquiteto Ludovice para construir uma basílica como a de S. Pedro na corte portuguesa.  Desencorajamento de Ludovice, convencendo o rei a construir um convento maior em Mafra. Conversa de D. João V com o guarda-livros sobre as finanças portuguesas e preparativos para o aumento da construção do convento em Mafra. Intimação de um maior número de trabalhadores para cumprimento da vontade real. O rei e o medo da morte (que o possa impedir de ver a obra final). Vontade de D. João V em sagrar a basílica no dia do seu aniversário, daí a dois anos (22/10/1730). Chegada de um maior número de trabalhadores a Mafra (500).  -Capítulo 22 Casamento da Infanta Maria Bárbara com o príncipe D. Fernando de Castela e casamento do príncipe D. José com Mariana Vitória Participação de João Elvas no cortejo real para encontro dos príncipes casadoiros. Partida do rei para Vendas Novas. Percurso do rei na direção de Montemor Trabalho de João Elvas no arranjo das ruas, após chuva torrencial, para que o carro da rainha e da princesa possa prosseguir para Montemor. Esforço dos homens para tirar o carro da rainha de um atoleiro. João Elvas recorda o companheiro Baltasar Mateus junto de Julião Mau-Tempo. Conversa destes e a suspeita de que Baltasar voou com Bartolomeu de Gusmão. Tempo chuvoso no percurso de Montemor a Évora. Lembrança da princesa de que desconhece o convento que se está a erguer em favor do seu nascimento, depois de ver homens presos a serem enviados para trabalhar em Mafra. Encontro do rei com a rainha e os infantes em Évora. Cortejo real dirigido para Elvas, oito dias após a partida de Lisboa para troca das princesas peninsulares. Reis de Espanha em Badajoz. Chegada do rei, da rainha e dos infantes ao Caia, a 19 de janeiro. Cerimónia da troca das princesas peninsulares.-Capítulo 23 Cortejo de estátuas de santos em Fanhões. Deslocação de noviços para Mafra nas vésperas de sagração do convento. Chegada dos noviços. Regresso de Baltasar a casa depois do trabalho. Ida de Baltasar e Blimunda ao local onde se encontram as estátuas. Apreensão de Blimunda ao saber que passados seis meses Baltasar vai ver a passarola. O casal no círculo das estátuas e reflexão sobre a vida e a morte. Despedida amorosa de Baltasar e Blimunda na barraca do quintal. Chegada de Baltasar à Serra do Barregudo. Entrada de Baltasar na passarola, seguida da queda deste e do voo da máquina. -Capítulo 24 Espera de Blimunda e posterior busca de Baltasar. Entrada do rei em Mafra.   Grito de Blimunda ao chegar ao Monte Junto, depois de descobrir que a passarola não se encontrava no local habitual. Encontro de Blimunda com um frade dominicano que a convida a recolher-se numa ruínas junto ao convento. Tentativa de violação de Blimunda pelo frade e morte deste com o espigão que ela lhe enterra entre as costelas. Blimunda faz o caminho de regresso a casa. A ansiedade de Blimunda depois de duas noites sem dormir. Final das festividades do dia, em Mafra. Informação de Álvaro Diogo sobre quem está para chegar a Mafra. Dia do aniversário do rei e da sagração da basílica. Cortejo assistido por Inês Antónia e Álvaro Diogo, acompanhados por Blimunda. Bênção do patriarca na Benedictione. Final do primeiro dos oito dias de sagração e saída de Blimunda para procurar Baltasar.  -Capítulo 25 Procura de Baltasar por Blimunda ao longo de nove anos. Apelido de Blimunda: a voadora. Identificação de Blimunda com a terra onde ela permaneceu por largo tempo a ajudar os que dela se socorriam: Olhos de Água. Passagem de Blimunda por Mafra e tomada de conhecimento da morte de Álvaro Diogo.Sétima passagem desta por Lisboa. Encontro de Blimunda (em jejum) com Baltasar, que está a ser queimado num auto de fé, junto com António José da Silva (O Judeu), em 1739. Recolha da vontade de Baltasar por Blimunda. 

1. Históricas:- D. João V - rei ambicioso vaidoso e com a mania das grandezas-D. Maria Ana Josefa - rainha extremamente devota e submissa ao papel de dar um herdeiro ao rei-Infanta D. Maria Bárbara - filha do casal real, feia mas boa rapariga e musical que casou aos 17 anos sem ver o convento construído em sua honra.- Infante D. Francisco irmão de D. João homem sem escrúpulos que cobiça o trono e a mulher do irmão- Domenico Scarlatti - musico italiano-João Frederico Lodovice arquitecto do convento-Padre Bartolomeu Gusmão - quem tem o sonho de voar amigo de Baltasar e Blimunda

2. Ficcionais:- Baltasar Mateus (sete sóis) - dispensado da guerra porque perdeu uma mão, no auto de fé conhece Blimunda ajuda-lhe a construir a passarola trabalha também no convento e morre por voar na maquina que denominaram maquiavélico- Blimunda de Jesus (sete luas) tem um  dom em jejum consegue ver o interior da pessoas , é uma mulher do povo e representa a força e resistencia-Sebastiana Maria de Jesus ( mãe de Blimunda morta num auto de fé por ter visões)-Marta Maria (mae de baltasar) -João Francisco (pai ) -Inês Antónia (irmã)-Álvaro Diogo antigo soldado e amigo de Baltasar

2. Detectores- Vicente - Elemento do povo que trai os seus iguais, chegando mesmo a provocá-los, apenas lhe interessando a sua própria ascensão político-social. - Andrade corvo São os delatores por excelência, aqueles a quem não repugna trair ou abdicar dos ideais, para servir obscuros “propósitos patrióticos-Morais Sarmento 

3. Anti-poder "povo":- Rita, antigo soldado e populares- são personagens colectivas que representam o analfabetismo, a miséria a escravidão não tem liberdade e desconfiam dos poderosos  revelam a situação do pais-Manuel -denuncia a opressão e assume algum protagonismo por abrir os dois actos-Matilde personagem principal do acto 2 e companheira de Gomes Freire Andrade, persistente, corajosa, e apaixonada- Sousa Falcão amigo de Matilde e Gomes partilha das mesmas ideias mas é medroso.- Gomes Freire Andrade personagem central e representa Humberto Delgado, soldado brilhante que acreditava na justiça e na liberdade e símbolo de esperança

4.Policiais: Representam a PIDE5.Frei Diogo de Melo:representa a igreja

Espaço social:

Espaço do poderInterior- Presença de cadeiras figurativas do poder e riqueza.--Presença de um criado de libré.- Triunvirato: Beresford, D. Miguel e principal Sousa- Vestes imponentes do principal Sousa- Vaivém de delatores

Espaço do povoExterior: ruaPoucos adereços: caixote, boneca esfarrapada, sacos vazios.Povo indistintoPovo andrajosamente vestidoMultidão de mutilados e doentes que pedem esmola.Presença constante de polícia vigilante, anunciada por som de tamboresAusência de liberdade em andar pela ruaPrisão onde encerram Gomes Freire: masmorra de condições indignas

Notas:- Felizmente há Luar mostra nos claramente a censura, a falta de liberdade de acção,de pensamento e expressão que se viveu nestes tempos e evidenciamos que as crises são cíclicas, sendo que ocorreram no século 19 e 19 e em muitas outras ocasiões porque o homem é assim, não aprende.-existe um paralelismo entre o acto 1 e o acto 2 ambos iniciam se com um grupo de populares que manifestam a sua insatisfação e em ambos a policia aparece representando a opressão ao cidadão comum.

- Trabalhadores do convento - personagem colectiva de força bruta. explorados de forma desumana.- O povo em geral verdadeiro herói cujo sacrificio originou o construção do convento

1.Conjunto de poemas  (44 poemas) muito simbólicos que tratam a Pátria Portuguesa (gloriosa e digna de louvor universal) e critico, abordam Portugal desde a sua formação ate ao tempo de Pessoa

2. A ideia principal é a de que Portugal já foi um país grande e imperial no tempo das descobertas mas caiu na inercia e agora precisa de ser erguer no mundo. Pessoa acredita que ao nosso país cabe a missão de construir um quinto império não por meio de barcos ou guerras mas por meio da inteligência da ciência da arte e do espírito através de valores como o amor, a fé e o patriotismo .

O título "Mensagem":  A palavra provem da Antiguidade Clássica e foi constituída com base naquilo que pai de Eneias disse ao seu filho sobre o modo como funciona o universo " o espírito move a massa" "Mens agitat molem" ou seja quem controla o universo e as pessoas é essencialmente a mente. E nessa Mensagem que Pessoa baseia o mito do Quinto Império.

Estrutura e valores simbólicos:O poema divide-se em 3 partes:1- Brasão ( diz respeito ao passado medieval português nomeadamente a historia da sua nobreza e coroa e este simboliza o passado que não pode mudar e que deu a Portugal qualidades Guerreiras politicas e morais. Faz parte da constituição do Brasão os campos ( que são 2 e simboliza a vida terrena e o espaço para a criação humana), os castelos ( que são sete são símbolo de protecção e segurança ) as quinas (são 5 são o símbolo da espiritualidade dos portugueses ), a coroa (remete para o poder do herói), o timbre ( significa a eleição e escolha de um povo) e o grifo)2- Mar Português (diz respeito ao período dos descobrimentos e tem relação com o presente de Pessoa pois ele deseja que o agora de Portugal fosse o seu passado sob a forma de um quinto império, havendo referencia a um padrão (é a marca da evangelização) ao mostrengo( simboliza todos os perigos, medos angustias e sofrimento dos portugueses no mar) a nau( símbolo de aventura por mar e do pioneirismo português ) e a ilha( é o lugar da recompensa onde tudo é perfeito e espiritual))3- Encoberto ( diz respeito ao futuro de portugal sendo que nesta parte se referem profecias sobre a nossa pátria acredita-se que Portugal terá uma nova gloria orientando-se pela força do mito cuja a noite simboliza tudo o que é desconhecido bem como tudo o que é apático e tudo o que esta em germinação já a manha simboliza o inicio de uma nova vida bem  como glória já o nevoeiro é fonte de ambiguidade e também símbolo da incerteza e da tristeza no entanto significa ainda esperança no futuro e no regresso de D. Sebastião).

1.Trata-se de uma epopeia  cujo o acontecimento central da obra é o descobrimento do caminho marítimo para a Índia. Para o seu tratamento literário, Camões inventou uma fábula mitológica onde os deuses, como se fossem humanos, entram em conflito por causa da viagem de Vasco da Gama. Gera-se uma verdadeira intriga, no fim da qual os homens são mitificados. Ao mesmo tempo, são evocadas as glórias da nacionalidade, tratando se de uma verdadeira síntese da História pátria.(é um conjunto de acontecimentos históricos narrados em verso e que podem não representar os acontecimentos com fidelidade, porém, apresenta fatos com relevante conceito moral e actos heróicos,) composta por 10 cantos escritos por Luís de Camões face ao entusiasmo perante a aventura das descobertas e dos feitos extraordinários que levaram 20 anos de escrita o que fez com que abrange-se tempos de crise politica económica e social. Dai a epopeia ter tanto de louvor e glorificação dos portugueses como de critica.

2.Acontecimentos mais marcantes da crise geral :- Descoberta e colonização da índia e de África estavam em decadência perdendo consequentemente império;- a governação dos nossos dois vice-réis na índia tinha terminado;-o único herdeiro da coroa portuguesa morreu inesperadamente  que fez com que portugal não tivesse descendentes para governar sendo a esposa de de D. João a assegurar a regência ate que D. Sebastião atingisse a idade para ser rei.IMPORTANTE: a partir daqui todas atenções e esperanças concentraram se na figura de D. sebastião

Análise de Poemas fase a estrutura: (incompleto)Face a 1º Parte - Brasão temos:Os castelos (Primeiro Ulisses)as quinas (Quinta de D. Sebastião Rei de Portugal)Face a 2º parte - Mar Português temos:O InfanteMostrengoMar PortuguêsFace a 3º Parte  O encoberto Temos:Os símbolos (Segundo o Quinto Império)Os Tempos ( Quinto Nevoeiro)

Estrutura externa: 10  cantos com esquema rimático: abababcc rima cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos dois últimos . Cada verso tem 10 sílabas métricas (decassílabo)

Estrutura interna:- Canto 1 - Proposição, invocação e dedicatória-Canto 3 - Invocação a Calíope-Canto 7 - invocação as ninfas do Tejo-canto 10 - invocação a calíopenota: os restantes são narração

Planos:-Da viagem ()- da Historia de Portugal()- Mitologia()- Poeta()

Análise a epopeia face a estrutura: (incompleto)Proposição -A proposição funciona como uma apresentação geral da obra, uma síntese daquilo que o poeta se propõe fazer. Propor significa precisamente apresentar, expor, anunciar, mostrar.ou seja, todos aqueles homens que cheios de coragem descobriram, novas terras, indo mais longe do que aquilo que alguém podia esperar de seres não divinos, navegadores portugueses reis que permitiram o alargamento do império português que são dignos de serem recordados pelos feitos heroicos cometidos em favor da pátria e que por isso nem mesmo a morte os pode votar ao esquecimento,foram imortalizados Invocação -Invocar significa apelar, pedir, suplicar,  às Tágides, as ninfas do Tejo, pedindo-lhes que o ajudem a cantar os feitos dos portugueses de uma forma sublime Dedicatória - d. sebastiºaoNarração da viagem /considerações do poetachegada a MelindeInvocação a calíope /inicio da narração de Vasco da Gama ao rei MelindeDiscurso de Nun' Álvares Pereira na batalha de AljubarrotaSonho proférico de D. manuel 1Partida de Belém / Velho do ResteloFogo de Santelmo / Tromba MarítimaGigante Adamastor (Cabo das tormentas)representa os perigos que os portugueses tiveram de enfrentar nas suas viagens  e sua destruição  remete-nos domínio total dos mares pelos portuguesesreflexões do poetaChegada  a calecute e intervenções do poetaem calute : intervenções do poeta / descrição do contacto com os portugueses e indianosNa ilha dos amores intervenções do poeta e a máquina do mundo mostrada por Tétis ao Gamaregresso dos Portugueses à Pátria considerações finais 

Os Lusíadas 

A Mensagem

- Retrata em poesia o poder e a glória dos portugueses no tempo dos descobrimentos;-O texto tem como objectivo narrar a historia de Portugal especialmente as peripécias e aventuras do caminho marítimo que Vasco da Gama descobriu e trilhou até à Índia;- Na epopeia valoriza-se a gloria dos portugueses como real e merecida (coroada por Deus recompensada pelos deuses pagãos na figura da Ilha dos amores etc.);-Os mitos são paralelos à realidade histórica por exemplo os mitos pagãos em envolvem deuses ou divindades greco-latinas clássicas, os mitos da presença constante e misericordiosa da divina Guarda, os mitos como o do velho do Restelo, o mito da recompensa da ilha dos amores e finalmente o mito de D. Sebastião salvador e Guardião de Portugal

- Retrata em poesia (com vocabulário altamente simbólico e introspectivo que remete para os sentimentos interiores relativamente aos feitos portugueses) alguns dos episódios dos portugueses na descobertas mas também na realidade contemporânea neste período pós descobertas que é negativo porque Portugal perdeu o seu Império e a sua glória.- Este conjunto de poemas dá mais valor não a  narração mas a interpretação desse império construído por Portugal e que já quase não existe.- Nesta Obra poética a verdadeira glória de Portugal ainda não foi conseguida uma vez que a historia só nos deu sinais de que é possível construir um país de gente inteligente e poderosa mas esse país ainda não veio está no além no mundo dos sonhos é o "Quinto Império".- O Mito é o nada que é tudo, isto é trata-se de uma crença central a toda a obra. A saber: O Portugal Glorioso não é do passado somente mas o idealizado para um futuro que teima em não chegar  porque o povo português está estagnado e ninguém sabe que coisa quer por isso é considerado futuro misterioso e oculto que se dá a  ver por símbolos e sinais

1.Pessoa Ortónimo:- poesia cancioneiro-Mensagem

2. Heterónimos (fruto da imaginação de Pessoa) que se destacam:- Alberto Caeiro- Álvaro de Campos- Ricardo Reis

Características temáticas de Pessoa:- Sinceridade / fingimento poético: Para Pessoa, a poesia é um acto de fingimento (não tem a ver com a mentira mas sim com a ideia principal defendida por Pessoa de que um poeta não deve por no papel todas as seus emoções porque isso resultaria num sentimentalismo exagerado) sendo que sente tudo o que a realidade lhe dá a sentir, depois reflecte sobre essas emoções / sentimentos e só depois e em ultimo lugar é que  as escreve, deste modo a poesia não resulta de um sentimento imediato e irracional mas sim da recordação e intelectualização desses sentimentos.(pensar sobre os sentimentos e então depois escrever.) Fingir é portanto recriar uma emoção. ( defende que a escrita de um poema não se deve a uma emoção momentânea mas sim a emoção transformada pelo pensamento isto é racional) » dor sentida, dor pensada/, intelectualização do sentimento.- Dor de Pensar: Pessoa vê se condenado a ser lúcido e a ter de pensar, visto que gostaria de ser como outras pessoas que não tem a inteligência da intelectualização dos sentimentos e que por isso são mais felizes do que ele, Pessoa queria ser portanto como a ceifeira que trabalha gozando das suas emoções sem pensar nelas  mas também queria gozar igualmente da sua inteligência criando assim ideia paradoxais isto é contraditórias na medida me que por uma lado quer viver a vida despreocupadamente tendo emoções imediatas e por outro ser inteligente e poeta que só é feliz se reflectir sobre todos os seus sentimentos e por não conseguir ter as duas coisas ao mesmo tempo Pessoa sente que pensar lhe permite escrever mas lhe traz muita dor.-Nostalgia da Infância: nostalgia significa saudade, e desejo de voltar a ter algo ou alguém que já não se tem e que se gostou muito,  e neste caso é da infância, visto que para Pessoa foi o tempo em que diz ter sido feliz, cujos os momentos eram de despreocupação e inconsciência deixando lhe saudade dos familiares e amigos que já não estão presentes. Deste modo, a infância é entendida como o tempo do bem e da felicidade e da inconsciência onde permanecem sempre vivos as pessoas os lugares e a segurança e o aconchego entretanto perdidos e irrecuperáveis.-Fragmentação do Eu ou ser fragmentado: aqui verificamos que a personalidade e o interior de Pessoa está  dividido em fragmentos, sendo que o próprio tem consciência que dentro de si tem vários eus do passado (criança inocente), do presente ( diferente consoante o dia ) e do futuro (sonho do que gostaria de vir a ser), sendo que a fragmentação Pessoana é uma questão de facetas isto é lados da sua personalidade, e o que o torna genial é que ele não sente como varias  pessoas, mas pensa dolorosamente e constantemente sobre isso escrevendo sobre o assunto e consequentemente criando poemas com temáticas diferentes sentindo se impotente por não reconhecer uma só pessoa surgindo assim heterónimos.- Sonho, Evasão, Angustia, Tédio e Frustração: Pessoa sente-se cansado de viver porque a vida não lhe inspira interesse porem sente-se esperançado de alcançar os seus objectivos e sonhos, assim o sonho tem 2 papeis, por uma lado corresponde a tudo aquilo que o poeta gostava de fazer e de ser  que tarda em acontecer e por outro o sonho acaba por ser o meio em que o poeta imagina a felicidade que gostava de ter mas que na realidade não têm sendo que a evasão trata-se  de uma tentativa de esquecimento face a realidade da sua vida , e a angustia, o tédio e a frustração definem o que Pessoa sente e pensa em relação a si e a sua vida daí "tudo o que faço medito"  sendo que sempre faz ou deseja algo pensa nisso e sofre por nunca conseguir. Pessoa sonha portanto com objectivos muito difíceis de alcançar e perante desejos quase impossíveis só lhe resta sentir-se frustrado.

Pessoa foi uma figura cimeira da literatura portuguesa do séc. 20, e era retratado por viver isolado mas sempre disponível para aventuras de espírito sendo que formou o grupo Orpheu (Revista que utilizou o nome de uma personagem mitológica que se celebra pela magia do canto e da musica tendo se evidenciado na Lira ) Esta geração foi portanto uma ruptura da geração romântica portuguesa proveniente do texto de Manifesto de Anti Dantas de Almada negreiros . Introduzindo-se o primeiro modernismo sendo Fernando Pessoa quem espelhou atraves da suas suas obras essas tendencias modernistas e deu vida a vanguarda e aos ismos.

Correntes literárias:Tais como, Decadentismo ( marcado pelo  cansaço, a falta de energia sendo que procura novas sensações tais como a imaginação e as fantasias delirantes), Paulismo (criada por Pessoa, que concede a literatura como arte de sonho criando poemas repletos de impressões visuais e ideias misteriosas do sonho ), Internacionalismo ( onde se cruz a paisagem presente e a ausente o actual e o real onírico ) Futurismo ( ruptura com o passado valorização da velocidade vertiginosa enaltecimento da técnica da maquina da força e da multiplicidade de experiências de uma vida futura) Sensacionalismo ( defende que a única realidade da vida é a sensação, sendo que todo o objecto é sensação.)

Poemas Analisados: (incompleto)- Autopsicografia- Isto- Ela canta pobre ceifeira-Gato que brincas na rua- Liberdade-Não sei quantas almas tenho-Viajar! Perder Países!-Não sei se é sonho ou realidade-Tudo o que Faço medito-Abdicação-Boiam leves , desatentos-Quando era criança-Pobre velha música-Ó sino da minha Aldeia-O menino de sua Mãe

Alberto Caeiro: é um poeta sem instrução (educação escolar) que sente apenas aquilo que capta da realidade sem que haja intelectualização (pensamento/ reflexão) dolorosa do que vê e é o Mestre de todos os outros como veremos a seguir. Características: natureza (bucolismo), Deambulismo (anda pelo espaço da natureza), simplicista na escrita e anti-metafisico (recusa o pensamento) e interpreta o mundo a partir dos sentidos sendo que o que lhe interessa  ver é a realidade imediata e o real objectivo que as sensações lhe oferecem é o poeta do olhar usa o verso branco isto é sem rima  e a estrutura métrica é irregular. PROCURA VER AS COISAS COMO ELAS SÃO SEM LHE ATRIBUIR SIGNIFICADO OU SENTIMENTO, defendendo que o pensamento falsifica o que os sentidos captam.Temáticas: Sensorialismo (Só as sensações são importantes par o poeta e não o pensamento), Grau zero de interpretação da realidade ( não tem conhecimentos prévios), Deambulismo ( anda pela natureza), Naturalidade do acto de escrever ( rima branca), negação do pensamento filosófico / Valorização dos sentidos ( valoriza os sentidos não a filosofia), Paganismo /Panteísmo ( por oposição ao cristianismo é o sentimento de adoração e valorização do que faz parte da natureza, e a adoração por algo ou por alguém como os deuses da natureza).Poemas Analisados: (incompleto)-Guardador de rebanhos

Álvaro de Campos: é o poeta que escreve de acordo com o que o início do século 20 oferece como novidade ou seja o poeta quer sentir tudo de todas as maneiras como se fosse uma maquina cheia de emoções novas e contrárias a tudo o que era tradicional sentir e escrever no século 19, daí dizer-se que é o poeta futurista.Características: é o mais moderno e multifacetado dos heterónimos e tem 3 fases poéticas :1ª Fase - Decadentista -Nesta fase o poeta exprime o tédio, o cansaço e a necessidade de novas sensações (“Opiário”). Também o decadentismo surge como uma atitude estética finissecular que exprime o tédio, o enfado, a náusea, o cansaço, o abatimento e a necessidade de novas sensações. Esta fase expressa-se como a falta de um sentido para a vida e a necessidade de fuga à monotonia, com preciosismo, símbolos e imagens apresenta-se marcado pelo Romantismo e pelo Simbolismo.2ª Fase – Futurista/Sensacionista -celebra o triunfo da máquina e da civilização moderna. Sente-se nos poemas uma atracção quase erótica pelas máquinas, símbolo da vida moderna. Campos apresenta a beleza dos “maquinismos em fúria” e da força da máquina por oposição à beleza tradicionalmente concebida. Exalta o progresso técnico, essa “nova revelação metálica e dinâmica de Deus”. A “Ode Triunfal” ou a “Ode Marítima” são bem o exemplo desta intensidade e totalização das sensações. A par da paixão pela máquina, há a náusea, a neurastenia provocada pela poluição física e moral da vida moderna. O futurismo nesta fase é visível no elogio da civilização industrial e da técnica (“Ó rodas, ó engrenagens, r-r-r-r-r-r eterno!”, Ode triunfal), na ruptura com o subjectivismo da lírica tradicional e na transgressão da moral estabelecida. Quanto ao Sensacionismo, este revela-se na vivência em excesso das sensações (“Sentir tudo de todas as maneiras” – afastamento de Caeiro), no masoquismo (“Rasgar-me todo, abrir-me completamente, / tornar-me passento/ A todos os perfumes de óleos e calores e carvões…”, ode triunfal) e na expressão do poeta como cantor lúcido do mundo moderno.3ª Fase – Intimista/Pessimista - é aquela em que, perante a incapacidade das realizações, traz de volta o abatimento que provoca “Um supremíssimo cansaço, /Íssimo,íssimo,íssimo /Cansaço…”. Nesta fase, Campos sente-se vazio, um marginal, um incompreendido. Sofre fechado em si mesmo, angustiado e cansado. Como temáticas destacam-se: a solidão interior, a incapacidade de amar, a descrença em relação a tudo, a nostalgia da infância, a dor de ser lúcido, a estranheza e a perplexidade, a oposição sonho/realidade – frustração (ex. “Tabacaria”), a dissolução do “eu”, a dor de pensar e o conflito entre a realidade e o poeta.Temáticas: Decadentismo, Futurismo, Sensacionismo, Intimismo: Angustia existencial e Intimismo: Cansaço, tédio, abulia.Poemas Analisados: (incompleto)-Opiário-Ode Triunfal-Ode marítima-Dactilografia-Aniversário-Esta velha angústia

Ricardo Reis: é considerado o poeta clássico (que escreve a maneira dos poetas e dos filósofos das antiguidade greco-latina) sendo a sua poesia um apelo (chamamento) ao carpe diem ( expressão latina cujo o significado é aproveitar o dia, aproveitar a vida que ela é breve).Características: contemplativo , racional e clássico.Temáticas: Epicurismos ( defende  que o que o homem deve fazer é aproveitar o dia de hoje e não pensar no amanha  sendo que devemos optar por esse prazer tendo uma vida calma relaxada sem fortes inquietações e tirando partido daquilo que a natureza oferece), Estoicismo ( defende que o homem deve viver a vida de acordo com a natureza e tal como ela deve ser natural, abdicando das nossas necessidades físicas e corporais e lutando contra os nossos instinto sendo que só assim não sofreremos e tiraremos partido da natureza e de nos próprios), Fugacidade /brevidade/ celebridade da vida , Carpe diem , Passagem do tempo (), Paganismo ( adoração de deuses da antiguidade), papel controlador do Fado /destino ,  poesia é Arte PoéticaPoemas Analisados: (incompleto)- Vem sentar-te comigo, Lídia à beira do rio-Não tenhas nada nas mãos-Carpe Diem- Não a ti, Cristo, odeio ou te não quero-Cada um cumpre o destino que lhe cumpre-Ponho na altiva mente o fixo esforço

Exame Nacional de Português - Parte 2

o poema camoniano tem um herói coletivo - o povo português -,  Procurando ser objetivo e verídico, o autor pretende fundamentalmente veicular a sua interpretação da História de Portugal, o que permite olhar a obra de dois prismas: por um lado, esta aparece como um texto apologético dos feitos heróicos dos portugueses, nomeadamente através da Proposição, indo de encontro à ideologia oficial; por outro, ela deixa transparecer uma posição crítica face à política oficial da expansão que comporta demasiados perigos e riscos para os portugueses, através, entre outros, do episódio do "Velho do Restelo" que personifica a oposição do "homem da rua" Mitologia plano paralelo que  que permite e favorece a evolução da ação (os deuses assumem-se, uns como adjuvantes, outros como oponentes dos Portugueses). A mitologia constitui, por isso, a intriga da obra. São os deuses que apoiam ou criam dificuldades à ação dos portugueses A condição humana é ultrapassada e o homem ascende ao lugar dos deuses, em função dos feitos conseguidos.

FERNADO PESSOA E HETERONIMOS

lUSÍADAS E mENSAGEM

fELIZMENTE HÁ LUAR

mEMORIAL DO cONVENTO

Relaçao lusiadas e mensagem

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