ESPAÇOS DA URBANIZAÇÃO: O URBANO A PARTIR DA TEORIA CRÍTICA

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2018
Arnaldo Costa Gama
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Arnaldo Costa Gama
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ESPAÇOS DA URBANIZAÇÃO: O URBANO A PARTIR DA TEORIA CRÍTICA. Neil Brenner (Brenner, Neil. Espaços da urbanização: o urbano a partir da teoria crítica. 1. ed. - Rio de Janeiro: Letra Capital: Observatório das Metrópoles, 2018.)   PREFÁFIO   - Abordagem implica na preocupação em decifrar as formas emergentes de reestruturação e transformação urbanas, especialmente no contexto euro-americano, mas também em escala global, desde a década de 1980. - A condição urbana nunca é estática; é um redemoinho implacável de transformações socioespaciais e de contestações sociopolíticas. Portanto, qualquer investigação da vida urbana é, necessariamente, uma análise de fluxo, transição, mutação e reestruturação. - A contestação interpretativa tem de ser necessariamente permanente e intrinsecamente exploratória em contextos sociais, políticos e ideológicos. - Em suma, as abordagens críticas da teoria urbana devem submeter constantemente seus próprios pressupostos epistemológicos e categorias de análise a interrogatórios críticos, mesmo que estes últimos já façam parte do desenvolvimento de pesquisa. - conceber o urbano como um tipo ou unidade territorial delimitada, contrastando-o com os espaços não urbanos (subúrbios, hinterlândias, zonas rurais, regiões selvagens), minha abordagem envolve a incorporação analítica do urbano no âmbito de um desenvolvimento desigual que é constituído interativamente, contestado politicamente, além de configurado historicamente por escalas mutáveis que se estendem dos nossos corpos à cidade, à região, ao território nacional e ao planeta.(pag.11) - urbano é conceituado menos como uma unidade de domínio com limites bem definidos e mais como uma relação socioespacial que se insere num processo mais abrangente em evolução dinâmica. dizer que esse urbano não é constituído pela demarcação de uma área territorial, mas sim através da cristalização de uma posição socioespacial dentro de um quadro amplo de relações multiescalares. Procedendo dessa forma, esses estudos oferecem um quadro interpretativo geral através do qual pode-se decifrar o reescalonamento da vida urbana (incluindo o espaço urbano e o espaço projetado pelo Estado) na Euro-América e em outros locais a partir dos anos 1980. pag. 11) - Defendemos, portanto, uma abordagem multiescalar e relacional da pesquisa urbana de modo com que também esteja igualmente em sintonia com o papel fundamental da territorialização, da rede e dos processos estratégicos de produção do espaço.(pag.12) - geografias regulatórias do capitalismo pós-1970, da formação da crise urbana, - nosso trabalho enfoca a natureza geograficamente variável, multiescalar, translocal, crítica e fluidamente dinâmica do urbanismo neoliberal em todo o planeta a partir da implantação dos projetos de reforma neoliberal em curso já há várias décadas. - trabalhei o conceito de urbanização planetária para questionar criticamente os pressupostos “metageográficos” herdados da teoria urbana do século XX e, nessa base, demarcar as limitações e os pontos cegos de ideologias contemporâneas triunfalistas e populacionais do capitalismo centrado na cidade e na “era urbana”. - É importante ressaltar que a nossa teorização da urbanização planetária contribui para esclarecer as geografias variadas e profundamente desfavoráveis da reestruturação urbana ao redor do mundo. Ela se dá, ao mesmo tempo, por meio de uma urbanização concentrada em megacidades e regiões metropolitanas de grande escala, bem como por meio de uma urbanização extensiva por todas as regiões rurais, hinterlândias e áreas selvagens que agora estão sendo cada vez mais integradas e operacionalizadas pelo urbano por meio de estratégias industriais de escala planetária, configurações de megainfraestruturas e corredores logísticos intercontinentais. - teórico marxista francês Henri Lefebvre, o processo de urbanização deve ser fundamentalmente reconceitualizado: envolve não apenas o crescimento de “cidades” e regiões de megacidades, mas a produção de um irregular e desigual “tecido urbano”, que, de uma vez, incorpora e acelera as relações socioespaciais de industrialização – incluindo extração, produção, circulação e reprodução social4. (pag.16).   - Particularmente, desde a década de 1980, argumentamos que essa dissociação analítica da teoria da urbanização a partir da ideia clássica do “crescimento da cidade” tem gerado implicações massivas à nossa capacidade em decifrar as transformações socioespaciais contemporâneas em todo o mundo. Isso nos permite começar a explorar as conexões entre a urbanização extensiva da cidade e uma ampla gama de transformações de “não cidade” inextricavelmente ligadas a esse processo, desde a aceleração do agronegócio e do estabelecimento de enclaves na terra rural até as novas ondas de investimento em infraestrutura de grande escala (relacionadas à logística, extração, geração de energia, turismo e gestão ambiental) em todos os países mais “antigos” do mundo. (´pag.17)   - A urbanização é essencialmente um processo de produção e de transformação do espaço, então, na prática, o momento da crítica já está contido dentro desse processo, ao mesmo tempoem que ele é recorrente e implacavelmente transformado pela dinâmica inevitável da destruição criativa que sustenta e articula esse processo. (pag.17) - formulação clássica de Stuart Hall, pode funcionar como uma “força material” que molda e reestrutura continuamente o processo de urbanização em si (HALL, 1986). - Através de sua abstração irredutível, a crítica é um momento essencial na luta contínua para imaginar e buscar alter-urbanizações – ou seja, caminhos alternativos para a produção coletiva e apropriação do espaço.   - À medida que o processo de urbanização capitalista continua a ser implacável – e sendo sistematicamente desigual, razão direta da destruição criativa de lugares, territórios, paisagens e escalas –, os significados e modalidades da crítica devem ser continuamente reinventados, assim como os parâmetros para a imaginação, o mapeamento e a busca por alter-urbanizações.    

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O que é teoria crítica urbana?   - teoria crítica urbana dá ênfase ao caráter político e ideologicamente mediado, contestado socialmente e, portanto, maleável, do espaço urbano, ou seja, sua (re)construção contínua como lugar, meio e resultado de relações de poder sócio-historicamente específicas. (pag.21). - A teoria crítica urbana insiste que outra forma de urbanização, mais democrática, socialmente justa e sustentável, é possível, mesmo que tais possibilidades estejam sendo atualmente suprimidas através de arranjos institucionais, práticas e ideologias dominantes. Crítica e teoria social crítica - importante, Marx entendeu a crítica como um meio para explorar, ambos em teoria e prática, a possibilidade de forjar alternativas ao capitalismo. Uma crítica da economia política, portanto, serve para mostrar como as contradições do capitalismo simultaneamente debilitam o sistema e apontam, para além dele, na direção de outras formas de organização de capacidades sociais e de relações sociedade/natureza.  - Escola de Frankfurt, a teoria crítica: a teoria crítica representava um rompimento decisivo com as formas ortodoxas de marxismo que prevaleceram na Segunda Internacional, com sua ontologia do trabalho e sua invocação da luta de classes proletária como a base privilegiada para transformação social no capitalismo. conceito epistemológico:        

Cidades para pessoas, sem fins lucrativos?

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Apresentando o Laboratório de Teoria Urbana

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A globalização como reterritorialização: o reescalonamento da governança urbana na União Europeia

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Reestruturação, reescalonamento e a questão urbana

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Teorizando as relações socioespaciais

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Após a neoliberalização?

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Cidade aberta ou o direito à cidade?

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Seria o “urbanismo tático” uma alternativa contra o urbanismo neoliberal?

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Revolução urbana?

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Teses sobre a urbanização

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A hinterlândia, urbanizada?

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Epílogo: Teoria urbana crítica, repaginada? (entrevista com Martín Arboleda)

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