Cesário Verde

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Cesário Verde   José Joaquim Cesário Verde nasceu no dia 25 de Fevereiro de 1855 em Lisboa. O pai era ,um abastado burguês, era comerciante e lavrador, que tinha uma loja de ferragens em Lisboa e uma quinta em Linda-a-Pastora nos arredores da cidade.  Cesário Verde cresceu entre a cidade e o campo, a partir dos 17 anos começou a trabalhar na loja de ferragens do pai. Em Outubro de 1873 matriculou-se, como aluno voluntário, no Curso Superior de Letras, mas não se apresentou aos exames finais nem voltou a inscrever-se. Segundo Silva Pinto, um dos jovens intelectuais que aí conheceu e que ficou seu amigo "para a vida e para a morte", Cesário, matriculando-se no curso "em homenagem às letras", sofreu uma decepção muito grande que o levou a abandonar o curso.   No mesmo ano, começa a publicar os primeiros poemas no "Diário de Notícias", onde é apresentado como "um moço quase imberbe, ingénuo, rosto e alma serena, fronte espaçosa, olhar prescrutador, cheio de aspirações elevadas". A recepção aos poemas publicados foi péssima. Os leitores, habituados ao sentimentalismo romântico, detestaram aqueles versos sobre a realidade quotidiana da cidade e do campo.  Numa carta que em 1877 escreve ao seu amigo Macedo Papança, Cesário queixa-se de problemas de saúde e este é o primeiro sinal da doença que entrara na casa da família Verde, a tuberculose. Em Abril de 1872, morrera, aos dezanove anos, vítima de tuberculose, a sua "doce irmã" Júlia e, dez anos mais tarde, a mesma doença vitimaria o irmão Joaquim, que contava apenas vinte e cinco anos.  Cesário lutava contra a falta de saúde mas, a partir de 1884, a tuberculose progrediu e o poeta viu-se obrigado a procurar os ares do campo, refugiando-se na quinta em Linda-a-Pastora, depois em Caneças e, por fim, no Lumiar. É aí que, a 19 de Julho de 1886, pelas cinco horas da manhã, após proferir "Não quero nada, deixe-me dormir", morre. Tinha trinta e um anos.

Temáticas: Dicotomia cidade/ campo O contacto com o campo na sua infância determina a visão que dele nos dá e a sua preferência. Ao contrário de outros poetas anteriores, o campo não tem um aspecto idílico, paradisíaco, bucólico, susceptível de devaneio poético, mas sim um espaço real, concreto, autêntico, que lhe confere liberdade. O campo é um espaço de vitalidade, alegria, beleza, vida saudável, liberdade, fertilidade.A cidade é vista como um local de morte, de asfixia ("causa um desejo absurdo de sofrer"), de edifícios cinzentos e sujos, de doença, poluição (por causa do aumento da indústria, Cesário Verde viveu na época da Revolução Industrial), de decadência e associada a vício.  A questão social solidariedade com os humildes, desfavorecidos, vítimas das injustiças sociais, humilhados e oprimidos, elogio do povo trabalhador, produtivo, dinâmico, cheio de vitalidade e força. Crítica/ ironia/ mordacidade relativamente ao mundo burguês, ao seu modo de vida ocioso, artificial e citadino

Características da poesia:  Poemas longos, de métrica regular (decassílabos e alexandrinos), preocupação/rigor formal (“ E apuro-me em lançar originais e exatos os meus alexandrinos”), gosto pela quadra. Atenção / observação do quotidiano e descrição do mesmo ( é como se captasse com uma máquina fotográfica instântâneos ou quadros do real/ “flashes”). Atenção ao real objetivo (nas suas dimensões humana, social, física), ao concreto (“... a mim o que me rodeia é o que me preocupa”), daí ser conhecido como poeta –pintor (realismo descritivo) com uma poesia muito visualista (com muita referência à cor, à luminosidade, ao movimento (influência do Impressionismo ) Valorização da sensação 1ª.

Correntes que influenciaram a sua escrita:Parnasianismo: Reação anti-romântica, objetividade, gosto pelo pormenor, atenção à realidade exterior e procura da perfeição formal.Impressionismo: Valorização da impressão pura, da percepção imediata, com o seu caráter fragmentário e fugaz (assíndeto), valorização da sensação ou da combinação de sensações (sinestesia), hipálage. 

Recursos estilísticos mais frequentes e relevantes: Sinestesia HipálageAssíndetoAdjetivaçãoAdvérbio de modoIronia Vocabulário prosaico (batatas, marretas, abóbora carneira), e, por vezes,  coloquial. Deambulismo (poeta-repórter) pela cidade e pelo campo.   Transfiguração/poetização  do real pelo seu olhar subjetivo/imaginação , evasão no tempo e no espaço (“visão de artista” em Num Bairro Moderno, evocação das crónicas navais a propósito das varinas.

http://jbo.no.sapo.pt/cesario/cesario_bio_main.htmhttp://jbo.no.sapo.pt/realismo/realismo_parnasianismo.htm

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