Entrevistas Preliminares

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trabalhamos pontos fundamentais das entrevistas iniciais no tratamento analítico a partir do texto de Freud Sobre o início do tratamento (1913).
Giselle  Fleury
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    ENTREVISTAS PRELIMINARES
    BIBLIOGRAFIA: Freud. S. - Sobre o inicio do tratamento (Novas Recomendações sobre a técnica da psicanálise) 1913. vol. XII Miller. Jaques-Alain. Donc - la Logica de la cura, cap. Como se iniciam as análises.  Quinet. Antonio - As 4+1 condições da análise - cap. ! As entrevistas Preliminares.  Figueiredo. Ana Cristina - Vastas confusões e Atendimentos Imperfeitos - A Clínica Psicanalítica no Ambulatório Público. Ed. Relume Dumará, Rio de janeiro, 2002. 

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    As recomendações de Freud
    Freud escreve esse artigo em 1913, nos diz que não se trata de regras rígidas,  mas sim de recomendações colhidas e observadas a partir de sua prática clínica. Diz que ele não reivindica aceitação incondicional à elas, mas devido à "extraordinária diversidade das constelações psíquicas envolvidas, a plasticidade de todos os processos mentais e a riqueza dos fatores determinantes que se opõem a qualquer mecanização da técnica" (FREUD, 1913,p.139), acha necessário balizar a eficácia de algumas condutas. Há um tempo prévio de consultas necessária a preparação do tratamento analítico:  "quando conheço pouco sobre um paciente, só aceitá-lo a princípio provisoriamente, por um período de uma ou duas semanas"(FREUD, 1913,p.139).  poupa-se assim ao paciente a impressão aflitiva de uma tentativa de cura que falhou. No entanto, "Este experimento preliminar, contudo, é, ele próprio, o início de uma psicanálise, e deve conformar-se às regras desta" (FREUD, 1913,p.140,)  onde o analista orientado pela regra da Associação Livre, é advertido por Freud a permitir que o paciente fale o tempo todo e não explique nada mais do que o necessário para fazê-lo prosseguir no que está dizendo. Além destes motivos Freud nos aponta que há "razões diagnósticas" para prosseguir desta maneira. Quinet, sobre esse ponto comenta que: a primeira meta da análise é a de ligar o paciente ao seu tratamento e à pessoa do analista, sendo mais explicito em relação a pelo menos uma função desse trata,mento de ensaio: a do estabelecimento do diagnóstico e, em particular, a do diagnóstico diferencial entre neurose e psicose.Neste artigo de 1913, Freud fala claramente que há razões diagnósticas para as Entrevistas Preliminares: "Com bastante frequência, quando se vê uma neurose com sintomas histéricos ou obsessivos - isto é- exatamente o tipo de caso que se consideraria apropriado para trata,mento - tem-se de levar em conta a possibilidade de que ela possa ser um estágio preliminar do que é conhecido por demência precoce (esquizofrenia na terminação de Bleuler, parafrania, como propus chamá-la). (Freud, 1913, p.140). Freud, ele nos alerta que  nem sempre é possível fazer a distinção entre psicose e neurose tão facilmente. E que um equívoco diagnóstico tem para a psicanálise um peso maior do que para a psiquiatria, ele diz  que porque este último apenas corre o risco de cometer um equívoco teórico e nos psicanalistas podemos estar comprometendo todo o tratamento, uma vez que "não pode manter sua promessa de cura, se o paciente sofre de parafrenia" (Freud, 1913, p.140). Qual a promessa de cura que não pode ser sustentada pela psicanálise em relação ao sujeito psicótico: Lacan nos diz que o sujeito não pode ser curado de seu inconsciente.

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    Demanda de Análise e toxicomania
     A Associação livre mantém a identificação das entrevistas preliminares com a análise, no entanto, este tempo do diagnóstico prévio a análise diferencia entrevistas preliminares do processo analítico. Aqui temos um paradoxo ao qual o analista está submetido, a partir do qual ele decidirá se acatará ou não essa demanda de análise. A demanda de análise é por um lado um produto da oferta do psicanalista, por outro é fundamental situar como a demanda se particulariza em um sujeito. A demanda de análise é correlata à elaboração do sintoma enquanto sintoma analítico. O que está em questão nas Entrevistas Preliminares é a função do sintoma, se este é um sintoma que concerne ao processo de análise. Quinet, aponta que: Nas Entrevistas Preliminares o sintoma será questionado pelo analista. O sujeito pode se apresentar ao analista para se queixar do seu sintoma e até pedir para dele se desvencilhar, mas isso não basta. É preciso que essa queixa se transforme numa demanda endereçada àquele analista e que o sintoma passe do estatuto de resposta ao estatuto de questão para o sujeito, para que este seja instigado a decifrá-lo". O sintoma se sustenta no caso a caso. No campo da Toxicomania, onde se constata o uso de uma mesma droga, por exemplo, a perspectiva do sintoma é o que melhor convém ao trabalho psicanalítico, pois o sintoma veicula uma verdade, colocando em evidência um saber sobre o Recalcado. (Lacan, 1966,p.66). Existe atualmente um debate se a Toxicomania seria um sintoma analítico no sentido freudiano do termo. Ou seja,  se o uso de drogas vem ai responder algo da ordem do recalque, que não sendo completamente satisfatório, produz como retorno o sintoma passível de decifração pelo sujeito ou de interpretação por parte do analista. Tendo em vista que o uso de drogas não é interpretável. Uma coisa é certa, a constatação do uso de drogas, deve ser tomada na mesma perspectiva do sintoma, cada sujeito estabelece com a droga uma relação única,. O diagnóstico diferencial neste campo é de suma importância, uma vez que: o fenômeno uso de drogas não determina a estrutura (psicótica ou neurótica); mas a maneira como o sujeito faz uso da droga, vem aí "pinçar" algo desta estrutura, portanto a função da droga para cada sujeito tem relação com a maneira como a castração incidiu em cada sujeito. 

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    Outras Recomendações de Freud
    Freud trabalhava todos os dias com seus pacientes com hora marcada, Para ele o contrato sobre o tempo e o dinheiro são cruciais para o tratamento: "A cada paciente é atribuída uma hora específica do meu dia de trabalho disponível; pertence à ele que é responsável por ela mesmo que não faça uso da mesma." ele justifica tal posição "rígida" dizendo que "sob regimes menos estritos, as faltas ocasionais aumentam de tal forma que o médico vê sua existência material ameaçada" (Freud, 1913, p.142),. Freud se espanta com a constatação de que sob outro regime, o paciente se ausenta em momentos em que o trabalho deveria ser mais intenso. Aqui ele já aponta que desde o inicio o que orienta o andamento do trabalho analítico é a transferência. sobre o dinheiro nos diz: "Um analista não discute que o dinheiro deve ser considerado, em primeira instância, como meio de autopreservação e de obtenção de poder, mas sustenta que, ao lado disto, poderosos fatores sexuais acham-se envolvidos no valor que lhe é atribuído. Ele pode indicar que as questões de dinheiro são tratadas pelas pessoas civilizadas da mesma maneira que as questões sexuais - com a mesma incoerência, pudor e hipocrisia,. O analista portanto, está determinado a não concordar com esta atitude, mas em seus negócios com os pacientes, a tratar de assuntos de dinheiro com a mesma franqueza natural com que deseja educá-los nas questões relativas à vida sexual". (Freud, 1913, p.146). Freud desabona o tratamento gratuito dizendo que pode aumentar as resistências do neurótico. (Freud, 1913, p.147). Sobre esse ponto FIgueiredo (2002, p.97) pontua que "O problema não é mais de quanto e como cobrar, mas das consequências desastrosas para o tratamento, de quem não pode pagar, não por impossibilidade, mas por imposição , como norma geral do serviço público. Se aí não se pode cobrar como avaliar as consequências comprometedoras do tratamento se é justamente "dos poderosos fatores sexuais" que trata a análise? No serviço público é proibido cobrar. Esse é o ponto de partida. O analista faz operar o dispositivo analítico somente a partir de um pedido inicial do sujeito de alívio para seus males. A ética em questão não é a do dinheiro, é de que efeitos terapêuticos podem se produzir no processo. 

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    Duração do tratamento: Caminha!
    Sobre a Duração do tratamento analítico:"a pergunta relativa à duração provável do tratamento é quase irrespondível" (FREUD, 1913, p. 143). "Ninguém espera que um homem levante uma pesada mesa com dois dedos, como se fosse uma leve banqueta, ou construa uma grande casa no tempo em que levaria para levantar uma cabana de madeira; mas assim que se trata de uma questão de neuroses- que não parecem até agora haver encontrado lugar apropriado no pensamento humano - , mesmo pessoas inteligentes esquecem que uma proporção necessária tem que ser observada entre tempo, trabalho e sucesso." (Freud, 1913, p.144). Freud critica a posição dos médicos, nos diz que mesmo os bens informados deixam de avaliar concretamente a gravidade dos das perturbações nervosas. Conta que uma vez recebeu uma carta de uma amigo médico que lhe pedia: "precisamos de um tratamento curto, conveniente e externo para a neurose obsessiva" ao qual respondeu que: "os especialistas em doenças internas ficariam contentes com um tratamento que combinasse essas vantagens". (Freud, 1913, p.144). É dever do analista dizer ao paciente que o tratamento leva tempo. Freud diz assim: "considero muito mais honroso, e também mais conveniente, chamar sua atenção, sem tentar assustá-lo, mas bem no começo para as dificuldades e sacrifícios que o tratamento analítico envolve, e, desta maneira, privá-lo do direito de dizer que foi enganado."Sobre o fim do tratamento: Freud diz:  "permito a cada qual que interrompa quando quiser." No entanto sabe que "a lentidão com que se realizam as mudanças profundas na mente opõe-se a "atemporalidade dos nossos processos inconscientes". (Freud, 1913, p.145). 

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    O diagnóstico se faz sob transferência
    Quinet nos diz que: A constituição do sintoma analítico é correlata ao estabelecimento da transferência que faz emergir o sujeito suposto saber, pivô da transferência. Esse momento em que o sintoma é transformado em enigma é um momento de histericização, já que o sintoma representa a divisão do sujeito (sujeito barrado). Com o sintoma o sujeito se dirige ao analista com uma .pergunta - O que isto quer dizer? - O que significa isso? - Porque eu sou assim? Este enigma é dirigido ao analista que é suposto deter o saber, assim o analista é incluído nesse sintoma completando-o. Portanto, nas Entrevistas Preliminares trata-se de provocar a histericização do sujeito, provocar sua divisão, uma vez que no discurso da histérica, o agente é o sujeito dividio, matriz do inconsciente em exercício. O diagnóstico só tem sentido se servir de orientação para a condução da análise. Precisa ser buscado no registro simbólico, onde se articulam as questões fundamentais do sujeito. (sobre sexo, morte, procriação e paternidade). Quinet nos diz que é a partir do simbólico que podemos fazer diagnóstico estrutural diferencial, observando os três modos de negação do Édipio - negação da castração do Outro: Neurose - recalque (forma de negação) - simbólico (local de retorno) - sintoma (fenômeno).Perversão desmentido (forma de negação) - simbólico (local de retorno) - fetiche (fenômeno)Psicose - forclusão - real - alucinação (fenômeno)

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    O início do tratamento
    Freud nos diz que o material com que se iniciam as análises é indiferente. historia da vida, história da doença, lembranças infantis, o fundamental é que o paciente fique livre para escolher. A unica exigência é não abrir mão da regra da Associação livre, e encorajar o paciente a examinar as dificuldades de dizer certas coisas. (Freud, 1913, p.150). A bandeira "AD", nos serviços especializados para tratamento de Álcool e outras drogas, sem dúvida é uma orientação para um começo, mas sabemos que o tratamento anda bem, quando o sujeito pode/consegue nos falar de outras coisas que não sobre o uso de drogas. A maneira como o sujeito insere a droga na sua vida, pode denunciar algo da estrutura em tela.   Se o sujeito é psicótico é importante que o analista possa identificar uma vez que o manejo do tratamento não poderá se orientar tendo como referência o Nome-do-pai e a castração.  O analista não pode prometer inserir o psicótico na norma fálica. A norma é regída pelo Èdipo e pelo complexo de castração, cujo produto é o significante fálico como primado para ambos os sexos. A identificação fálica permite ao sujeito situar-se na partilha sexual, o que na psicose, devido a forclusão do Nome-do-pai, o significante fálico é marcado por uma dupla inscrição (Phi zero e P0), tem -se a impossibilidade de  se situar na partilha sexual à emasculação do feminino. 

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    No começo é a transferência
    A base da estratégia da análise é a Transferência. O diagnóstico se faz sob transferência, uma vez que trata-se de examinar o lugar que o analista é convocado a ocupar na transferência, ou seja, o lugar do Outro para aquele sujeito a quem são dirigidas as demandas. Assim neste trabalho prévio busca-se detectar a modalidade de relação que o sujeito exerce com o Outro. Segundo Quinet: para o neurótico Obsessivo, o Outro goza, trata-se de um Outro detentor de gozo, que impede seu acesso ao sujeito. È um Outro a quem nada falta e que não deve portanto, desejar - o obsessivo anula o desejo do Outro. É nesse lugar do Outro que ele se instala marcando seu desejo pela impossibilidade. A fantasia do Obsessivo  traz a marca do impossível desvanecimento do sujeito para escapar do Outro. Ocupa a posição de escravo. Para histérica o Outro é o outro do desejo. Marcado pela falta e pela impotência em alcançar o gozo, tal como demonstra o pai de Dora. O desejo é por procuração. A histérica estimula o desejo do Outro e dele se furta como objeto - é o que confere a marca de insatisfação ao seu desejo. A modalidade do gozo sexual nos tipos clínicos é um critério diagnóstico determinado pela fantasia fundamental que deve ser buscada nas entrevistas preliminares. 

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    O analista entra para a família. A transferência confere ao analista a autoridade que foi do pai e da mãe, ou seja, a autoridade do Outro Primordial.Para Freud o surgimento da transferência traduz o efeito de que, para o sujeito, o analista acede à uma posição de domínio – no inconsciente podemos localiza através dos sonhos – condição da eficácia da interpretação. “Primeiro está presente a posição do analista a partir da leitura do inconsciente, porém essa leitura só pode ser propriamente analítica se se concede ao analista uma posição de domínio que se traduz mediante a tranferência.” (Miller, p.292). Lacan jamais evitou falar da relação analítica em termos de poder (Ver texto A direção da cura). Esta concepção de relação de poder, faz da transferência um fenômeno de repetição, desse ponto de vista teórico, o valor da tranferência é desnudar no inconsciente a função da repetição. (Miller, p. 292). Transferência como repetição: A doutrina da transferência como repetição ensina que o analista é um objeto que enquanto tal um subtituto do objeto perdido, que enquanto tal atrai libido. Lacan sobre esse ponto teoriza o discurso do analista em torno do objeto ª . O objeto a no lugar do mestre.  
    Assim se iniciam as análises

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    Temos: a leitura da interpretação do inconsciente. Deciframento das formações do inconsciente e sua técnica, tudo no que depende a interpretação. Vertente simbólica das análises. Por outro: o registro da libido. Tudo que concerne a transferência, a libido, ao amor, ao desejo e incluindo ai a pulsão. Vertente imaginária, relação com o valor imaginário dos objetos libidinais. Há uma descontinuidade entre ambas. Elas parecem disjuntas, mas não são, embora seja tarefa do analista distinguir os efeitos imaginários da transferência dos mecanismos simbólicos da mesma. Demanda de significação: (p. 293). De que modo o que é próprio da leitura, da interpretação, da relação com o inconsciente, do modo de dizer, condiciona os efeitos de transferência? Para Lacan a interpretação é a condição da transferência. Segundo Lacan o primeiro mecanismo simbólico da transferência é a demanda, e assim, vinculou a entrada da transferência com o registro da interpretação. (Miller, p.294). O que se enuncia em análise é sempre uma demanda. O paciente em análise é levado a formular todas as suas demandas mais arcaicas remetendo ao Outro da demanda que é o analista. Assim resta ao analista sustentar no curso da análise todas as figuras do Outro da demanda.Figueiredo (2002, p.112) pontua que no inicio do tratamento é muito difícil, mas igualmente importante para paciente e analistas, sustentar a conversa, que aos poucos vai sendo substituída por uma postura mais silenciosa de ouvinte para poder desaparecer como interlocutor direto. 
    Na transferência...

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    Se há demanda Há transferência. (Um problema a mais para a clínica da toxicomania). Porque a demanda que se recebe não é um pedido sobre o saber.).Lacan introduz outro mecanismo, mais potente: O sujeito suposto saber. Põe assento sobre o modo de dizer. O sujeito suposto saber é o pivot de todos os efeitos da tranferência. (Miller, p. 294). Lacan funda a transferência sob a relação do sujeito com o significante.Na análise a demanda fundamental é a demanda de significação: “O que isso quer dizer” “O que o Outro quer de mim?” Levar o sujeito a produzir uma pergunta sobre o desejo. No entanto as análises começam todas do mesmo modo: pela transferência. Essa perspectiva clareia uma regra que desde Freud se impõe aos analistas: A de esperar a transferência para operarmos como analistas. A interpretação só pode ter bons efeitos com a transferência sedimentada. 
    Sujeito suposto saber

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    A clínica psicanalítica opera no binômio fala-escuta. Consiste em produzir um modo de fala através da transferência. Em linhas gerais a transferência é o movimento do sujeito que apresenta ao analista algo de sua realidade através da fala. Como começam as análises? - primeiramente começam pelo consentimento de admitir alguém para a operação analítica, a condição de assegurar-se de que os sintomas que motivam a demanda de análise são sintomas do tipo analítico. (Miller, p. 288)Lacan: No começo está a transferência. Admitimos que há sintomas que concernem à analise. E há sintomas que se dirigem ao saber médico.“Admitimos alguém em análise quando pensamos que a potência patogênica da causa do sintoma pode desaparecer, uma vez que essa causa, é vista, enunciada explicitamente” (Miller, p. 287).“O inconsciente é essa suposição de que existem sintomas cuja causa é um enunciado que não pode ser formulado”. (Miller, p. 287).A esse “Modo de subsistente subjetiva de um enunciado indizível”, Miller marca que Freud deu o nome de “Repressão”. A Repressão pode ser lida como: “o modo de subsistência do enunciado indizível como causa do sintoma.”Freud Inconsciente o que Lacan chamou de indecifrável. Lacan: o inconsciente é um texto que se Lê., A interpretação é um recurso do analista. Um recurso que se verifica à posteriori.  Uma palavra ou ação do analista só tem valor de interpretação, como efeito, num tempo posterior. .
    Como começam as análises?

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    Esse texto a ler, esse texto analisável é o que se produz na Associação livre.A Associação Livre: “são significantes em liberdade que o sujeito é capaz de produzir sem retroceder diante da incoerência, do absurdo, da obscenidade e do sem sentido. O sujeito deve ser capaz de produzir significantes sem mestre. Esta capacidade da associação livre é um critério de anaziabilidade. Significa que o sujeito deve ser capaz de manter uma nova relação com o seu dito que a operação analítica exige. (Miller, p. 289).Essa nova relação não e fácil de circunscrever. Supõe que o sujeito seja capaz de dizer sem tomar consciência do dito. Nunca é legitmo perguntar ao analizante, o porque deste ou daquele dito. O analizante diz sem dizer eu digo e repito. A não consciência do dito descurtina a estrutura do sujeito barrado. O sujeito castrado pela linguagem. Pois quando este diz que diz não tem consciência da repetição do seu dito, uma vez que, se esta em associação livre, não terá consciência do que disse antes.Freud aborda esse ponto no texto “Sobre o início do tratamento” ; quando falaNão devemos confundir a associação livre com o blábláblá. Como localizar a transferência quando se trata da leitura, do deciframento, da relação do sujeito com seu dito?O analista atrai libido. (quantidade X de interesse psíquico de conotação sexual. (Miller, p. 290)A observação deste fator é um critério para entrada em análise. Sonhos de transferência.A transferência aparece primeiro como uma metonímia imaginária. (Miller, p. 290). O que se apresentou primeiro a Freud como inoportuno, e depois ficou como conotação positiva é na verdade condição sine qua non da análise.A definição que Freud nos dá de transferência é esta: “A tansferência é um investimento sob a pessoa do analista de um conjunto complexo de sentimentos que se dirigem aos personagens fundamentais da historia do paciente, em particular dos pais, é a libido infantil mobilizada a propósito do analista.” (Miller, p. 291).O analista entra para a família. A tranferência confere ao analista a autoridade que foi do pai e da mãe, ou seja, a autoridade do Outro Primordial.
    Fala como instrumental

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    obrigada!fleury.giselle@gmail.com
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