Combate a Incêndio Urbano - CBMERJ - Parte I

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Combustão	uma reação química na qual um material combustível reage com o comburente, produzindo energia, na forma de calor e luz. A reação necessita de um calor inicial, e se mantém de forma autossustentável, pois o calor produzido aquece o combustível ainda não queimado (reação em cadeia).
Reação em cadeia	Processo de permanência ou melhor, auto sustentabilidade de uma combustão chama-se de reação em cadeia.
Calor	É a transferência de energia térmica (energia cinética das moléculas) de um corpo para outro graças à diferença de temperatura entre eles.
Fluxo de calor	É a grandeza que mede a quantidade de calor (energia) que passa de um corpo para o outro, durante um tempo. Em outras palavras, é a “velocidade” com que o calor é transmitido.
Temperatura	Significa o “grau” de agitação das moléculas. Quanto mais alta a temperatura, maior a agitação. Quanto mais “fornecemos” calor a um corpo, mais alta se torna sua temperatura.
Formas de transmissão do calor	a. condução; b. irradiação; c. convecção;
Condução	Transmissão de calor que ocorre em corpos sólidos. O corpo ou a área deste, em contato com a fonte ígnea tem um aumento do nível de agitação das moléculas (temperatura). Essa agitação vai se propagando molécula a molécula ao longo do corpo em contato
Irradiação	É a transmissão de calor através de ondas eletromagnéticas. A radiação térmica é emitida em todas as direções, não necessitando de meio físico para sua transmissão.
irradiação (os principais atributos)	a. todos os corpos emitem (inclusive corpos gasosos como a fumaça) b. é emitida em todas as direções c. seu efeito decai com o quadrado da distância no ar.
Convecção	É a forma de transmissão de calor através dos fluidos aquecidos, sejam esses líquidos ou gases.
Correntes de convecção	O fluido quando aquecido tem o seu volume aumentado e diminuição da densidade o que faz com que os fluidos quentes tenham uma tendência a subir, deixando um espaço vazio que é preenchido por uma porção de fluido mais denso (mais frio), até que este também se aquece.
Efeitos do calor nos materiais	- Aumento de temperatura; - secagem; - Aumento de volume (dilatação térmica); - Diminuição da densidade; - Mudança de estado físico; - Mudança de estado químico (termólise); - Materiais sólidos sofrem termólise.
TERMÓLISE (“degradação térmica” ou “decomposição térmica”)	Mudança de Estado Químico - Alguns materiais, ao atingir determinada temperatura, alteram sua estrutura molecular através de reação química provocada pelo calor. As moléculas se “quebram” em “pedaços” de moléculas menores, se desprendendo em forma de vapores.
Pontos notáveis do calor	- Fulgor - combustão - ignição
Combustível	É toda substância capaz de entrar em combustão (queimar).
Comburente	O comburente é o elemento que reage com o combustível. Na maioria das vezes o agente que atua como comburente é o oxigênio.
Composição do ar que respiramos	aproximadamente de78% de Nitrogênio, 21% por oxigênio e 1% de outros gases.
Quantidade de comburente e combustão	- entre 14% e 8% a reação torna-se mais lenta (combustão lenta); e - abaixo de 7% não há combustão.
Tipos de combustão (quanto a velocidade)	- Combustão viva - caracterizada pela presença de chamas, grande fluxo de calor é gerado; - Combustão lenta - principal característica a presença de brasas (incandescência) e a ausência de chamas.
combustão lenta X reação lenta	- Combustão lenta - presença de brasas (incandescência) e a ausência de chamas. - Reação lenta - deterioração gradual do material, de forma muito lenta e quase imperceptível (ex.: processo de oxidação de metais)
Tipos de combustão (quanto à liberação de produtos)	- COMPLETA - combustível aquecido reage completamente com o comburente não gerando outros elementos senão dióxido de carbono e água; são reações químicas raras em casos de incêndio. - INCOMPLETA - libera resíduos que não foram totalmente consumidos pela queima.
Tipos de chama	- DIFUSA e PRÉ-MISTURA.
Chama Difusa	A mistura entre o combustível e o comburente (transportados por DIFUSÃO) se dão no mesmo local da zona de queima. Sua base é azulada e sua ponta amarelada. fornece grande energia luminosa. São mais instáveis. Promovem a grande criação de resíduos (fuligem e fumaça negra)
Chama de pré-mistura	A mistura entre o combustível e o comburente se dão em locais diferentes da zona de queima. Possuem baixo índice de resíduos, o alto poder calorífico, chama estável e com o corpo geralmente azulado. A zona de queima não necessita ter a presença de comburente
Capa Térmica	Camada de produtos da combustão que se acumula na parte mais alta do cômodo e cresce de cima para baixo.
Plano Neutro	A superfície da capa térmica que toca a zona de ar livre(costuma-se dizer que é a fronteira entre a capa térmica e a zona de ar livre). Também pode ser visto como a zona de reação da capa térmica com o oxigênio.
Formação da capa térmica	Formada pelos produtos da combustão incompleta e por vapores combustíveis que foram desprendidos dos combustíveis sólidos e não foram consumidos pela combustão. A fumaça é combustível !!!
Incênio limitado pelo combustível	Quando o incêndio se encontra da sua fase inicial e suas as características vão variar de acordo com as características do combustível.
Incênio limitado pela ventilação	As características e a quantidade de oxigênio ofertada ao fogo determina as características do incêndio.
feedback radiativo	Processo em que a capa térmica aquecida redistribui o calor pela estrutura através da irradiação térmica, aquecendo todos os combustíveis no seu caminho. É uma espécie de “retorno” da energia para os combustíveis.
Estratificação térmica (balanço térmico)	Disposição dos gases de um incêndio em camadas de acordo com o sua temperatura. Os gases com maior energia ficam mais para cima e os de menor energia mais próximo ao chão.
Flame over "língua de fogo"	Ocorre quando a capa térmica na sua temperatura de ignição vaza para o exterior da estrutura e entra em ignição ao se misturar com o oxigênio externo
Ghost flames	Combustão que ocorre dentro de bolsões de ar que adentram na capa térmica já em temperatura alta o suficiente. São percebidos através de clarões alaranjados.
Rollover	É a ignição da capa térmica no plano neutro, que passa a ser a zona de reação, pois as camadas mais altas atingem seu ponto de ignição e as mais baixas vão se aquecendo até o plano neutro, que também se aquece até atingir seu ponto de ignição e entrar em combustão.
Flashover	É o fenômeno da generalização repentina do incêndio em todos os combustíveis presentes, em um ambiente de alta combustibilidade, altas temperaturas e grande fluxo de energia, caso a concentração de oxigênio esteja adequada ou o oxigênio seja injetado nessa fase.
Incêndio incubado	O incêndio entra em fase de decaimento por pelo exaurimento do comburente.
Backdraft	É a explosão da fumaça que estava restrita no interior do ambiente com incêndio incubado e entrou em contato com o oxigênio exterior.
Flashfire	Quando um cômodo possui um incêndio com concentração de O2 < 14%, com combustão lenta (sem chamas), produz fumaça de colorações caqui, que por pressão passa a outro cômodo. Com entrada de ar no cômodo sinistrado, a combustão volta a ser viva, incendiando a fumaça do cômodo não sinistrado.
Princípios de leitura da fumaça	- Volume; - Velocidade; - Densidade; - Coloração.
Princípios de leitura da fumaça VOLUME	- estabelece a base para se deduzir a quantidade de combustíveis que estão termolisando num dado espaço; - pode ajudar com a impressão inicial sobre o incêndio.
Princípios de leitura da fumaça VELOCIDADE	- é um indicador de pressão dentro de um cômodo da edificação; - se veloz e turbulenta, há iminência de um flashover; - Comparar a velocidade da fumaça em diferentes saídas da edificação, pode ajudar a determinar a localização do foco do incêndio.
A mais importante observação da fumaça	Fumaça muito turbulenta (além do normal) está prestes a ignir, pois já possui temperatura suficiente. O Flashover será deflagrado assim que houver a mistura própria com ar.
Princípios de leitura da fumaça DENSIDADE	- nos diz a quantidade de vapores combustíveis que estão sendo carregados nesta fumaça; - fumaça densa irá propagar o incêndio mais violentamente do que a fumaça menos densa;
Princípios de leitura da fumaça DENSIDADE	- fumaça densa, pode se ignir por conta da continuidade do combustível presente nela, se tiver contato com chamas ou fontes de ignição. - Fumaça espessa dentro de um compartimento reduz a chance de vida por conta de sua toxidez.
Princípios de leitura da fumaça COLORAÇÃO	A cor da fumaça dirá o estágio do aquecimento dos materiais e ajuda também na localização do foco.
Fumaça negra	-apresenta a temperatura mais alta; - Fumaça negra e veloz é um forte indicativo de proximidade do foco.
Fumaça Branca	1 - se pressurizada indica distância do foco, ou gases desprendidos por combustíveis ao longo do fluxo; 2 - calma e laminar é indicativo de aquecimento em estágios primários.
Fumaça caqui	- Sinal de termólise mais violenta; - O faixas de temperaturas maiores; - responsável pelo mais elevado grau de inflamabilidade da fumaça.
Fumaça caqui	- A transição para a coloração cáqui pode ser indício de um incêndio subventilado, com a queda do plano neutro, “abafando” as chamas, mas mantendo-se a alta temperatura. - cenário é propício para um Backdraft
“Black Fire” ou “Fogo Negro”	Expressão usada para descrever fumaça ultradensa de alto volume, veloz, com alta turbulência e muito negra (reunindo todos os sinais de risco juntos). “Fogo Negro” é um claro sinal de iminente autoignição ou Flashover.

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