Sintomas comuns - Dor em cólica região periumbilical
ou epigástrica, vômito, alteração do hábito intestinal
Caracteristicas da dor - Intensidade: Grande
intensidade e > 6 horas de duração: considerar
doença grave; Dor transitória com melhora em
< 6 horas: considerar doença leve.
4 a 12 horas, náuseas, anorexia e febre baixa
12 a 24 horas dor ↑ e se localiza em FID
FISIOPATOLOGIA
O lúmen distal à obstrução do apêndice começa a
encher-se de muco e age como uma obstrução de
curva fechada. Isso causa distensão e aumento das
pressões intraluminal e intramural. Conforme a
doença evolui, as bactérias presentes no apêndice se
multiplicam rapidamente
Como a pressão do lúmen excede a pressão venosa, ocorre a
formação de trombos nas pequenas vênulas e nos vasos
capilares, o processo inflamatório rapidamente envolve a
serosa do apêndice e, em seguida, o peritônio parietal na
região, o que causa a clássica dor no quadrante inferior direito
no ponto de McBurney.
ETIOLOGIA
A obstrução do lúmen do apêndice é a principal causa da
apendicite aguda. Fecalito (massa rígida de matéria fecal),
fezes normais ou hiperplasia linfoide, neoplasias apendicular
ou cecal (carcinoide, adenocarcinoma, cistoadenoma
mucinoso), parasitas e corpo estranho são as principais causas
de obstrução
DIAGNÓSTICO
Anamnese detalhada + Exame físico cuidadoso +
Combinação dos sintomas + Tempo de progressão + Dor em
Fossa Ilíaca Direita
EXAME FÍSICO
Dor a palpação em FID + Presença de irritação
peritoneal + Descompressão súbita brusca dolorosa
(Sinal de Blumberg) + Sinal de Rovsing + Sinal do Psoas
+ Sinal do obturador
Sinais de peritonite: dor abdominal difusa, localizada,
descompressão dolorosa, abdome em tábua; Dor à percussão,
soluços ou tosse (mais comum em crianças); • Massa abdominal
(suspeita de abscesso); Redução do peristaltismo ou até mesmo
ausência.
EXAMES COMPLEMENTARES
Hemograma: • Leucocitose – 11000 a 17000 mm •
Desvio á esquerda - 80 % pacientes, ↓ especificidade
Urina I : Leucocitúria moderada em 50%
pacientes, Hematúria, Piúria;
PCR: ↑↑ na perfuração,
βHCG Amilase
Raio-x - Fecalito em FID, Alça
sentinela, Apagamento da
sombra do Psoas Direito
USG de abdome: Pode confirmar
o diagnóstico de apendicite
aguda, porém, dada sua baixa
sensibilidade, não exclui o
mesmo.
Achados: espessamento,
sinal do alvo, líquido
pélvico, estrutura tubular
não compressível > 6 mm;
TC de abdômen: Indicada em caso
de dúvida no diagnóstico clínico
(principalmente em crianças,
adultos mais velhos, mulheres em
idade fértil, pacientes com diabetes,
obesidade e imunossupressão).
Principais achados: Diâmetro > 6
mm, com oclusão do lúmen,
Espessamento da parede do
apêndice (> 2 mm), Densificação
da gordura periapendicular,
Apendicolito (visto em
aproximadamente 25% dos
pacientes).
Critério diagnóstico
Índice de alvarado
M: Migração da dor para o quadrante inferior direito = 1 ponto. A:
Anorexia = 1 ponto. N: Náuseas e vômitos = 1 ponto T: Sensibilidade
no quadrante inferior direito = 2 pontos.
O índice baseia-se nas características
clínicas dos pacientes. Quanto mais alto o
índice, com um máximo de 10, maior a
chance de ter apendicite aguda.
R: Dor à descompressão brusca = 1 ponto. E: Temperatura
elevada = 1 ponto. L: Leucocitose = 2 pontos. S: Desvio da
contagem leucocitária para a esquerda = 1 ponto
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
Enterite bacteriana ou viral, Adenite mesentérica,
Pielonefrite, Litiase renal, Doença de Crohn,
Colecistite, Diverticulite de Meckel, Gravidez
ectópica, Cisto ovariano roto, Torção de ovário e
Diverticulite cecal
Outros tipos de abdome agudo
Obstrutivo
Isquêmico
Hemorrágico
Perfurativo
FATORES DE RISCO
Sexo masculino - 2ª e 3ª década de vida,
Risco aumentado em três vezes em
membros de famílias que possuem
história positiva, tabagista;
TRATAMENTO
Conservador
Indicação: Apendicite simples não complicada tanto
para crianças quanto para adultos. •
Antibioticoterapia: - Cobertura para aeróbios e
anaeróbios; - Uso intravenoso por pelo menos 1-3
dias, depois seguir para via oral; - Observação
hospitalar; - Total de terapia: 7-10 dias.
Antibioticoterapia isolada pode ser considerada a
primeira linha de tratamento em casos selecionados
de apendicite não complicada.
APENDICITE AGUDA NÃO COMPLICADA
O tratamento padrão para apendicite aguda
simples é a apendicectomia realizada por
via aberta ou laparoscópica.
APENDICITE AGUDA COMPLICADA
Pacientes instáveis ou com perfuração livre:
Indicada apendicectomia de emergência com
drenagem e irrigação da cavidade peritoneal;
Deve-se realizar a drenagem de todos os
abscessos, irrigação copiosa da cavidade;
Geral
Analgesia: • Pode ser realizada com combinações
de analgésicos comuns (dipirona, paracetamol),
anti-inflamatórios não estereoidais e opioides;
• O controle álgico não aumenta
significativamente o risco de intervenção
cirúrgica tardia ou desnecessária, assim como
não altera o escore de Alvarado.
• Hidratação, correção de distúrbios
hidroeletrolíticos. • Monitorização dos sinais
vitais.
Pacientes estáveis (com abscessos
ou flegmão)
Pode ser indicada cirurgia de urgência ou
tratamento não operatório; Idealmente,
tratamento de forma conservadora com
antibioticoterapia venosa, repouso intestinal e
drenagem percutânea guiada por imagem de
abscessos acessíveis, com monitorização
intra-hospitalar;
COMPLICAÇÕES
Perfuração, Peritonite generalizada,
Massa no apêndice, Abcesso
Dor em região abdominal, não traumática, súbito
e de intensidade variável. Pode estar ou não
associado a outros sintomas.
Dor de início súbito sem sintomas prévios: sugere isquemia,
perfuração de víscera oca ou rotura de aneurisma abdominal →
quadro grave (abdome agudo vascular; hemorrágico; perfurativo);
Dor de intensidade progressiva e caráter cíclico: dor em
tipo cólica, geralmente associada a náuseas e vômitos →
abdome agudo inflamatório (colecistite aguda;
pancreatite aguda); abdome agudo obstrutivo;
Dor de caráter vago e origem periumbilical que se torna
localizada e aumenta de intensidade: processo inflamatório
intra-abdominal com posterior acometimento do peritônio
(tamponando) → apendicite aguda; diverticulite aguda;
perfuração de víscera bloqueada.